Aranhas podem ter prazer sexual e controle sobre fecundação, diz estudo

16/07/2015 às 04:583 min de leitura

Uma descoberta recente está revolucionando a maneira com que os cientistas veem a relação sexual entre aranhas. Em outras palavras, com as novas pesquisas, o sexo entre os aracnídeos pode não ser tão sem graça, como os cientistas acreditavam até então. Isso porque foram encontradas terminações nervosas no órgão das aranhas machos responsável por soltar os espermatozoides nas fêmeas.

Anteriormente, achava-se que a região reprodutora das aranhas era totalmente sem nervos, o que deixaria o órgão incapaz de receber estímulos e responder aos comandos do corpo aracnídeo. Como agora os cientistas estão revelando outra situação, se especula que a descoberta pode trazer novas implicações acerca da reprodução entre as mais variadas espécies de aranhas.

De acordo com os responsáveis pelo estudo, os pesquisadores Elisabeth Lipke e Peter Michalik da Universidade de Greifswald, na Alemanha, as possibilidades que podem ser comprovadas por essas pesquisas estão além da existência de satisfação sexual aracnídea. O resultado do estudo mostra que os machos podem utilizar informações sensoriais como feedback para se adaptar ao corpo da parceira e aprimorar a forma de transferir os espermas para a fêmea.

Ao site Live Science, Lipke e Michalik simplificaram a explicação afirmando que os machos da espécie de aranha analisada demonstram que podem ser mais espertos que as fêmeas, sexualmente falando.

Pesquisador Peter Michalik segurando um espécime de aranha-das-cavernas da Tasmânia

O estudo apresentado analisou a espécie de aranhas-das-cavernas da Tasmânia (Hickmania troglodytes). Esta variedade apresenta longas pernas finas que podem chegar a uma extensão de quase 18 centímetros.

A reprodução das aranhas

Para a reprodução das aranhas acontecer, os machos possuem uma espécie de cavidade anexa aos pedipalpos, nomenclatura utilizada para o segundo par de apêndices dos aracnídeos. Essas regiões, nas quais são armazenados os espermas, são utilizadas para fecundar as fêmeas.

Para ocorrer o ato sexual, há sempre uma espécie de ritual de cortejo, o que torna a forma reprodutiva das aranhas um pouco complexa. Além disso, após a transferência dos espermatozoides para o corpo da fêmea, outra etapa curiosa se inicia.

Mesmo sendo objeto de estudo ao longo dos anos, não se tem inteiro conhecimento de como ocorre, mas se sabe que as aranhas fêmeas tem o poder de escolher se os óvulos serão, ou não, fertilizados. Com isso, elas podem se relacionar com outros machos a fim de estabelecer uma espécie de “competição interna” para decidir os espermas de qual macho serão os responsáveis por fecundar os óvulos. De forma discreta e sem consentimento da outra parte, elas também são capazes de descartar os espermatozoides dos machos dos quais elas não desejam ter filhos.

O item na cor amarela indica a localização das terminações nervosas no órgão reprodutor masculino das aranhas-das-cavernas da Tasmânia

É neste ponto que os machos podem se sobressair em relação ao que era acreditado antes das pesquisas. Com a descoberta de nervos presentes ao longo do pedipalpo, os machos podem revelar sensações que não se imaginava que eles possuíam.

“Os neurônios presentes no órgão reprodutor masculino podem permitir a identificação de sensações da fêmea, como estresse e tensão, e consequentemente essa característica pode estar ligada aos mecanismos do macho para estimular a parceira no ato”, explicam Lipke e Michalik.

Outra atribuição masculina

A possível vantagem descoberta para os machos em relação às aranhas fêmeas não para por aí. Da mesma forma que elas são capazes de “selecionar” por quem gostariam de ser fecundadas após se relacionarem com vários machos, eles, por sua vez, podem controlar a saída de esperma.

Essa característica é possível, segundo os cientistas, por uma glândula nervosa presente no pedipalpo. Os pesquisadores sugerem que esse mecanismo pode ser utilizado para evitar utilizar os espermas em fêmeas que têm menos tendência a aceitá-los como fertilizadores.

Demais espécies

Mesmo utilizando apenas uma espécie como objeto de estudo, Elisabeth Lipke e Peter Michalik acreditam que as características descobertas podem estar presente em todas as variedades aracnídeas. “Nosso estudo fundamenta a demanda por pesquisas mais detalhadas com foco nos órgãos reprodutores de outras espécies de aranha”, ressaltaram os pesquisadores.

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