Castigo eterno? Esqueleto de bruços e com pedra na boca intriga arqueólogos

27/01/2017 às 10:212 min de leitura

Não é nada raro lermos notícias a respeito de descobertas arqueológicas interessantes realizadas na Inglaterra — onde cada vez que alguém decide construir ou reformar alguma coisa, um novo corpo, cripta ou vala comum com séculos e séculos de história aparece. Pois, de acordo com Rossella Lorenzi, do portal Seeker, arqueólogos britânicos estão tentando entender as peculiares circunstâncias nas quais um esqueleto foi encontrado.

Segundo Rossella, a ossada de 1,7 mil anos pertenceu a um homem que tinha por volta de 30 anos quando morreu. No entanto, quando o esqueleto foi descoberto — em um cemitério de Stanwick, um vilarejo situado no condado de Northamptonshire —, os arqueólogos notaram que o indivíduo tinha sido sepultado de bruços e com uma pedra dentro da boca.

Castigo eterno

Os pesquisadores dataram a ossada entre o século 3 ou 4, o que significa que ela é da época em que a Inglaterra fazia parte do Império Romano. Sobre o corpo se encontrar de bruços na cova, os arqueólogos explicaram que, na realidade, essa posição não é assim tão rara e se trata de um costume utilizado por várias sociedades ao longo História e tinha como propósito humilhar ou punir o defunto.

Esse tipo de sepultamento era usado como forma de castigo póstumo

Isso porque muitas sociedades acreditavam que a alma deixava o corpo do falecido pela boca. Portanto, enterrar alguém com o rosto voltado para o chão tinha como propósito impedir que seu espírito maligno escapasse e se transformasse em uma ameaça para os vivos.

Aliás, não pense que esse costume estranho foi usado apenas na Antiguidade ou que ele era característico de alguma religião específica! Existem registros desse tipo de comportamento em todas as religiões e culturas, assim como de indivíduos sofrendo essa forma de sepultamento até o século 20. Já pensou?!

Mas, voltando ao esqueleto descoberto na Inglaterra, o que torna essa ossada única é que, além do posicionamento, os arqueólogos encontraram uma pedra achatada no interior da boca do indivíduo, no lugar onde deveria estar a sua língua. Segundo os pesquisadores, eles não localizaram nada semelhante nos registros arqueológicos. Os casos mais próximos do mesmo período desse sujeito são dois esqueletos que foram descobertos com pregos na boca.

Sem língua

Os arqueólogos acreditam que a pedra foi usada propositalmente para “substituir” a língua do defunto, e análises no esqueleto revelaram sinais de infecção nos ossos da mandíbula. Isso sugere que o cara teve a língua amputada ainda em vida, possivelmente entre várias semanas e até meses antes de ele morrer. Na realidade, os cientistas suspeitam que a própria amputação possa ter levado esse indivíduo à morte.

Intrigante

Já com relação ao que levou esse pobre coitado a ter a língua arrancada, essa é outra questão que intriga os arqueólogos. Os cientistas sabem que as leis germânicas previam a amputação desse órgão para penalizar pessoas acusadas de falso testemunho — imagine se esse tipo de castigo fosse usado nos dias de hoje! —, mas não existem informações se os antigos romanos aplicavam a mesma punição.

Outra possibilidade seria que o sujeito sofria de alguma doença mental séria e mordeu a própria língua — já que existem relatos de pacientes psiquiátricos que fizeram isso. E, para completar, os arqueólogos também estão tentando entender o motivo de o membro ter sido substituído por uma pedra.

Pode ser que a pedra tenha tido um papel simbólico e sido colocada ali para tornar o corpo “inteiro” novamente. Por outro lado, existe a possibilidade de que se tratasse do contrário, isto é, de prevenir que o morto se tornasse completo e continuasse com o mau comportamento no além.

Os cientistas continuam fazendo uma série de testes e tentando entender esse estranho sepultamento, mas, ao que parece, a suspeita maior é de que esse pobre coitado — seja lá qual foi o seu crime — recebeu um castigo que deveria continuar por toda a eternidade. E você, caro leitor, o que acha?

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