Arqueólogos encontram nova caverna associada com Manuscritos do Mar Morto

10/02/2017 às 12:232 min de leitura

Em 1947, um garoto beduíno estava cuidando de um rebanho de cabras e ovelhas em Qumran, no Deserto da Judeia, quando percebeu que um dos animais havia se perdido do grupo. O jovem saiu em busca do bicho e, entre os penhascos de calcário que rodeavam a região, ele encontrou uma caverna. Cuidadoso, antes de entrar, o pastor jogou uma pedra no interior e, para a sua surpresa, ouviu o ruído de potes se quebrando com o impacto.

Qumran, no Deserto da Judeia

O menino não resistiu à tentação de explorar o local, entrou e, acidentalmente, fez uma das descobertas arqueológicas mais importantes da História. No interior da caverna, o garoto beduíno se deparou com uma coleção de grandes potes de argila que continham uma série de documentos incrivelmente velhos — sete nessa primeira descoberta — que, mais tarde, ficariam conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto.

Coleção de valor inestimável

Os Manuscritos do Mar Morto são textos redigidos em hebraico, grego e aramaico há mais de 2 mil anos, e consistem na coleção textos bíblicos mais antiga de que se tem notícia. Após a descoberta realizada pelo jovem pastor beduíno, expedições posteriores conduzidas em Qumran levaram à descoberta de outras dez cavernas na região, e mais de 800 manuscritos e fragmentos de textos produzidos em papiro, cobre e pergaminho foram recuperados.

Manuscritos originais quando foram descobertos 

Desde então, a região foi explorada, vasculhada e escavada em busca de novas cavernas e documentos e, agora, cerca de 60 anos depois da última descoberta, arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém revelaram ter encontrado uma 12ª caverna que também parece ter abrigado manuscritos do Mar Morto.

Dentro dela, os cientistas acharam um pedaço de pergaminho em branco enrolado em um pote, pedaços de linho que provavelmente foram usados para embalar os documentos e inúmeros fragmentos jarros e suas tampas quebradas. Análises desses objetos revelaram que eles são do período do Segundo Templo, isto é, os pedaços de argila foram datados entre os anos de 530 a.C. e 70 d.C.

A 12ª caverna

Os arqueólogos também descobriram as cabeças de um par de picaretas velhas jogadas no interior da gruta — e, infelizmente, não viram nem sinal dos manuscritos que os jarros provavelmente guardaram por tantos séculos. As picaretas foram identificadas como sendo dos anos 50 e indicam que a caverna “recém-descoberta”, na verdade, foi saqueada há muito tempo.

Aliás, segundos os arqueólogos, ainda bem que os saqueadores deixaram todas essas pistas para trás, pois dessa forma temos certeza de que os manuscritos estavam guardados na caverna — embora seu paradeiro atual seja desconhecido.

As buscas devem continuar

Os Manuscritos do Mar Morto trazem uma coleção de textos, hinos, orações, comentários e fórmulas místicas cujo conteúdo ofereceu um novo entendimento sobre as histórias do judaísmo e do cristianismo e, portanto, são de extraordinária importância histórica e religiosa. Então, imagine que sensacional se pudéssemos descobrir o que havia nos manuscritos que foram roubados!

Pilhas de potes quebrados deixados para trás pelos saqueadores

E, financeiramente, esses documentos também são incrivelmente valiosos. Para você ter uma ideia, um fragmento original dos Manuscritos do Mar Morto do tamanho de uma mísera unha pode custar até US$ 1 milhão — ou o equivalente a mais de R$ 3 milhões!

Os trabalhos continuam

A partir da descoberta da 12ª caverna, Israel Hasson, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, solicitou fundos para que as cavernas no Deserto da Judeia sejam sistematicamente exploradas. A ideia é localizar e recuperar todo e qualquer artefato que possa estar guardado em seu interior e, dessa maneira, evitar que saqueadores roubem objetos de valor histórico inestimável e ganhem verdadeiras fortunas com suas vendas.

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