Por que Hollywood está fazendo tantos remakes?

26/09/2021 às 09:003 min de leitura

O novo filme Cinderella, com a cantora Camila Cabello, que estreou no início de setembro no Amazon Prime, e a série remake Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, que será lançada em outubro, evidenciam uma estratégia utilizada por Hollywood desde o início da indústria cinematográfica: o reaproveitamento de histórias de sucesso.

Embora as sequências, reboots e remakes estejam no DNA dos estúdios de Los Angeles, a tendência vem ganhando cada vez mais força. Críticos da prática alertam que isso pode matar a criatividade do cinema americano e, a médio e longo prazos, afastar o público dos filmes.

Mas os executivos da indústria cinematográfica parecem não estar preocupados. Um levantamento baseado no Internet Movie Database (IMDb), plataforma de informações sobre cinema e televisão, aponta que 100 remakes ou reboots foram anunciados, estão em produção ou com estreia programada entre 2021 e 2023.

O que é um remake?

O filme A Coisa, lançado originalmente em 1985, foi refilmado em 2011 e está entre os cincos remakes que arrecadaram mais dinheiro. (Fonte: Brooke Palmer/Warner Bros. Entertainment Inc/Reprodução)O filme A Coisa, lançado originalmente em 1985, foi refilmado em 2011 e está entre os cinco remakes que arrecadaram mais dinheiro. (Fonte: Brooke Palmer/Warner Bros. Entertainment Inc/Reprodução)

O remake, basicamente, é aproveitar o mesmo roteiro, cenário, personagens e história da versão anterior com um novo visual, ritmo, narrativa e atores. Essa atualização costuma ter um impacto relevante no significado do filme, razão pela qual os remakes costumam agradar ao público de uma geração mais nova e desagradar fãs mais antigos.

Mas isso não é uma regra. Existem muitas exceções, como Poltergeist, de 2015, refilmagem do mesmo título lançado em 1982, que conseguiu agradar tanto o público mais novo quanto o mais velho. Por isso, os remakes estão sempre no radar das produtoras de Hollywood.

Principais motivos para um remake

Planeta dos Macacos: O Confronto é o quarto remake mais lucrativo da história do cinema. Fonte: 20th Century Fox Films/Reprodução)Planeta dos Macacos: O Confronto é o quarto remake mais lucrativo da história do cinema. (Fonte: 20th Century Fox Films/Reprodução)

A produção de um filme é um investimento que envolve grandes riscos para os estúdios. O custo de um longa-metragem em Hollywood facilmente chega aos US$ 100 milhões e recuperar esse dinheiro pode não ser uma tarefa fácil para os produtores.

O fracasso nas bilheterias, muitas vezes, se transforma em um golpe fatal que leva empresas à falência. A United Artists, por exemplo, que tem entre seus fundadores Charles Chaplin, teve de fechar as suas portas após o prejuízo causado pelo filme Portal do Paraíso de 1982, considerado o maior fracasso da história do cinema.

Por isso, o principal motivo para a aposta em um remake de um filme é reduzir os riscos financeiros e aumentar as possibilidades de sucesso, o que agrada, e muito, os acionistas das companhias cinematográficas. Afinal, a história e os personagens familiares já são conhecidos e bem aceitos pelo público, e novos cenários e atores ajudam a reavivar o interesse.

Um remake também atrai maior atenção da crítica e dos jornalistas. Mesmo que seja para atacar o lançamento do novo filme e compará-lo a sua versão anterior, isso acaba rendendo uma boa exposição na mídia.

Essa necessidade de Hollywood por uma segurança maior na bilheteria aumentou por conta da inundação de produções em plataformas de streaming, como Amazon Prime Video e Netflix. Muitos desses filmes são de baixo orçamento, um feito que Hollywood, por sua megaestrutura consolidada, não consegue mais realizar. A disputa pelo público, que antes da pandemia já era acirrada, deve estimular ainda mais os remakes.

Remakes bilionários

O lançamento de um remake não é garantia de sucesso de renda e de público. Muitos filmes com histórias reaproveitadas, inclusive, se transformaram em grandes fracassos. Entretanto, a quantidade de obras que tiveram êxito ainda vale o risco. Confira os remakes que superaram a arrecadação de US$ 1 bilhão.

O Rei Leão (2019)

O clássico de animação da Disney foi lançado em 1994, inspirado em partes da obra de Hamlet, de Shakespeare, depois de seis longos anos entre o desenvolvimento e a produção. O filme marcou toda uma geração e ganhou duas continuações, além de spin-offs na Broadway e em séries televisivas. A última versão da história, em live action, lançada em 2019, arrecadou US$ 1,6 bilhão em todo o mundo e é o remake mais lucrativo do cinema.

A Bela e a Fera (2017)

As participações de Emma Watson, atriz da saga Harry Potter, e de Dan Steves, conhecido por sua atuação em Legion e Downtown Abbey, deram uma nova vida ao conto de fadas que já teve, pelo menos, outras 11 versões nas telas de cinema. Parecia ser difícil superar especialmente o filme em desenho animado de 1991, mas a live action dirigida por Bill Condor conseguiu se sair bem. O remake faturou US$ 1,2 bilhão.

Aladdin (2019)

O charme do personagem Aladdin já rendeu diversas obras para o cinema, mas a última versão cinematográfica do conto árabe lançada pela Disney foi o único que superou US$ 1 bilhão em renda. O filme em live action contou com locações em Petra (uma das sete maravilhas do mundo moderno), no Mar Morto e em outros locais belíssimos da Jordânia.

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