Charles Fiester ficou imóvel por 515 dias para não ser executado

08/01/2022 às 06:002 min de leitura

Pouco se sabe sobre a história de Charles Fiester, e muitos a acham irrelevante, visto que são suas ações na vida adulta, em meados de 1895, que contam. De acordo com registros do Departamento de Polícia de Salem, no Oregon (EUA), Fiester tinha 22 anos quando conheceu e se casou com Nancy, que na época tinha apenas 13 anos.

O casal chegou a criar 10 filhos em um casamento de 30 anos que, para vizinhos e colegas, parecia estável e amoroso. O homem era conhecido por sua simpatia, sua fala mansa e seu trabalho duro, valores que eram muito celebrados no século XIX.

Mas isso tudo mudou quando Nancy começou a aparecer repleta de hematomas e as gritarias em casa tomaram conta do habitual silêncio. Então ela começou a sair com outra pessoa ao decidir pôr um fim no casamento. O resultado: ela acabou assassinada por Fiester.

Fazendo a lei

(Fonte: Ripley/Reprodução)(Fonte: Ripley/Reprodução)

Em 30 de setembro daquele ano, Fiester se declarou inocente por motivo de insanidade diante do juiz do tribunal do Condado de Josephine — ou seja, ele não poderia ser executado —, mas seu julgamento aconteceu anos antes de a ideia de insanidade temporária impregnar os tribunais norte-americanos. Ele não tinha histórico de instabilidade mental, portanto, por falta de provas, o júri não se convenceu de que ele estava louco durante o crime. Fiester foi considerado culpado e condenado à morte por enforcamento.

Poucos dias antes de sua execução, a Suprema Corte Estadual concedeu uma suspensão da execução para poder revisar a alegação de insanidade. Porém, no meio da prorrogação, o cenário de uma liberdade já não parecia mais uma possibilidade.

Temendo acabar na corda em praça pública, Fiester simplesmente se deitou em seu beliche na cela, encarou o teto por alguns minutos e nunca mais se moveu, falou ou respondeu a ninguém.

Catatônico

(Fonte: Ask Difference/Reprodução)(Fonte: Ask Difference/Reprodução)

O homem entrou em um estado catatônico profundo, o que foi suficiente para um psicólogo do tribunal o declarar louco. E, como Fiester esperava, sua execução foi interrompida.

Ele permaneceu onde estava, sob supervisão, esperando que saísse daquele estado enquanto seu caso definhava. Os agentes penitenciários tiveram de cuidar dele, alimentando-o várias vezes ao dia, banhando e trocando suas fraldas. Era como se só o corpo dele estivesse em pleno funcionamento, mas não sua mente.

Após 515 dias imóvel, em 10 de maio de 1897, Fiester acordou, mesmo sem ninguém ter visto, quando dois de seus filhos, William (26) e John (18), terminaram na mesma cela que ele após cometerem um roubo.

(Fonte: YouTube/Reprodução)(Fonte: YouTube/Reprodução)

Os prisioneiros alegaram aos carcereiros que ouviram a família cochichando no meio da madrugada. Na manhã seguinte, ao levar o que seria sua última bandeja de comida, um policial encarregado de alimentar Fiester disse que nunca mais faria aquele serviço.

"Você jogou bem", disse o policial. "É, mas foi difícil", respondeu o criminoso, após 43 meses em silêncio.

Em 21 de abril de 1898, a defesa contra insanidade de Fiester foi indeferida, e o juiz declarou que ele seria enforcado em 10 de junho. Na manhã seguinte, o homem foi encontrado no mesmo estado catatônico pelo xerife, mas com os olhos revirados, a respiração difícil e inconsciente.

Seu enforcamento foi adiado por apenas algumas horas, porque o público se recusou a ser enganado de novo. Mesmo desacordado, às 13h, os oficiais o carregaram para forca, na qual Fiester encontrou seu destino.

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