Órbita da estrela Gliese 667C pode ter três planetas habitáveis

26/06/2013 às 05:533 min de leitura

A possibilidade de um planeta habitável na órbita da estrela-anã Gliese 667C já foi considerada há alguns meses. Entretanto, ao que parece não se trata de um, mas sim de três planetas com condições potencialmente semelhantes às da Terra nas vizinhanças do astro. A descoberta veio com a detecção de vários possíveis planetas também em órbita da referida estrela.

De acordo com os cientistas, tratam-se de pelo menos seis planetas, sendo que três deles podem se encontrar dentro da chamada “zona habitável”. Isso transforma a Gliese 667C — cuja massa é de aproximadamente um terço da do Sol — na melhor candidata à busca por exoplanetas habitáveis.

“Nós sabíamos que a estrela tinha três planetas de estudos prévios, então nós queríamos confirmar se havia mais”, afirmou Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), um dos astrônomos responsáveis pelos novos estudos envolvendo Gliese 667C. “Ao acrescentar novas observações e revisitar alguns dados, nós pudemos confirmar esses três e esperamos revelar outros mais.”

O Santo Graal pode ser ainda maior

A possibilidade de encontrar um planeta habitável fora do nosso sistema solar sempre representou uma espécie de “Santo Graal” para a astronomia. Entretanto, se encontrar um possível território familiar no entorno de Gliese 667C já havia deixado a comunidade científica em polvorosa, a coisa agora se tornou ainda maior. “Encontrar três planetas de pouca massa na zona habitável de uma estrela é realmente estimulante!”, disse Tuomi.

Juntamente com Guillem Anglada-Escudé, da Universidade de Göttingen, Alemanha, o astrônomo buscou dados relacionados a velocidades radiais no espectrógrafo que compõe o telescópio ESO, de 3,6 metros, localizado no Chile.

Nas palavras da própria equipe:

“Até sete sinais periódicos podem ser detectados nas medidas Doppler entre os dados do GJ 667C, sendo que o último sinal (o sétimo) encontra-se muito perto do nosso limite de detecção.”

Fonte da imagem: Reprodução/Rene Heller(Carnegie Institution for Science)

Caso todos os sete planetas sejam confirmados, o sistema pode consistir em três Super-Terras na zona habitável, além de três planetas mais quentes mais próximos e três mais frios, que estão mais distantes.

Três Super-Terras

Sejam ou não sete os planetas em órbita de Gliese 667C, fato é que os cientistas já confirmaram que há três planetas na zona habitável da estrela — corpos que, portanto, ganham o nome de Super-Terras.

Além do êxtase óbvio por semelhante achado, os estudiosos comemoram ainda a conclusão que se pode tirar disso: é possível encontrar, em um mesmo sistema solar, mais de um planeta passível de conter vida. “O número de planetas habitáveis na nossa galáxia pode ser muito maior caso se possa esperar por encontrar vários deles em uma única estrela de pouca massa”, afirmou o coautor da pesquisa, Rory Barnes, da Universidade de Washington (EUA).

Aluga-se: Gliese 667 Cf

“Em vez de olhar para dez estrelas a fim de procurar um único planeta habitável, nós sabemos agora que é possível mirar em apenas uma para encontrar algo.” No que se refere exclusivamente ao achado atual, entretanto, o candidato mais provável a ostentar condições semelhantes às da Terra é o Gliese 667 Cf, cuja distância pode permitir a existência de água em estado líquido — além de definir temperaturas potencialmente semelhantes às do nosso planeta.

Fonte da imagem: Reprodução/ESO

“Ele provavelmente absorve menos energia do que a Terra, e, para garantir a habitabilidade, seriam necessários mais gases de efeito-estufa, como o CO2 e o CH4”, consta no estudo publicado. “Uma versão habitável desse planeta deve contar uma atmosfera mais fina do que a da Terra, de forma que se pode assumir que existam temperaturas relativamente uniformes na superfície.”

Um “pôr do sol” inesquecível

Como a Gliese 667 C faz parte de um sistema tríplice de estrelas, o visual para alguém postado na superfície do potencialmente hospitaleiro Gliese 667Cf deve ser bastante singular. As duas outras estrelas devem formar um par bastante brilhante, visível mesmo à luz do dia — sendo que, à noite, um “luar” bastante singular tomaria os céus, semelhante a uma lua cheia.

Entretanto, os astrônomos especulam que o Gliese 667Cf esteja sempre com a mesma face voltada para a estrela, de maneira que dias e anos ocorrem em períodos iguais.

Fonte da imagem: Reprodução/Planetary Habitability Laboratory (University of Puerto Rico Arecibo)

De qualquer forma, resta a pergunta: será possível encontrar outros planetas nas vizinhanças da estrela Gliese 667C? Possivelmente. Mas os astrônomos desconsideram a possibilidade de outros planetas com atmosfera potencialmente familiar. Isso porque os planetas recentemente descobertos ocupam todo o espaço de disponível para órbitas estáveis, dentro das quais pode ser possível encontrar vida.

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