O feminismo e o feminino

10/10/2011 às 20:253 min de leitura

Não, eu não morri. Nem fui internada em uma clínica psiquiátrica por uma crise de histeria. Eu sei que sumi por mais tempo do que deveria, mas estou de volta. Faltou inspiração, faltou tempo, mas eu não desisti do blog nem de vocês.

Hoje eu vou falar sobre um tema relativamente controverso. Espero não conquistar o ódio nem provocar a revolta de ninguém. São só opiniões que eu tenho sobre ser mulher e todas as implicações disso na sociedade.

A recente “polêmica” com o comercial da Gisele Bündchen para a Hope trouxe à tona essa discussão para mim. Polêmica entre aspas, porque essa discussão me deu foi é muita preguiça das pessoas em pleno ano de 2011.

Mas antes de chegar ao meu tema propriamente dito, quero e vou esclarecer a minha opinião sobre toda essa historinha da propaganda da Hope. No comercial, Gisele aparece mostrando como as mulheres devem dar más notícias aos maridos. Em um primeiro momento ela aparece vestida normalmente dando notícias como “bati seu carro”, “a mamãe vem morar com a gente”, ou “estourei o limite do cartão de crédito”. Esse modo é apontado como o jeito errado de dar as notícias. Em seguida, ela aparece linda, de lingerie, dando as mesmas notícias. E esse é o jeito certo de fazer, segundo o comercial.

Após a veiculação do comercial, a Secretaria de Políticas para as Mulheres pediu ao Conar que retirasse o vídeo do ar, alegando que ele “promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual do seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para descontruir práticas e pensamentos sexistas”.

A Hope se defendeu, alegando que a propaganda tinha como intuito mostrar com bom humor a sensualidade da mulher brasileira, reconhecida mundialmente.

Sim, eu estou do lado da Hope. E por um simples fato: quem é tratado como objeto no comercial, é o marido, e não a mulher. No filme, o homem é mostrado como um ser manipulável que se rende a um corpo bonito. Nós deveríamos ficar ofendidas com isso? Não estou dizendo que eu concorde com essa visão, mas se alguém foi subestimado nesse comercial, definitivamente não foram as mulheres.

Continuando a discussão, Iriny Lopes, secretária de Políticas para as Mulheres, ainda alegou que Gisele não se encaixa no biótipo da brasileira, então não representa a beleza e sensualidade de nossas mulheres. Sério? Começou a parecer dor de cotovelo essa briga toda. Apesar de que, eu concorde que a Gisele não represente o biótipo das mulheres brasileiras, mas isso porque ela não representa o biótipo de nenhuma mulher no mundo! A perfeição chegou ali e nela ficou, sem mais.


A oposição entre o feminismo e o feminino me irrita. Chegando onde eu realmente queria, vou falar sobre a minha paixão pela revista Playboy. Não sei quando ela começou, mas quando eu fiz 15 anos convenci minha mãe a me autorizar a tatuar um coelhinho da Playboy na barriga. No meu próximo post que será sobre tatuagem (spoiler), mostro para vocês.

Quando falo da minha tatuagem, a maioria das pessoas (sim, mulheres) me perguntam se eu já cobri ela, se eu me arrependi muito de ter feito isso quando era adolescente, ou acham que eu estou brincando. Na época, quando meu pai viu a tatuagem fez um escândalo também. A primeira coisa que ele me perguntou foi porque eu não fiz uma estrela ou uma lua! (Lógico Kamilla, que ideia).

Eu não sou uma coelhinha da Playboy nem tenho a menor pretensão de posar nua (estou longe de ter um corpo para isso também!). Eu simplesmente acho que a Playboy é sim, um dos maiores símbolos da liberdade sexual feminina, mostrando que somos todas donas de nossos corpos e podemos fazer o que bem entender com ele, sem pedir autorização dos pais ou do marido, e sem ter vergonha ou medo do que os outros vão pensar.

Para mim, estereótipos são criados o tempo todo por quem nos olha de longe, sejamos homens ou mulheres. Objeto sexual, objeto intelectual, objeto financeiro. Somos sempre transformados em objetos, mas a conotação está nos olhos de quem vê. Se orgulhar e exibir o que você tem de bom, não é nem deveria ser tabu para ninguém. As pessoas gostam de mostrar o quanto são cultas e inteligentes por aí. Outras preferem exibir carros importados e roupas de grife. Porque não se pode mostrar o quanto você é sensual e bonita? Uma coisa não exclui a outra. Não aceito que sexo ainda tenha que ser tratado como uma coisa tão antinatural do ser humano.

Capa da Playboy de janeiro de 1955. Foto da Bettie Page do centro da revista, a minha preferida de todos os tempos. Fonte: Reprodução

A Playboy foi fundada em 1953 por Hugh Hefner, nos Estados Unidos, e a primeira edição norte-americana teve na capa a atriz Marilyn Monroe. A revista só chegou ao Brasil em 1975. Além da libertação feminina - que eu acredito que a revista represente - gosto muito de seu conteúdo editorial, amo as entrevistas, e acho alguns ensaios simplesmente lindos, independentes de eróticos ou não. Edições comemorativas, livros de compilação de entrevistas e vários acessórios com o coelhinho como cintos, brincos, colares, isqueiros, pijamas e lingerie fazem parte da minha coleção de artigos da Playboy.

A minha Playboy preferida de todos os tempos é a da pin-up Bettie Page que foi lançada em janeiro de 1955. Nunca cheguei nem perto dela de verdade, mas acho os detalhes desta edição simplesmente incríveis, provavelmente porque eu seja apaixonada por Bettie. Ela é meu símbolo sexual eterno, dona de uma naturalidade que chega a ser agressiva. Depois de sua morte em 2008, as edições de sua revista estão custando cerca de 500 dólares.

Não entendo a ideia de que a mulher precisa escolher entre ser bonita e sexy ou inteligente e bem-sucedida. Para mim, parece subestimar a nossa capacidade e acreditar que não podemos ter tudo. E eu tenho certeza que podemos. Gostaria de saber a opinião de vocês, homens e mulheres, sobre o tema. O que pensam sobre isso?

Beijos de uma coelhinha de coração.

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