Flamenco: Olé!

Como eu disse no primeiro post, minha tentativa de deixar de ser Roxie Hart para ser Velma Kelly inclui fazer aulas de Flamenco (já que pole dance não é muito ortodoxo).

O Flamenco entrou na minha vida há cinco anos: eu estava no salão e parecia que estavam reformando o andar de cima — aí, a manicure me disse que não era reforma: era uma escola de Flamenco! Na mesma semana, haveria uma apresentação. Fui assistir, achei lindo e comecei a fazer aulas. Desde então, gosto do Flamenco cada dia mais.

Bailaora com saia no estilo "bata de cola" (Fonte: Thinkstock)

As origens

O Flamenco é um estilo de música, canto e dança que surgiu no sul da Espanha, na província da Andaluzia. Ele é resultado da mistura de culturas cigana e moura, com influência dos árabes e dos judeus. Por serem povos nômades e perseguidos pela Inquisição espanhola, sua arte traz consigo o lamento, a luta e a esperança, mas, por outro lado, traz também o espírito festivo e a celebração do amor.

No início, o Flamenco consistia somente no cante, sem o acompanhamento da guitarra espanhola, que foi introduzida depois. Hoje, a arte é acompanhada também por palmas, castanholas, cajón, sapateado e dança.

Pericón: o "leque" flamenco (Fonte: Thinkstock)

O Flamenco e as mulheres

Tudo bem que um homem dançando Flamenco pode ser muito forte e elegante, mas não há como negar que as mulheres têm muito mais possibilidades nessa arte.

Isso porque as bailaoras usam vestidos coloridos e cheios de babados, saias super-rodadas, flores e pentes no cabelo, brincos chamativos, lenços, xales e leques. O Flamenco é, definitivamente, muito feminino (veja as fotos na galeria no fim do post para conhecer algumas peças utilizadas).

Existem até mesmo lojas especializadas em moda flamenca, com roupas para usar nas aulas, nas apresentações e também no dia a dia.

Temos direito até a uma “fashion week”: é o Salón Internacional de La Moda Flamenca, que já está na sua 18ª edição e acontecerá nos dias 02 a 05 de fevereiro — quem sabe o próximo post seja uma cobertura do desfile, que tal?

As vantagens

Se você não gosta de academia, assim como eu, o Flamenco pode ser uma opção para se exercitar! As aulas são muito mais divertidas e menos repetitivas do que sessões na esteira, e o sapateado é ótimo para tornear as pernas. Além disso, uma aula de uma hora pode queimar até 400 calorias.

Toda aula de dança começa e termina com uma sessão de alongamento, o que contribui para o alívio de dores na coluna e no pescoço, por exemplo, causadas pela tensão do dia a dia. Fora isso, esses exercícios são benéficos também para a postura.

Sara Baras: uma das mais famosas bailaoras da atualidade (Fonte: Getty Images)

Porém, mais do que aprender passos, nas aulas você desenvolve sua coordenação motora e sua consciência corporal.

Por conciliar movimentos fortes, no sapateado e nas expressões, e movimentos suaves, quase sublimes, nos braços e mãos, o Flamenco acaba sendo muito sensual. Assim, essa atividade também é eficaz para trabalhar a desinibição.

E não é preciso se preocupar com seu biótipo para dançar: todos os tipos de corpo são bem-vindos! Diferente de outras modalidades de dança que dão preferência a pessoas magrinhas, estilo mignon, o Flamenco aceita também as gordinhas, as atléticas, as altas, as baixinhas...

Por fim, o que eu considero a maior vantagem do Flamenco, mesmo quando comparado a outros tipos de dança: o sapateado forte e expressivo colabora muito para a redução do stress – é quase como sapatear em cima dos problemas. Olé!

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Confira na galeria abaixo fotos de duas das bailaoras mais famosas atualmente, Sara Baras e Carmen La Talegona.