Embarque nessa viagem: tudo que descobrimos nos 40 anos da missão Voyager

05/09/2017 às 04:244 min de leitura

Se você curte temas relacionados com astronomia, certamente já ouviu falar a respeito das sondas Voyager 1 e 2 — protagonistas de uma das missões mais celebradas e de maior sucesso da história da exploração espacial. Em 2017, o lançamento dessas duas espaçonaves completa nada menos que quatro décadas e, para comemorar, que tal conhecer mais detalhes e curiosidades sobre essa incrível dupla de viajantes espaciais?

Lançamento e missão inicial

As duas pequenas espaçonaves faziam parte da série Mariner da NASA e foram batizadas originalmente de Mariner Jupiter-Saturn. Elas tinham como missão inicial dar uma olhadinha em atmosferas, magnetosferas, satélites e sistemas de anéis de Saturno e Júpiter e, claro, investigar a possibilidade de as luas desses planetas abrigarem formas de vida.

O lançamento foi planejado pelo pessoal da NASA de forma que as sondas pudessem observar Júpiter e Saturno mais de perto durante um período específico no qual, devido às suas órbitas, os dois gigantes estariam mais próximos um do outro.

(Wikimedia Commons/NASA/JPL)

A Voyager 2 foi lançada no dia 20 de agosto de 1977, e sua irmã, a Voyager 1, alguns dias depois, no dia 5 de setembro. No entanto, apesar de ter partido um pouco mais tarde, a Voyager 1 viajou por uma trajetória mais rápida e, portanto, chegou ao seu destino inicial, Júpiter, em março de 1979. Voyager 2 — a atrasadinha — se uniu à sua irmã cerca de 4 meses depois, em julho.

Júpiter e suas luas (NASA)

Depois de fazer todo tipo de levantamento nas proximidades e sobre o gigante gasoso, as sondas partiram em direção a Saturno. Então, após a dupla concluir um sem fim de medições e observações científicas do planeta, seus anéis e satélites, como as irmãs estavam cumprindo suas tarefas com louvor, o pessoal da NASA decidiu direcionar as espaçonaves para Urano e Netuno e prolongar suas missões.

A nova etapa da missão também foi um tremendo sucesso, uma vez que as medições realizadas pelas sondas permitiram que os astrônomos tivessem um melhor entendimento da formação e da composição dos dois mundos.

O belíssimo Saturno (NASA)

E, após a conclusão de mais essa fase de levantamentos científicos, em vez de aposentar as espaçonaves, a NASA decidiu enviar as Voyager 1 e 2 em duas rotas distintas para explorar os limites do Sistema Solar e o espaço interestelar, isto é, o espaço entre uma estrela e outra. A seguir você pode conferir mais uma porção de dados e curiosidades interessantes sobre as ilustres sondas.

Dados interessantes e curiosidades

No total, as Voyager 1 e 2 exploraram todos os planetas gigantes do Sistema Solar, isto é, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, assim como 48 de suas luas e os incríveis sistemas de anéis e campos magnéticos desses mundos.

A tecnologia usada nas sondas, embora tenha sido desenvolvida há décadas, faz delas uma das duplas de espaçonaves mais rápidas já lançadas pelo homem.

Sonda em construção (NASA)

Viajando a quase 17 quilômetros por segundo, a Voyager 1 se encontra a mais de 20 bilhões de quilômetros de distância do Sol, enquanto a Voyager 2, que se desloca a 15 km/s, está a mais de 17 bilhões de quilômetros de distância da nossa estrela.

Você acha muito? Mesmo viajando a velocidades extraordinárias, elas levariam cerca de 40 mil anos para se distanciar meros 2 anos-luz do Sol.

Para ajudar as Voyager 1 e 2 em suas viagens, os cientistas usaram os grandes campos gravitacionais dos planetas do Sistema Solar para impulsioná-las adiante e aumentar a sua velocidade original.

Uma das ilustres (Anne’s Astronomy News)

Mas os astrônomos da NASA podem manobrar as sondas a partir de instrumentos movidos por meio de uma substância propelente chamada hidrazina.

O que mantém os equipamentos das sondas em funcionamento são baterias de plutônio que devem durar até o ano de 2020. Até lá, elas continuarão coletando dados científicos pelo cosmos e enviando-os à Terra.

A ideia inicial era de que a missão durasse apenas 4 anos, mas, graças ao desempenho estelar das sondas, o pessoal da NASA optou por estender a vida útil das irmãs indefinidamente.

Ah... os anéis (NASA)

Não importa a distância que as Voyager 1 e 2 percorram — elas são capazes de se comunicar com o nosso planeta através da emissão de ondas de rádio. O único problema é que o envio de dados demora por volta de 18 horas para chegar até aqui!

Ninguém sabe ao certo onde, exatamente, a Voyager 1 se encontra neste momento — além do fato de que ela está em algum lugar do espaço interestelar explorando o que existe nos limites do Sistema Solar e além.

Aliás, a Voyager 1 foi a primeira espaçonave da História a viajar além dos limites do Sistema Solar e penetrar no espaço interestelar — o que aconteceu em 2012.

Onde as Voyagers se encontram – mais ou menos (NASA)

Apesar de ter passado o limite externo do Sistema Solar, a Voyager 1 levará 300 anos só para chegar até a Nuvem de Oort — uma região do espaço repleta de rochas espaciais e pequenos planetinhas que se encontra além da órbita de Plutão — e 30 mil anos para atravessá-la.

Já a Voyager 2 se encontra em algum lugar da heliosfera — uma região periférica da nossa estrela e que é preenchida pelos ventos solares.

As sondas não são as únicas naves humanas a viajar além dos planetas do Sistema Solar. As sondas Pioneer 10 e 11 fizeram isso antes das Voyager 1 e 2, mas já foram deixadas para trás pelas irmãs mais jovens.

Disco banhado a ouro transportado pela sondas espaciais (NASA)

No momento, as duas naves espaciais estão ajudando em cinco pesquisas diferentes: uma sobre campos magnéticos, uma sobre partículas de baixa energia, uma sobre raios cósmicos, uma relacionada com plasma e uma a respeito de ondas de plasma.

As sondas transportam uma espécie de cápsula do tempo na forma de um disco de cobre banhado a ouro que contém imagens da Terra, descobertas científicas, músicas, sons do nosso planeta e saudações em mais de 55 idiomas, entre outras coisas — no caso de que alguma civilização alienígena encontre as espaçonaves em suas viagens.

E se ninguém as encontrar, elas permanecerão viajando pela Via Láctea por toda a eternidade, mesmo depois de a humanidade desaparecer.

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