Estudo aponta para vida inteligente na Terra antes dos humanos

18/04/2018 às 13:392 min de leitura

A Terra é o único planeta que nós temos certeza que pode suportar uma espécie tecnologicamente avançada, mas pouca atenção foi dada à possibilidade de que, durante 4,5 bilhões de anos, nosso mundo tenha produzido mais de uma civilização industrializada.

O climatologista Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, juntamente com Adam Frank, cientista da Universidade de Rochester, resolveram investigar essa suposição e escreveram juntos um artigo denominado “A hipótese Siluriana: seria possível detectar uma civilização industrial no registro geológico?”.

O termo Silurian foi emprestado da série de ficção científica britânica "Doctor Who", o qual se refere a uma raça reptiliana que viveu na Terra milhões de anos antes do surgimento de nossa própria sociedade.

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Marcas do que se foi

Publicado neste mês no International Journal of Astrobiology, o trabalho descreve o tipo de assinatura que uma espécie tecnologicamente competente pode deixar para trás. Schmidt e Frank usam rastros projetados do Antropoceno, a era atual na qual a atividade humana está influenciando processos planetários, como clima e biodiversidade, como um guia para o que poderíamos esperar de outras civilizações.

Vale lembrar que é improvável que quaisquer estruturas reveladoras maciças permaneçam preservadas ao longo de dezenas de milhões de anos de atividade geológica  isso vale tanto para a civilização humana quanto para quaisquer possíveis precursores "silurianos" na Terra.

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Quase imperceptível

Em vez disso, Schmidt e Frank propõem a busca de sinais mais sutis, como subprodutos do consumo de combustíveis fósseis, eventos de extinção em massa, poluição plástica, materiais sintéticos, sedimentação interrompida do desenvolvimento agrícola ou desmatamento e isótopos radioativos potencialmente causados por detonações nucleares.

"Você realmente tem que mergulhar em muitos campos diferentes e reunir o que consegue enxergar", afirma Schmidt. "Envolve química, sedimentologia, geologia e todas essas outras coisas. É realmente fascinante" completa.

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Equação de Drake

O artigo dos cientistas relaciona a hipótese siluriana à equação de Drake, que é uma abordagem probabilística para estimar o número de civilizações inteligentes na Via Láctea, desenvolvido pelo astrônomo Frank Drake.

Uma das principais variáveis da equação é o tempo que as civilizações são capazes de transmitir sinais detectáveis. Uma razão proposta para não termos conseguido contato com uma espécie alienígena é que essa variável de "duração de tempo" pode ser extremamente curta  seja porque civilizações tecnologicamente avançadas se autodestruam ou porque aprendam a viver sustentavelmente em seus mundos de origem.

"É possível que o período detectável de uma civilização seja muito mais curto do que a sua longevidade real, porque você [a humanidade] não pode durar muito tempo fazendo os tipos de coisas que estamos fazendo", explicou Schmidt. "Você para porque estragou tudo ou aprende a não fazer isso. De qualquer forma, a explosão de atividades, o desperdício e as quantidades massivas de rastros são, na verdade, um período muito curto de tempo".

"Talvez isso tenha acontecido 1 bilhão de vezes no Universo", acrescentou ele, "mas se durasse apenas 200 anos todas as vezes, você nunca veria isso", completa Schmidt.

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Hipótese Siluriana

A mesma lógica vale para quaisquer civilizações anteriores que possam ter surgido na Terra, apenas para colapsar em ruínas ou reduzir as atividades que ameaçam sua vida útil. Definitivamente, há algumas lições não tão sutis que os humanos podem tirar desse caminho bifurcado que é, afinal de contas, uma versão industrial do antigo mantra evolucionário: adaptar ou morrer.

Isso, para Schmidt e Frank, é um dos temas centrais da hipótese siluriana. Se pudermos refletir sobre a possibilidade de não sermos os primeiros terráqueos a produzir uma civilização tecnologicamente avançada, talvez possamos apreciar melhor a precariedade de nossa situação atual.

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Descentralização humana

"A ideia sobre o nosso lugar no Universo tem sido esse progressivo distanciamento de nós mesmos do estudo", afirmou Schmidt, citando crenças ultrapassadas, como o modelo geocêntrico do Universo. "É como uma retirada gradual de uma visão totalmente autocentrada, e [a hipótese siluriana] é realmente apenas uma maneira extra de fazer isso."

"Precisamos ser objetivos e abertos a todos os tipos de possibilidades", acrescentou ele, "se pudermos ver o que o Universo realmente tem a nos oferecer", finalizou. 

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