Balde de água fria: estudo aponta que vai ser bem difícil colonizar Marte

01/08/2018 às 07:363 min de leitura

Já faz algum tempo que sabemos dos planos de um dia enviar terráqueos para colonizar Marte, certo? Aliás, existe uma galera envolvida no desenvolvimento dessa ideia — de agências espaciais, passando por cientistas independentes e instituições universitárias, incluindo bilionários progressistas —, uma vez que fixar residência no Planeta Vermelho será um tremendo de um desafio.

Pois um estudo apresentado nesta semana no periódico Nature Astronomy acabou jogando um belo de um balde de água fria nos planos dos que sonham com colonizar Marte. A pesquisa, conduzida por Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado em Boulder, e Christopher S. Edwards, da Universidade do Norte do Arizona, revelou que a terraformação do Planeta Vermelho é um processo basicamente impossível.

Terra... o quê?

Caso você nunca tenha ouvido falar no termo “terraformação”, ele consiste em uma série de ações que — hipoteticamente — resultariam na alteração da atmosfera, clima, solo e uma porção de outras características naturais em Marte para que determinadas regiões do planeta se tornem mais favoráveis e adequadas para o estabelecimento de colônias humanas por lá.

Ideia de colônia marciana(Kotaku)

Em outras palavras, esse processo permitiria transformar artificialmente o ambiente marciano em algo mais... Terráqueo, para que ele se torne mais habitável. Pois é, caro leitor, como se não bastasse alterar a Terra, estão querendo modificar outros planetas, de forma que eles ofereçam condições como pressão atmosférica e composição semelhantes às que temos por aqui.

*Para entender melhor a importância de se ter uma atmosfera, confira uma matéria que publicamos sobre o tema através deste link.

Recursos naturais

Quem defende que a terraformação de Marte é possível se apoia em fatores como o fato de que 96% da atmosfera do planeta são compostos por dióxido de carbono. E o que tem o CO2 com isso? Descobertas recentes revelaram que existe gelo (e possivelmente água) nos polos marcianos — e pode ser que seja possível encontrar gelo e moléculas de água sob a superfície de marciana também.

Projeto de colônia marciana(cnet/SpaceX)

Além disso, os defensores da terraformação acreditam que existam grandes quantidades de CO2 no solo marciano. Sendo assim, esse composto poderia ser usado para criar um efeito estufa no planeta que, por sua vez, permitiria provocar o aquecimento de Marte e, consequentemente, derreter o gelo de forma a conseguir a criação de lagos com água líquida, a liberação de vapor na superfície e a produção de uma atmosfera mais parecida com a nossa. E é aqui que entra o novo estudo.

Não rola

Os pesquisadores consideraram duas abordagens em seu estudo para determinar a viabilidade de se terraformar Marte e torná-lo mais habitável. Uma delas envolveria elevar a pressão atmosférica do Planeta Vermelho para que os colonizadores humanos não tivessem que usar dispositivos muito volumosos para poder respirar por lá, mas sim equipamentos mais portáteis.

A outra abordagem envolveria criar uma atmosfera que permitisse a existência de água em sua forma líquida na superfície de Marte para que, assim, os terráqueos não precisassem usar qualquer aparelho para respirar nas áreas colonizadas.

Colônia humana em Marte(SciFi Ideas)

O problema é que os levantamentos conduzidos pelos cientistas apontaram que, além de a atmosfera marciana ser muito menos densa do que a terrestre, ela conta com uma pressão equivalente a apenas 0,6% da nossa. Além disso, apesar de 96% dela ser composta por CO2, simplesmente não há dióxido de carbono suficiente para gerar o aquecimento global necessário para a criação de uma atmosfera.

Com relação ao CO2 que pode existir no planeta — além do presente na “finíssima” atmosfera —, ele não se encontra acessível e não poderia ser facilmente obtido com a tecnologia da qual dispomos atualmente. Mas, mesmo que fosse possível, o estudo sugere que, se derretêssemos o gelo presente nos polos marcianos, a pressão atmosférica de lá provavelmente dobraria, passando a ser 1,2% da que temos aqui na Terra.

Ainda segundo os pesquisadores, mesmo que conseguíssemos liberar todo o dióxido de carbono presente em Marte, a pressão poderia pular para 7% da nossa, mas, mesmo assim, ela não seria nem perto do suficiente para aquecer o Planeta Vermelho. Obviamente, não podemos descartar a possibilidade de que a tecnologia necessária para terraformar o nosso vizinho seja desenvolvida ou que a Ciência encontre alternativas, mas parece que o sonho de colonizar Marte se tornou mais distante.

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