Cientistas descobrem novas informações sobre o hexágono de Saturno

21/09/2018 às 13:002 min de leitura

Estamos habituados a enfrentar as consequências de fortes tempestades, principalmente no verão. Por uma feliz coincidência, a América do Sul não é um lugar propício para a formação de furacões, que geralmente são devastadores e causam inúmeros transtornos. Esses fenômenos, ainda que agressivos, já são conhecidos por todos, mas você já imaginou qual seria a diferença de uma tempestade que possui formato hexagonal?

Tempestade hexagonal

Desde os anos 1980, quando as duas sondas Voyager foram lançadas com o objetivo de estudar Júpiter e Saturno, os cientistas sabem da existência do hexágono. Ao se aproximarem de Saturno, ambas as espaçonaves registraram tanta informação que dados obtidos entre os anos de 1980 e 1981 só foram analisados em 1988, quando perceberam a existência de algo diferente.

Por mais que a curiosa formação estivesse lá no mínimo há 38 anos, o lançamento de sondas é um processo demorado e caro. Por isso, apenas em 2004, quando a sonda Cassini  alcançou seus objetivos, os cientistas confirmaram a existência da estrutura e receberam uma quantidade considerável de dados para análise.

Além do formato, o tamanho do hexágono é algo incrível. Com 32 mil quilômetros de largura, seria possível posicionar duas Terras dentro dele, e ainda sobraria espaço entre elas. A única certeza é de que existe uma tempestade no centro; por outro lado, não há muitas dicas sobre o motivo de a estrutura possuir lados quase retos, ao contrário do que acontece com fenômenos interessantes aqui na Terra.

Uma das possibilidades levantadas é de que o formato seja resultado do contato que ocorreu entre dois corpos fluidos que, ao girarem em velocidades diferentes, deram origem ao que é visualizado. Outra explicação seria por direção e velocidade das correntes de ar, mas até agora os pesquisadores não chegaram a nenhuma conclusão.

Visões de verão

As informações da sonda Cassini ainda estão em análise, mas, junto com os dados obtidos pelas sondas Voyager, foram suficientes para a elaboração de um novo estudo, que talvez tenha feito algum progresso na busca de uma explicação.

Até pouco tempo atrás, os cientistas acreditavam que a formação estava sob a baixa atmosfera do planeta, mas o material publicado recentemente mostrou que essa estranha tempestade está 290 quilômetros acima da troposfera, chegando inclusive até a estratosfera.

A grande diferença entre as informações obtidas pelas duas sondas foi que, ao orbitar o planeta por um tempo considerável, a sonda Cassini conseguiu registrar dados do hexágono em períodos distintos. Durante as primeiras observações, as leituras infravermelhas (calor) não apresentavam nada relevante, pois era inverno na região e as temperaturas estavam muito baixas.

Com o passar do tempo, a região aqueceu, e o hexágono começou a aparecer em comprimentos de ondas infravermelhos. Observar o mesmo formato em uma altitude tão grande fez toda a diferença. Uma das autoras do estudo, a francesa Sandrine Guerlet, do Laboratoire de Météorologie Dynamique, explicou: “à medida que o vórtice polar se tornava cada vez mais visível na estratosfera, notamos que ele tinha bordas hexagonais e percebemos que estávamos vendo o hexágono pré-existente em altitudes muito mais altas do que se pensava anteriormente”.

Essa constatação foi um enorme passo no entendimento da estrutura, contudo ainda não trouxe os motivos do formato incomum. Outras tempestades foram identificadas na região sul do planeta, mas com formatos convencionais. Os pesquisadores acreditam que exista uma assimetria entre os dois polos, o que explicaria essa diferença, porém apenas uma nova missão conseguiria obter os dados que confirmariam essa hipótese.

A nós, resta incentivar a exploração espacial e sempre buscar mais conhecimento sobre todo o Sistema Solar e o Universo. Para muita gente, isso pode ser algo inútil e sem cabimento, quando consideramos a realidade global, mas descobertas como essa podem mudar nossa vida de um jeito que não podemos nem imaginar.

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