Paleontólogos descobrem na Sibéria passarinho de 46 mil anos

03/03/2020 às 12:002 min de leitura

Caçadores de fósseis descobriram na Sibéria um pássaro tão bem preservado no gelo que imaginaram tratar-se de uma ave morta há pouco tempo. Porém, testes de datação por radiocarbono estimaram a idade do passarinho em 46 mil anos.

A descoberta, revelada em pesquisa publicada por uma equipe de cientistas suecos na revista Communications Biology no dia 21 de fevereiro passado, mostra que o "passarinho de gelo" é o primeiro espécime encontrado de ave que viveu na Era do Gelo, longuíssimo período geológico em que uma redução acentuada na temperatura da Terra resultou na formação de gigantescos mantos de gelo continentais.

De acordo com os paleontólogos Nicolas Dussex, Love Dalén e sua equipe de especialistas do Museu Sueco de História Natural, o passarinho descoberto perto da aldeia de Belaya Gora, no nordeste da Sibéria, é uma fêmea ancestral da cotovia de chifres (Eremophila alpestris) que tem como habitat o norte da Rússia e as estepes da Mongólia.

Fonte: Kennedy News / Love Dalén / Metro)

Uma nova janela

Para o dr. Nicolas Dussex, líder da pesquisa, o achado "abre uma nova janela" que permitirá aos pesquisadores voltar no tempo de uma maneira até então impensável. Acostumado a trabalhar no laboratório com materiais entre centenas e poucos milhares de anos, ele afirma que há uma tendência a fixar um "limite" em torno de uns 15 mil anos. Porém, a descoberta desse passarinho em permafrost representa uma oportunidade de explorar ecossistemas ainda mais antigos.

Consequência do aquecimento global, o permafrost, chamado em português de pergelissolo, tem passado por um processo de descongelamento nos últimos anos, revelando uma exuberância de esqueletos de animais congelados, como mamutes, rinocerontes-lanudos, bisões, entre outros.

Explicam Dussex e seus colegas, no referido artigo, que a importância desses restos mortais para a paleontologia é estabelecer uma melhor compreensão sobre o impacto que as alterações climáticas podem provocar nas espécies, populações e comunidades. 

Além disso, a qualidade de preservação dos tecidos tem permitido a realização de exames de DNA e até mesmo de RNA que podem levar a um entedimento da extinção dos grandes mamíferos no final da última Era Glacial, quando o planeta se encontrava coberto de gelo e neve, bem como a uma compreensão da evolução das subespécies animais. 

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