Novas inscrições são descobertas nos Manuscritos do Mar Morto

25/05/2020 às 12:002 min de leitura

A DQCAAS, sigla em inglês para Rede para o Estudo de Artefatos e Fontes de Arquivo de Cavernas Dispersas de Qumran, organização que estuda os Manuscritos do Mar Morto, divulgou na semana passada um artigo revelando a descoberta de pedaços ocultos de texto em fragmentos que se pensava estarem em branco.

Financiada pela fundação britânica Leverhulme Trust, uma pesquisa recente analisou os 51 manuscritos que o governo da Jordânia presenteou à Universidade de Leeds, no Reino Unido, para análise química, pois se supunha até então que não tinham nenhum tipo de conteúdo. No entanto, a nova investigação revelou a existência de novos trechos escritos.

Alguns dos textos recém-descobertos encontram-se muito esmaecidos e estiveram "apagados" através dos séculos. A professora Joan Taylor explicou sua surpresa quando, olhando para um dos fragmentos com uma lupa, pensou ter visto uma letra pequena e desbotada — um lamed, a letra hebraica 'L'.

O curioso é que a pesquisa inicialmente visava pesquisar o couro e, por esse motivo, os fragmentos foram cortados em pequenos pedaços. Ao verificar o vestígios de letras, a professora Taylor pensou que estivesse alucinando, mas logo se recuperou ao descobrir em outros pedaços de couro vestígios de outras letras.

Montando o quebra-cabeças

Fonte: DQCAAS/ReproduçãoFonte: DQCAAS/Reprodução

O fragmento mais consistente apresenta restos de quatro linhas de texto com 15 a 16 letras precariamente preservadas. No entanto, a palavra "shabat" (sábado) pode ser lida claramente. De acordo com a pesquisa, essa passagem pode estar relacionada ao livro bíblico de Ezequiel.

Os 51 fragmentos foram, então, digitalizados com técnicas de imagem multiespectral, o que revelou a existência de textos em hebraico-aramaico em pelo menos quatro deles, escritos com uma tinta à base de carbono.

A historiadora bíblica alerta, no entanto, que ela e seus colegas estão apenas no início dos trabalhos de interpretação dos fragmentos e entende ser ainda muito cedo para se especular sobre seu completo significado.

Segundo a professora Taylor, as novas técnicas atualmente disponíveis tornaram possível a revelação de textos antigos. Ela confessa: "Senti que precisávamos saber se essas letras poderiam ser expostas". E, embora a recuperação do conteúdo seja apenas parcial, ela diz que são como peças faltantes de um quebra-cabeça há muito perdidas.

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