Seriam as girafas os para-raios da natureza? Estudo sugere que sim

21/09/2020 às 05:002 min de leitura

Como você provavelmente já ouviu falar, os raios procuram o caminho mais rápido para chegar ao chão e, por isso, costumam atingir os lugares mais altos. Essa é a razão pela qual nunca devemos nos proteger embaixo de uma árvore, durante uma tempestade ou pela qual prédios altos tem para-raios. Mas e num campo aberto? Será que uma girafa, com seus mais de quatro metros de altura, poderia atrair a eletricidade e se tornar uma espécie de para-raio da natureza? Um novo estudo científico indica que sim. 

A história começou em fevereiro, quando dois desses animais pescoçudos morreram na África do Sul, atingidos por uma tempestade. Os cientistas já suspeitavam que a altura deles poderia torná-los mais suscetíveis a serem vítimas de raios, mas nunca tinham tido a oportunidade de pesquisar isso mais a fundo, com dados. O acidente de fevereiro foi a "oportunidade" que eles precisavam. Já que os bichinhos morreram, que seja pelo bem da ciência, não é mesmo?

A altura das girafas, ainda mais com esses ossinhos no topo da cabeça, pode atrair os raios em campos abertos (Fonte: Unsplash)A altura das girafas, ainda mais com esses ossinhos no topo da cabeça, pode atrair os raios em campos abertos (Fonte: Unsplash)

Foi um choque para todos

A bióloga conservacionista Ciska Scheijen contou à revista científica NewsScientist que a tempestada que matou as duas girafas pegou todos de surpresa: foi rápida e muito forte, em um dia com tempo bom. Foi um choque (ba-dum-tss).

Prontamente, ela soube que havia algo de errado, quando observou apenas seis girafas — em vez das oito que sempre andavam em bando. Então ela encontrou os dois animais mortos: uma fêmea de cinco anos e outra mais jovem. A mais velha tinha um enorme ferimento aberto em seu crânio, no chifre que as girafas têm no topo da cabeça.

Além disso, a girafa não tinha marcas de queimadura, sua carcaça não tinha sido consumida por animais necrófagos e ela tinha um forte cheiro de amônia, diferente do que deveria cheirar naquela situação. Esses sinais combinam perfeitamente com outro estudo, de 2014, que já tinha analisado a morte de girafas por raios.

Um dos animais mortos tinha um ferimento no topo da cabeça, o que corrobora a hipótese (Fonte: African Journal of Ecology/Reprodução)Um dos animais mortos tinha um ferimento no topo da cabeça, o que corrobora a hipótese (Fonte: African Journal of Ecology/Reprodução)

Ao que tudo indica, a altura da fêmea mais velha, somada ao chifre que adiciona uns centímetros extras, fez com que ela servisse de para-raio naquela situação: de fato, a última vez que os biólogos a observaram, ela estava em um campo aberto, onde ela era o corpo mais alto, o que ajuda a corroborar a hipótese. Já a outra girafa morreu porque estava ao lado da colega e recebeu parte da descarga elétrica, provavelmente.

Mas as observações de Scheijen vão além disso: ela descobriu que as girafas andam distâncias 13% menores durante as chuvas — o que sugere que os bichos podem ficar espertos para não serem atingidos por um raio. Porém, o artigo publicado recentemente não dá nenhuma certeza sobre essa relação entre as girafas e as tempestades, sendo necessários mais estudos para comprovar as hipóteses. 

Por via das dúvidas, nunca fique perto de uma girafa numa tempestade. 

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