Lagostim de mármore clona a si mesmo e já se espalhou pelo mundo

02/03/2021 às 09:002 min de leitura

Uma espécie curiosa e aparentemente inofensiva de lagostim intriga cientistas há 30 anos. A vida do Procambarus virginalis é envolva em questões que só foram respondidas recentemente: afinal, como ele conseguiu chegar a diferentes partes do planeta tão rápido e de que modo ele se reproduz mesmo sem concentração de espécies?

Porém, ele é tão perigoso quanto interesse. O crescimento rápido da população do "lagostim de mármore" (também chamado de lagostim-mármore ou lagostim marmoreado, dependendo da fonte consultada) já resultou até mesmo em banimentos internacionais e medidas de controle para evitar que ele se transforme em uma praga.

O segredo do lagostim de mármore

As primeiras espécies desse crustáceo de 10 centímetros de comprimento foram encontradas na Alemanha na década de 1990, durante uma feira de exposições de animais de aquário. Entretanto, não se sabe exatamente se ele foi gerado lá ou veio dos Estados Unidos, origem de um dos seus descendentes.

O lagostim de mármore não é um animal encontrado normalmente na natureza: trata-se de um híbrido de um lagostim de rio e outra espécie distante. A reprodução resultou em uma mutação que tornou o bicho capaz de realizar partenogênese — uma reprodução assexuada que não exige fecundação e gera "clones" da mãe, com a exata sequência genética.

Lagostim de mármore.Lagostim de mármore.

Essa forma de reprodução é comum em animais que vivem em locais isolados, como ilhas pouco expostas ao contato humano, normalmente em lagartos, peixes e abelhas. É dessa característica o "virginalis" do nome científico do animal.

Como o lagostim de mármore não está ameaçado de extinção ou vive em ambientes inóspitos, a sua propagação foi mais acelerada do que o esperado.

Estudando a clonagem

Quem trouxe os conhecimentos mais recentes sobre a espécie foi o biólogo molecular Frank Lyko, que liderou pesquisas publicadas em 2018 na revista científica Nature Ecology and Evolution.

Segundo o estudo, o lagostim de mármore apresenta três pares de cromossomos em vez de dois, que é comum, e isso permitiu a reprodução contínua e acelerada da espécie.

O lagostim se adapta facilmente a diferentes ambientes.O lagostim se adapta facilmente a diferentes ambientes.

O "paciente zero", que é a fêmea que sofreu a mutação original, gerou uma população que virou quase uma praga na região de Madagascar, sendo encontrada desde os Estados Unidos até o Japão, passando por diversos países da Europa.

Como eles são capazes de se acostumar a diferentes climas e pH da água, a disseminação fica ainda mais fácil.

O espalhamento do animal por vários territórios.O espalhamento do animal por vários territórios.

Agora mais conhecido, o animal pode ter o controle realizado em diferentes regiões. Além disso, a adaptação às mutações pode servir como objeto de estudo sobre o câncer, já que a alteração genética que permite a partenogênese é vista pelos cientistas como uma espécie de formação de tumores.

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