Mutação levou coelhos a andar sobre as patas dianteiras

31/03/2021 às 06:002 min de leitura

Os coelhos da raça saltador de Alfort, que andam sobre as patas dianteiras, intrigam os cientistas há quase 100 anos. Mas agora, um estudo publicado na PLOS Genetics, na última quinta-feira (25), pode ter solucionado o mistério em relação à origem da sua forma curiosa de se locomover.

Segundo a pesquisa realizada por um grupo de geneticistas e biólogos, a raiz do problema está no DNA da raça, originária da França, mais especificamente em uma mutação no primeiro cromossomo, denominado RORB. Esse gene carrega as instruções para a síntese de uma proteína de mesmo nome, cujas funções são relacionadas ao sistema nervoso, podendo “ligar” e “desligar” outros genes.

Caso deixe de funcionar corretamente, o RORB não consegue regular a produção de outras proteínas na medula espinhal, afetando a maneira como ela coordena as mensagens entre o cérebro e os músculos dos membros. Problema semelhante já havia sido identificado em alguns camundongos, em outros estudos, que andavam de maneira inusitada, e até mesmo em certas raças de cavalos com diferentes padrões de marcha.

(Fonte: PLOS Genetics/Reprodução)(Fonte: PLOS Genetics/Reprodução)

No caso dos coelhos saltadores de Alfort, a interrupção das comunicações do sistema nervoso com o restante do corpo faz com que eles flexionem as patas traseiras em excesso, tornando-os incapazes de pular. Dessa forma, o andar de “bananeira” surgiu como uma solução alternativa para a inibição nos movimentos causada pela mutação, conforme a pesquisa.

Como foi feito o estudo?

Para chegar à conclusão de que a anormalidade nos movimentos do animal tem origem genética, os pesquisadores cruzaram um coelho macho saltador de Alfort com uma fêmea branca da Nova Zelândia, que se locomove normalmente. A partir daí, foi feito o sequenciamento de DNA dos descendentes, para descobrir qual era o gene da mutação, chegando ao RORB. 

Vale ressaltar que esses coelhos só ficam de ponta-cabeça quando precisam correr. Ao se movimentar de maneira lenta, eles têm as quatro patas no chão. Os pesquisadores afirmaram ainda que, aparentemente, essa forma alternativa de se locomover não causa dor aos animais, mas poderia fazê-los não sobreviver por muito tempo se soltos na natureza.

Outro detalhe sobre essa raça de coelhos domésticos é que ela tem maior probabilidade de desenvolver problemas de visão, incluindo catarata e cegueira.

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