Como a arma tecnológica que matou cientista está mexendo com o mundo?

23/12/2021 às 04:003 min de leitura

De todos os avanços tecnológicos feitos ao longo dos anos, a criação de uma inteligência artificial é uma das revoluções que mais assustam as pessoas na sociedade. Isso porque o senso comum convive com o medo e a ideia de uma rebelião das máquinas, alcançada através de uma independência intelectual assistida, desde o século XIX, quando a autora Mary Shelley expressou isso em seu livro Frankenstein.

O bilionário Elon Musk já expressou que IA podem ser muito mais perigosas do que armas nucleares pela falta de regulamentação que meçam a relação entre o homem e a máquina.

Então, de repente, o que o Instituto para Informações e Operações Especiais (Mossad), o serviço secreto do Estado de Israel, fez em 2020, começou a aumentar essa ansiedade com relação ao quão longe o homem está indo ao construir seu poderio de inteligência artificial.

O alvo

Mohsen Fakhrizadeh. (Fonte: IsraCast/Reprodução)Mohsen Fakhrizadeh. (Fonte: IsraCast/Reprodução)

Desde 2007, a agência de inteligência do governo israelense assassinou cinco cientistas iranianos através de vários métodos, incluindo envenenamento, bombas detonadas de maneira remota por motociclistas, disferindo tiros nos carros dos alvos, entre outros.

Há anos o serviço secreto tentava eliminar o físico nuclear e cientista iraniano Mohsen Fakhrizadeh, que se aliou ao programa nuclear iraniano e fundou e liderou a Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva, no início da década de 2010, conduzindo pesquisas sobre armas nucleares.

(Fonte: Forbes/Reprodução)(Fonte: Forbes/Reprodução)

Israel retomou os esforços para assassinar Mohsen em maio de 2018, após o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogar o acordo nuclear com o Irã. Contudo, foi só em 27 de novembro de 2020 que finalmente o Mossad teve sucesso em sua perseguição, ao planejar uma emboscada estratégica em uma estrada de Absard (Irã).

Em resposta, o governo iraniano definiu a morte do cientista como “um ato de terror de Estado”, aumentando as tensões na região, fazendo que um projeto de lei para bloquear as inspeções de seu programa nuclear fosse aprovado.

O medo futuro

(Fonte: DNA/Reprodução)(Fonte: DNA/Reprodução)

Em meio a todo esse caos, porém, foi a arma altamente tecnológica com a qual Mohsen foi assassinado que colocou muitas pessoas em alerta. O assassinato do cientista se deu através de uma arma autônoma fixada em uma caminhonete. Ela foi conduzida, carregada e disparada por orientação de um satélite, sem nenhuma operação humana e praticamente nenhum erro — visto que Sedigheh Ghasemi, esposa da vítima, saiu completamente ilesa, apesar de estar a centímetros do alvo.

“O rifle de precisão israelense com uma inteligência artificial não é uma arma 100% autônoma, mas ilustra a promessa e o perigo das armas com IA”, disse Zachary Kallenborn, oficial do Exército dos EUA e consultor sênior do ABS Group, de acordo com uma matéria da Popular Mechanics. “Um cientista de armas nucleares não é um soldado óbvio. O traje de batalha de um cientista é um jaleco ou apenas um terno e gravata”, completou ele.

Como apontou um artigo do The New York Times, esse tipo de inteligência israelense foi considerada “rebuscada demais” até mesmo para eles, apesar de terem a reputação de executarem uma espécie de “magia” técnica quando o assunto é esse.

(Fonte: The Fire Arm Blog/Reprodução)(Fonte: The Fire Arm Blog/Reprodução)

A arma era uma metralhadora FN MAG de fabricação belga, acoplada a um aparato robótico avançado, cujo sistema não é muito diferente do Sentinel 20, um sistema de armas controlado remotamente quase idêntico ao CROWS, feito nos EUA, mas fabricado pela empreiteira espanhola Escribano.

O dispositivo é uma torre não tripulada desenvolvida durante a Guerra do Iraque, criado porque os fuzileiros que viajavam em Humvees escoltando comboios de suprimentos estavam constante e perigosamente expostos à névoa inimiga quando empunhavam suas armas. 

O CROWS permitiu que um metralhador ficasse protegido controlando sua arma com um controle remoto. Uma câmera diurna/noturna permite que o atirador dê zoom em alvos de interesse, detecte fontes de calor e realize ataques a alvos à noite. 

Além disso, o sistema também tem uma liderança automática, permitindo que os artilheiros atirem um pouco à frente de um alvo em movimento para garantir que ele seja atingido.

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