Sabre de luz: qual seria o melhor material para recriar a arma icônica?

04/05/2017 às 08:013 min de leitura

Há algumas décadas, o sabre de luz foi apresentado em “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança”. Com o sucesso da franquia, é claro que uma grande parte do público gostaria de ter uma arma dessas, mas a Ciência estaria pronta para fabricar uma?

Com essa ideia em mente, vieram as primeiras tentativas de fazer a engenharia reversa do dispositivo. Há tempos, uma pesquisa sobre aglutinação de fótons mostrava como os cientistas poderiam criar um sabre de luz.

O que nós sabemos sobre os sabres de luz? Os filmes mostram armas brilhantes de 1,2 metro de comprimento, que contêm uma enorme quantidade de energia e podem derreter rapidamente grandes quantidades de metal. Isso sugere que elas devem ter um fornecimento de energia potente e compacta. Além disso, podem cortar através da pele (e todo o resto do corpo) sem problemas, mas seus punhos não são quentes a ponto de ferir a mão de quem os segura. Dois sabres de luz não passam um pelo outro, e existem diferentes cores de armas cintilantes.

Dadas as informações básicas, o primeiro pensamento óbvio é que, talvez, sabres de luz sejam um tipo de laser. Enquanto a luz normal é feita de fótons que viajam livremente em todas as direções, o laser usa uma fonte de luz e espelhos que retêm e organizam os fótons, formando um feixe de luz concentrado. No entanto, essa hipótese é fácil de ser descartada: lasers não têm um comprimento fixo. Além disso, um laser não tem massa, então não pode interagir com a matéria — portanto, não está de acordo com a arma do filme.  

Laser: um sabre de luz “infinito”

Seriam lâminas de plasma?

Talvez, o material que chegue mais perto do que se deseja é o plasma, um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, no qual uma parte das partículas é ionizada. No plasma, os átomos se encontram tão agitados que perdem os elétrons e ficam carregados. Você já viu exemplos dessa substância por toda sua vida, como nas lâmpadas fluorescentes.

Mesmo parecendo muito legal, é preciso lembrar que os plasmas são muito quentes – na casa dos milhares de graus, o que poderia causar um incêndio ao seu redor. Como ele é eletricamente condutor, pode transmitir uma grande corrente elétrica para o material-alvo, se aquecendo e o derretendo. Embora tal dispositivo seja chamado de “cortador de plasma”, ele age como um condutor que permite o fluxo de corrente elétrica através dele.

Tochas de plasma podem gerar regiões de bastante calor, mas as características elétricas são problemáticas, principalmente por causa da necessidade de ter grandes quantidades de fluxo de corrente elétrica e, como sabemos, sabres de luz não parecem ter essa característica.

Sabres de luz seriam simplesmente tubos ultraquentes de plasma? Não necessariamente, já que um plasma atua como um gás, que se expande e esfria, e como se fosse um incêndio normal. Portanto, se um plasma é a tecnologia-base para um sabre de luz, ela precisa ser contida antes.

Mas, felizmente, há um mecanismo para fazer isso: como o plasma é composto por partículas carregadas (algumas com velocidades muito altas), ele pode ser manipulado por campos magnéticos. Na verdade, algumas das tecnologias mais promissoras envolvidas com a pesquisa da fusão nuclear usam campos magnéticos para conter plasmas. Os campos magnéticos intensos, juntamente com um plasma muito quente e denso, fornecem uma combinação que poderia ser candidata para a criação de um sabre de luz.

Entretanto, se tivéssemos dois tubos de plasma magneticamente contidos, eles poderiam passar um através do outro – o que acabaria com qualquer possibilidade de duelos épicos. Para isso, precisaríamos descobrir uma maneira de fazer um núcleo sólido para os sabres. Além disso, o material que constitui o núcleo precisaria ser impermeável e aguentar temperaturas quentes. 

O poder bruto

Os problemas ainda não acabaram: em “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança”, Obi-Wan corta o braço do  Ponda Baba na cantina, em Mos Eisley, com um único golpe. Isso define algumas restrições graves sobre o quão quente o plasma teria de ser. Além disso, em “Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma”, Qui-Gon Jinn usa seu sabre de luz em uma porta de segurança pesada, fazendo um corte longo e, depois, simplesmente a derretendo. Considerando que a porta é de aço e o tempo que ele levou para aquecer e derreter o material, é possível ter uma noção de quanta energia o sabre deveria ter – algo em torno de 20 megawatts. 

Há ainda outro problema: o plasma seria tão quente que, antes mesmo que alguém pegasse no sabre, sua mão seria instantaneamente pulverizada.

De qualquer maneira, mesmo que não seja possível fazer um sabre de luz atualmente, é interessante observar o quão perto a Ciência está de atingir uma icônica tecnologia de ficção científica. 

*Publicado em 23/12/2015

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