Como dedos amputados crescem novamente em alguns casos?

20/06/2013 às 05:342 min de leitura

Se uma criança perde um pedaço de um de seus dedos, é bem provável que ele venha a crescer novamente, incluindo ossos e unhas. As impressões digitais, porém, serão perdidas. Ainda assim, trata-se de um fenômeno bastante curioso, inclusive para a Ciência.

Estudos recentes, publicados no portal Nature, relataram as análises feitas a partir desses tipos de casos em camundongos e descobriram que a mesma cutícula que fica próxima às unhas tem também uma função importante na formação de novos dedos.

Casos

Fonte da imagem: Reprodução/PCPro

O médico de mãos Christopher Allan, da Universidade de Nova York, afirma que, em crianças, dedos amputados simplesmente voltam a crescer sem que se precise fazer procedimento algum.  Dr. Allan explicou que acompanhou de perto, há alguns anos, o caso de uma garotinha que perdeu as pontas do dedo médio nos raios da bicicleta do irmão. Os pais da criança chegaram a levar a ponta do dedo para o hospital, esperando que ele fosse costurado.

Infelizmente, Dr. Allan não conseguiu fazer a “colagem” da ponta do dedo e optou por esperar que o pequeno membro crescesse novamente. Ele contou que a menina voltou a seu consultório, após algumas semanas, com a velha ponta do dedo em um plástico e a nova, que cresceu sozinha na ponta do membro mutilado. Segundo ele, o resultado ficou melhor do que qualquer procedimento cirúrgico.

Esse tipo de caso em crianças vem sendo relatado desde os anos 70 por médicos ao redor do mundo. Mas isso só acontece se os dedos forem cortados abaixo da cutícula. Se a criança perde também essa estrutura, o membro dificilmente voltará a crescer.

Semelhanças

Fonte da imagem: Reprodução/CNN

No estudo citado anteriormente, cientistas viram semelhanças no processo em camundongos. Mas, no caso desses animais, até mesmo os mais velhos tinham a capacidade de ter as pontas de suas patinhas regeneradas, de acordo com a líder da pesquisa Mayumi Ito. Contudo, para que isso aconteça, é preciso que o órgão amputado permaneça pelo menos com um pouco de unha.

Para descobrir a razão para essa necessidade, Mayumi e sua equipe fizeram pesquisas com células-tronco. A explicação se dá pelo fato de que as unhas, assim como os cabelos, por exemplo, crescem durante toda a vida. Quando um camundongo tem a ponta do dedo amputada, a unha cresce de maneira diferente e forma um novo tipo de garra. Durante esse crescimento, as estruturas ósseas e os nervos também são estimulados a crescer e, então, o novo “dedinho” se forma.

Esses estudos com as células-tronco descobriram também que esse tipo de material pode ser usado em vários casos de regeneração e formação de membros. Mayumi explicou que pretende testar essas células em outros tipos mais sérios de amputações, para ver se elas apresentam os mesmos resultados, mas, antes de tudo, ela quer encontrar esse mesmo tipo de célula em humanos. Talvez a habilidade de regenerar membros esteja literalmente na ponta de nossos dedos.

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