Afinal, quanto frio um ser humano é capaz de suportar?

10/01/2014 às 12:182 min de leitura

As temperaturas caíram e tudo indica que o inverno será intenso no Hemisfério Norte. Uma prova disso foi a neve que caiu em meados de dezembro no Egito – país onde não nevava há mais de 100 anos. Mais recentemente, vimos aqui algumas imagens que nos mostram como o frio intenso chegou com tudo no Canadá e nos Estados Unidos.

Os fortes ventos e a grande quantidade de neve alteraram a rotina das pessoas, interromperam as atividades de aeroportos, fizeram com que algumas escolas fechassem temporariamente e, infelizmente, também causaram mortes por hipotermia. Então, com os termômetros registrando temperaturas tão baixas, fica a pergunta: qual é a menor temperatura que o corpo humano é capaz de suportar?

Uma questão de adaptação

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Não existe uma resposta certa para a pergunta acima, já que os efeitos do frio vão variar de pessoa para pessoa de acordo com o tamanho, o formato do corpo e a quantidade de roupas que ela estiver vestindo. Porém, como regra geral, sabemos que o organismo humano tem dificuldades para se adaptar a temperaturas muito baixas e, quando o termômetro passa a marcar menos de 27 graus negativos, é preciso ficar alerta.

“Em geral, os humanos não se adaptam bem no frio. Algumas respostas fisiológicas ajudam, porém o mais importante é vestir mais e mais roupas”, explica Christopher Minson, fisiologista ambiental da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.

Quando saímos em um dia frio, uma das primeiras reações do corpo é a constrição dos vasos sanguíneos da pele e o desvio do sangue das extremidades para os órgãos internos. Tudo isso consiste em uma tentativa do organismo de diminuir a perda de calor da pele para o ambiente.

As temperaturas do corpo

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Em geral, a temperatura interna média de um humano é 37 °C. Qualquer número menor do que esse representa uma hipotermia. Quando o organismo registra 35 °C é possível sentir os desconfortos causados pelo frio. E é a partir daí que uma hipotermia leve se instala e o corpo começa a ter problemas para manter a temperatura estável.

Quando o número cai para 32 °C, o fisiologista explica que a pessoa começa a apresentar amnésia. É comum que o comportamento do indivíduo pareça irracional e que ele relate uma sensação de queimadura em vez de congelamento. Com uma temperatura interna entre 28 °C e 30 °C, acontece a perda da consciência. A morte pode ser declarada se os órgãos internos chegarem à marca de 23 °C.

Uma das razões pela qual a hipotermia oferece tantos riscos é que as enzimas e os sinais nervosos funcionam adequadamente em um sistema aquecido. Quando ocorre um resfriamento abaixo do normal, tais funções enfraquecem.

Os efeitos do frio intenso

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Além de todas as alterações na rotina das pessoas, o tempo que predomina nesse momento em alguns países do Hemisfério Norte aumenta os riscos de congelamento, que é uma das principais preocupações das autoridades responsáveis.

Quando o índice de resfriamento do vento – que é a sensação do frio conforme sentida diretamente na pele – marca -27 °C, é preciso redobrar os cuidados para que os tecidos não congelem. Cristais de gelo se formam nas células epiteliais e causam danos que podem chegar a matá-las.

Dedos, nariz, orelhas e bochechas são as partes mais vulneráveis, pois as regiões periféricas são as primeiras a apresentarem vasoconstrição e perda de sangue quando expostas ao frio. Também é importante saber que o congelamento pode acontecer quase que instantaneamente quando a pele entra em contato com objetos metálicos, como maçanetas, por exemplo, que acabam mantendo temperaturas muito baixas.

Em resumo, é fundamental estar vestido com roupas suficientes e cobrir as mãos e o rosto para evitar o contato do frio com a pele quando for ficar muito tempo exposto a condições climáticas desfavoráveis. Então, mais importante do que suportar o frio é saber que estar adequadamente agasalhado é o que faz a diferença na hora de encarar temperaturas negativas.

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