A origem do método do banho-maria remete à história da alquimia.

Quem cozinha, sabe: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102468-conheca-a-historia-da-alquimista-que-deu-origem-ao-termo-banho-maria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"banho-maria"</a> é um processo culinário (embora também seja usado na indústria) que consiste em aquecer lenta e uniformemente a substância de um recipiente através do contato com o vapor de água. É usado, por exemplo, para preparar leite condensado, engrossar molhos e derreter chocolate.Mas, afinal, quem seria a tal Maria que deu nome a esse processo muito usado nas cozinhas brasileiras? A seguir, você tem finalmente a resposta a essa dúvida.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123926-o-que-e-o-lo-do-bolo-pao-de-lo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que é o “ló” do bolo pão de ló?</a></li></ul><h2>A origem do banho-maria&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/09/09195618784260.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>O banho-maria remete aos processos da alquimia na Alexandria. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>No francês, o processo se chama de "bain-marie", mas o termo original é "balneum mariae". Há teorias que tentam explicar a origem desse nome, associando-o à Virgem Maria ou à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121033-a-historia-do-sapato-perdido-rumo-a-guilhotina-de-maria-antonieta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maria Antonieta</a>. Porém, o provável é que o termo tenha sido criado por conta de uma alquimista judia que viveu no Egito.A história remete ao antigo Mediterrâneo, em uma época em que a ciência, a magia e a culinária se entrelaçavam. O método costumava ser usado pelos antigos gregos para fazer remédios, e já havia sido descrito por <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109434-dia-do-medico-quem-foi-hipocrates-o-pai-da-medicina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hipócrates</a> no século V a.C.Já no século V d.C., um livro de receitas romano chamado Apicius apresentou pratos que eram preparados na "água quente", método que também era recomendado para manter os alimentos aquecidos — caso os convidados fossem chegar em horários diferentes para um jantar, por exemplo. Acontece que, nessas primeiras menções, o nome Maria ainda não aparecia.<h2>Quem foi Maria?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/09/09195243853258.jpg" alt="Há várias teorias sobre quem seria a Maria do "><figcaption>Há várias teorias sobre quem seria a Maria do "banho-maria". (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Para entender quem foi essa Maria, é preciso compreender um pouco sobre alquimia, uma prática ancestral que envolvia a manipulação de materiais e elementos químicos para compreender as suas propriedades. Um dos objetivos últimos da alquimia era conseguir transformar chumbo em ouro, ou criar o chamado "<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128639-6-praticas-usadas-para-aumentar-a-longevidade-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elixir da vida</a>".Essa tradição se iniciou ainda na Alexandria, no Egito, no início do primeiro milênio. Nessa época, o Egito era uma província romana e possuía grande influência dos gregos. Por volta do ano 300, um alquimista chamado Zósimo de Panópolis escreveu livros sobre o tema que sobreviveram até hoje.&nbsp;Em um desses escritos, ele fala de uma mulher a quem reverencia por sua sabedoria. Zósimo a chama de "a divina Maria", "Maria, a judia", "Maria, a profetisa" e "uma das sábias". Ocorre que os alquimistas escreviam suas obras de forma propositadamente enigmática, e por isso não traziam detalhes sobre quem eram os sábios.É bem possível que a tal alquimista existisse, pois a antiga Alexandria tinha uma vasta população judaica, incluindo mulheres que praticavam essa ciência misturada com misticismo. Mas fontes posteriores tentaram esclarecer quem era a tal Maria. Ela já apareceu em relatos como tutora de filósofos gregos e mesmo como Miriam, que aparece na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123608-a-biblia-sagrada-e-a-mesma-desde-que-foi-escrita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bíblia</a> como irmã de Moisés.De acordo ainda com os escritos de Zósimo, sabe-se que Maria inventou vários dispositivos químicos. Um deles era o kerotaki, um cilindro fechado no fundo do qual havia uma chama que aquecia uma plataforma no centro do forno, no qual era colocada uma massa de mercúrio ou enxofre. Era usado para fazer ligas de metal, de uma forma parecida com o banho-maria.&nbsp;Então, na próxima vez em que você for preparar um pudim utilizando esse método, saiba que isso só é possível por conta da alquimia da época dos antigos egípcios.

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Quem é a Maria do "banho-maria"?

O estudo pesquisou o potencial de sabor nas formigas comestíveis e identificou os químicos responsáveis pelos aromas e texturas.

Uma pesquisa “deliciosa” apresentada recentemente durante a reunião de primavera da Sociedade Americana de Química (ACS) promete não apenas revolucionar o mundo da culinária, com a introduzir novos sabores marcantes para os chefs, além de entregar aos gourmets uma opção nutritiva e ecologicamente correta: formigas comestíveis.Esses insetos, que muitas vezes consideramos "nojentos" aqui no Ocidente, são comuns em muitas cozinhas de outros países, sendo até mesmo considerados iguarias. Nessas regiões, as formigas são geralmente servidas torradinhas, como tira-gosto, ou moídas para acentuar o sabor e a textura de pratos e saladas.&nbsp;No novo estudo, pesquisadores da Universidade Estadual de San Diego, nos EUA, exploraram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128330-durante-o-inverno-formigas-realizam-sacrificio-por-sua-colonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os perfis aromáticos diferenciados de quatro espécies de formigas comestíveis</a>, que possuem sabores únicos e exclusivos. Um dos autores, Changqi Liu, professor de ciência alimentar, diz ter se interessado no assunto "porque certa vez liderei um estudo de campo de verão em Oaxaca, no México", afirma em um release.&nbsp;<h2>Testando os sabores e aromas das formigas</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/5G5KvHOm06Q" title="What makes different ants TASTE the way they do? | Headline Science" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>A surpresa de Changqi Liu foi ter encontrado, no mercado de um país ocidental, diferentes insetos comestíveis. Ao apresentara-los em sua pesquisa, destacou: "Não quero que as pessoas sintam que estão fazendo um sacrifício ao comer esses insetos.&nbsp;Quero mostrar que eles podem realmente ter um sabor muito bom, ao mesmo tempo que são nutritivos e bons para o meio ambiente", conclui.Para testar os diferentes sabores e aromas das formigas, os pesquisadores usaram a cromatografia gasosa e a espectrometria, isolando os compostos voláteis presentes nas amostras. A seguir, compararam os odores resultantes com um olfatômetro, um kit que possibilitou aos cientistas detectar nuances não percebidas pelo olfato humano.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128508-formigas-matabele-produzem-antibioticos-naturais-para-tratar-ferimentos-de-batalha-afirma-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Esses produtos químicos foram posteriormente identificados como feromônios de formigas</a>, uma mensagem química que permite a comunicação entre membros de uma colônia, para finalidades diversas, como marcar trilhas, sinalizar perigos, identificar companheiras de ninho, comunicação, controle social e atrair parceiros para acasalamento.&nbsp;<h2>Qual é o gosto das formigas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19201700400003.jpg" alt="xxx"><figcaption>Formigas Chicatana, parecidas com as nossas tanajuras. (Fonte: Changqi Liu / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Entre as descobertas da equipe, está a de que as formigas pretas comuns apresentam um cheiro ácido e avinagrado, uma alternativa ao nosso vinagre e suco de limão, devido ao seu alto teor de ácido fórmico, um composto secretado nas glândulas de veneno.&nbsp;Já as formigas chicatanas, "primas" de nossas tanajuras,&nbsp;não possuem ácido fórmico, mas um cheiro agradavelmente amadeirado, com tons de nozes e gordura. Segundo os pesquisadores, esse aroma carnudo, muito parecido com hambúrgueres ou salsicha na grelha, se deve à presença de aldeídos, compostos usados como aromatizantes em produtos alimentícios.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126795-as-formigas-do-mundo-realmente-pesam-mais-que-os-seres-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As formigas-tecelãs revelaram um surpreendente aroma doce de nozes e caramelo</a>, o que é causado pela presença de diversos tipos de pirazinas pirróis, cujas propriedades aromáticas são largamente exploradas pelas indústrias alimentícias e de bebidas. Embora ainda exista um longo caminho até que essas delícias cheguem aos nossos pratos, pelo menos um (convidativo) aroma de saúva está no ar.

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Formigas comestíveis: o sabor picante e sofisticado dos pequenos insetos

Descubra por que a carne de píton pode ser a próxima grande tendência culinária, oferecendo uma alternativa proteica viável e ecologicamente correta.

À medida que a demanda por fontes de alimentos sustentáveis aumenta e os desafios ambientais enfrentados pela pecuária convencional se tornam mais evidentes, os cientistas estão explorando alternativas inovadoras. Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, revelou que a criação de pítons para produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118176-5-carnes-exoticas-que-sao-saboreadas-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carne</a> pode ser uma solução promissora. Publicado na renomada revista Scientific Reports, o estudo destaca os benefícios da carne de píton em comparação com a pecuária convencional.<h2>Uma solução eficiente e sustentável para a produção de carne</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/17/17144425782005.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Píton. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As pesquisas demonstraram que as cobras são conversoras extremamente eficientes de alimentos, especialmente de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128167-por-que-vitimas-de-queimadura-devem-comer-mais-proteina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proteínas</a>. Com uma capacidade impressionante de aproveitar ao máximo recursos limitados, como espaço e comida, os pítons destacam-se como uma fonte de carne altamente eficiente. Além disso, sua capacidade de jejuar por longos períodos e manter a massa corporal durante períodos de escassez a torna uma opção resiliente em face das mudanças climáticas e outras perturbações.A criação de pítons apresenta diversas vantagens em termos de sustentabilidade. Comparada à produção pecuária convencional, a produção de carne de píton requer menos recursos hídricos e terrestres, enquanto produz quantidades significativamente menores de resíduos. Essa eficiência na conversão de alimentos em carne torna os pítons uma opção atraente para mitigar os impactos ambientais associados à produção de alimentos.<h2>O alimento do futuro que une sabor, saúde e lucratividade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/17/17144144644004.jpg" alt="Trabalhadores em uma fazenda pítons. (Fonte: Dan Natusch/Macquarie University)"><figcaption>Trabalhadores em uma fazenda pítons. (Fonte: Dan Natusch/Macquarie University)</figcaption></figure></figure>Além de sua eficiência ambiental, a carne de píton também oferece benefícios nutricionais significativos. Rica em proteínas e baixa em gorduras saturadas, ela se destaca como uma fonte de nutrientes de alta qualidade. Os estudos mostram que a carne de píton é comparável em termos de valor nutricional ao frango, tornando-a uma opção saudável para os consumidores preocupados com a dieta.A viabilidade econômica da criação de pítons também é uma consideração importante. Com uma demanda crescente por alternativas sustentáveis à carne convencional e uma capacidade comprovada de rápido crescimento e reprodução, os pítons apresentam oportunidades para os agricultores diversificarem suas operações e aumentarem sua resiliência às mudanças do mercado.Apesar das vantagens evidentes, a adoção generalizada da carne de píton enfrenta desafios significativos. A aversão cultural às cobras como alimento, especialmente em países ocidentais, representa um obstáculo importante. Além disso, questões relacionadas à criação em larga escala e ao bem-estar animal precisam ser abordadas para garantir a aceitação e a sustentabilidade a longo prazo dessa prática.No entanto, os defensores da carne de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121417-piton-6-curiosidades-sobre-uma-das-maiores-cobras-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">píton</a> argumentam que, dada a necessidade urgente de soluções sustentáveis para os desafios alimentares e ambientais globais, é essencial explorar e desenvolver alternativas inovadoras. Com mais pesquisas e conscientização, a carne de píton pode se tornar uma parte importante da dieta global, oferecendo uma abordagem mais sustentável para a produção de alimentos.

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Píton: carne de serpente promete conquistar os consumidores em um futuro próximo

Os ortolans são pequenos pássaros europeus considerados uma iguaria culinária sem igual.

O ortolan é um pequeno pássaro migratório, primo do pardal, que tem o tamanho de um polegar e pesa cerca de 30 gramas. Essa ave pode ser encontrada principalmente na Europa e está envolvida em uma polêmica: ela é consumida como uma iguaria culinária francesa, tal como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123161-foie-gras-5-fatos-sobre-esse-curioso-prato-culinario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foie gras</a>.Supostamente é uma comida tão deliciosa que se alimentar dele compreende um ritual estranho: as pessoas cobrem a cabeça com um guardanapo enquanto consomem o pássaro inteiro, no intuito de bloquear os seus sentidos enquanto desfrutam exclusivamente de seu sabor.Mas há quem diga que as pessoas cobrem a cabeça de vergonha, pois o ortolan tem uma vida muito sofrida até chegar aos pratos – a ponto de a caça do bichinho ter sido proibida na União Europeia.<h2>O sofrimento do ortolan</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18130914001171.jpeg" alt="(Fonte: Netflix)"><figcaption>Cena da série Billions onde os personagens se preparam para comer ortolans. (Fonte: Netflix)</figcaption></figure></figure>O pássaro ortolan é considerado uma iguaria pelo menos desde os tempos dos antigos romanos. Mas a forma como é capturado e preparado para o consumo é realmente terrível: primeiro, os caçadores franceses os pegam com redes chamadas matoles. Isso é feito à noite, que é quando eles saem para procurar comida. Depois de presos, os ortolans são mantidos em gaiolas escuras por três semanas e são forçados a se alimentar apenas de grãos e figos, até que dobrem de tamanho.Quando chegam no ponto desejado, eles são afogados em conhaque Armagnac, depenados, assados e colocados em um prato. É dessa forma que eles vão à mesa, que é quando os clientes cobrem a cabeça com um guardanapo, pegam o pássaro e o consomem em uma única mordida, devorando tudo menos o bico.Segundo o&nbsp;chef francês Michel Guérard, o ortolan "está envolto em gordura que tem sutilmente gosto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/culinaria/37124-8-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabe-sobre-nutella.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">avelã</a>. Comer a carne, a gordura e seus ossinhos quentes, todos juntos, é como ser levado para outra dimensão", afirmou em entrevista ao The New York Times&nbsp;em 2014.O famoso chef <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110442-veja-o-que-esteve-em-alta-em-todo-o-mundo-nas-buscas-do-google-em-2018.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Anthony Bourdain</a> também deu uma descrição parecida do sabor: "é uma espécie de onda quente de gordura, vísceras, ossos, sangue e carne, e é realmente delicioso", declarou em uma entrevista a Stephen Colbert em 2011.<h2>Como surgiu a proibição de caça?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131025896176.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Casal de ortolans. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>Em 1979, a União Europeia proibiu a caça do ortolan e o colocou na lista das espécies protegidas. Isso causou um efeito indesejado: ele se tornou tão raro que os ricos passaram a desejar ainda mais devorá-lo. Conta a lenda que quando o ex-presidente francês <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124136-5-lideres-mundiais-que-governavam-pela-astrologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">François Mitterrand</a> estava à beira da morte, em 1995, ele pediu uma refeição final luxuosa que incluía não um, mas dois ortolans.Já em 1997, o The New York Times divulgou uma notícia sobre um jantar secreto ocorrido na França apenas com comidas "proibidas". Uma delas seria justamente ortolans. Pratos compostos com esse pequeno pássaro também apareceram em séries como Billions e Succession, sempre sendo mostrados para saciar a gula dos milionários.Ocorre que a França proibiu a caça dos ortolans em 1999, mas a determinação só começou a ser colocada em prática cerca de dez anos depois. Ainda hoje, essas aves são capturadas, o que pode significar em breve o fim da espécie.Em 2019, foi publicado um estudo na Science Advances afirmando que dos 300 mil pássaros que migraram naquele ano da França, cerca de 30 mil foram caçados. "Se a caça ao ortolan continuar, isso levará ao seu desaparecimento. Remover 30 mil aves a cada outono da população que atravessa a França constitui uma contribuição significativa para o declínio da espécie", disse Frédéric Jiguet, professor do Museu Nacional de História Natural da França em entrevista à Smithsonian Magazine.

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Ortolan: o pássaro tão delicioso que foi proibido de ser caçado na Europa

A popularização dos programas de competição culinária introduziu novos termos no cotidiano. Confira alguns deles e descubra o que significam.

Bem antes da chegada do <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/280327-max-brasil-confira-producoes-chegam-no-streaming.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">MasterChef Brasil</a> fomentar o desejo entre inúmeros brasileiros de se tornar um chef de cozinha renomado, o cinema e a televisão já davam destaque às panelas. E foi com a popularização desses programas que alguns termos passaram a fazer parte do nosso dia a dia.Se não você, certamente algum conhecido já acompanhou uma destas competições falando para que os cozinheiros "reduzissem" um molho, ou cortassem os legumes em "julienne". Para facilitar sua vida e guiá-lo rumo ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/43100-conheca-7-dos-restaurantes-mais-luxuosos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelato gastronômico</a>, trouxemos dez termos que você deveria conhecer. Confira.<h2>1. Flambar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18194055000345.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Flambar é "incendiar" a comida com álcool no preparo. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>Flambar é um termo gastronômico que também parece um truque de mágica. A palavra vem do francês flambé, que traduzido seria algo como "incendiar". Na gastronomia, um prato é flambado quando nele se insere alguma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bebida alcoólica</a>, geralmente licor ou conhaque, e na sequência é posto fogo com alguma chama.É uma técnica muito utilizada em cozinhas profissionais, com o objetivo de evaporar o álcool e suavizá-lo, deixando apenas o sabor da bebida no alimento.<h2>2. Deglacear</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18194209834346.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Os chefes costumam dizer que esse resíduo que fica na frigideira é onde está todo o sabor, por isso deglacear é importante. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Imagine que você preparou um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126761-3-restaurantes-que-surpreendem-pela-comida-e-pelo-preco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bife delicioso</a>. Com a frigideira suja, você levaria direto para a pia para limpá-la, certo? Se fizer isso, perderá a oportunidade de deglacear.Com origem no francês deglacé, essa técnica corresponde a utilizar algum líquido (como vinho ou água) para retirar resíduos de alimentos grudados no fundo de panelas ou assadeiras. Dessa maneira, todo o sabor concentrado naquele resíduo pode se tornar parte fundamental na elaboração de um delicioso molho.<h2>3. Roux</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18194305140347.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Você pode usar o roux para engrossar o seu caldo. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128066-top-10-piores-comidas-brasileiras-cuscuz-paulista-e-o-campeao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gastronomia</a>, recebe o nome de roux uma mistura feita de partes iguais de farinha e gordura, geralmente manteiga. A mistura é feita em panelas com fogo baixo, ao qual se adiciona lentamente água ou leite até atingir uma mistura lisa e cremosa. Essa técnica é utilizada para espessar (engrossar) caldos e molhos.<h2>4. Confit</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18194432759348.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Tomate confitado é sempre uma delícia. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Outro termo da gastronomia emprestado do francês, confit poderia ser traduzido como "cristalizado". Por muito tempo, essa foi uma técnica utilizada para conservar carnes, que eram imersas em sua gordura. Atualmente, além de carne, legumes e frutas também são "confitados" utilizando gordura (óleo, manteiga ou azeite), calda feita de açúcar ou vinagre.<h2>5. Emulsionar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18194553656349.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A emulsificação é uma técnica usada para fazer maionese. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>Na culinária, dizemos que vamos emulsionar quando unimos dois ingredientes que não se misturam, um deles geralmente sendo gorduroso, como óleo. A emulsificação é feita batendo os ingredientes de forma vigorosa e constante até que o óleo se disperse em gotas pequenas suspensas na água. A técnica é usada, por exemplo, na produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/boa-forma/78087-maionese-vila-ou-amiga-da-dieta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maionese</a>.<h2>6. Reduzir</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18195035455350.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Quando você reduz um molho, ele fica mais denso e concentrado. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>Se pensou que reduzir quer dizer diminuir algo, você está no caminho certo. Essa técnica consiste em fazer a redução da quantidade de líquido presente em um molho ou caldo, de modo que ele fique com o sabor mais concentrado. Sua execução envolve o uso de uma panela em fogo baixo, com a tampa semiaberta para que o líquido possa evaporar.<h2>7. Brunoise</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18195331548351.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Cortar legumes no método brunoise nada mais é que picá-los em "quadradinhos". (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>O nome brunoise parece chique, tem origem francesa, mas significa simplesmente cortar vegetais em cubos pequenos, com uma espessura que não ultrapasse 3 milímetros. É uma técnica bastante simples, utilizada com frequência por cozinheiros profissionais que desejam levar esses alimentos em molhos, sopas e caldos.<h2>8. Panaché</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18195802800354.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Uma comida bem colorida é sempre mais saudável. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>Panaché é um termo que seu nutricionista deve gostar. A razão é que o termo francês é usado para descrever pratos com uma mistura de diferentes cores, especialmente saladas, mas também em pratos salgados.Agora, caso veja o termo usado na carta de bebidas, provavelmente se refira à mistura de cerveja com limonada, semelhante ao drink alemão Radler.<h2>9. Julienne</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18195515886352.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Os legumes da salada podem ser cortados em tiras finas, também conhecido como método julienne. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>Julienne, ou "cortar à Juliana", é um método usado no corte de legumes em que os ingredientes ficam em tiras finas e longas, lembrando <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105903-bola-de-palitos-de-fosforo-ficou-pronta-em-10-e-queimou-em-1-minuto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">palitos de fósforo</a>. Não se sabe ao certo a origem do termo, mas a primeira publicação gastronômica a fazê-lo foi a Le Cuisinier Royal et Bourgeois, de François Massialot's, em 1722.<h2>10. Buquê garni</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18195633677353.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>O "buquê garni" é uma trouxinha de ervas usada para dar sabor às sopas. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Ao ouvir buquê garni, não espere flores. Ele é um conjunto de talos de salsinha, tomilho e louro usado para aromatizar caldos e sopas durante o cozimento. Na verdade, sua composição depende do cozinheiro, mas o ramalhete pode conter alecrim, alho-poró, salsão, coentro, orégano e cebolinha. O buquê garni é retirado antes de servir e descartado.

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Flambar, roux e julienne: 10 termos comuns na gastronomia que você precisa conhecer

A experiência gastronômica espacial ocorrerá a bordo da cápsula Netuno, a 30,5 km de altura.

Procurando um lugar diferente para jantar? A borda do espaço pode ser o seu próximo destino, desde que você tenha US$ 495 mil para gastar por pessoa, o equivalente a R$ 2,4 milhões pela cotação atual. A experiência gastronômica será oferecida a partir de 2025 pela SpaceVip.Conforme anunciou a empresa no dia 15 de março, esse “restaurante no espaço” funcionará a bordo da nave Netuno, a primeira neutra em carbono do mundo. Içada por um balão estratosférico, a cápsula espacial com capacidade para até oito pessoas subirá a cerca de 30.500 m de altura.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19211604048024.jpg" alt="Cápsula Netuno sendo içada até a borda do espaço. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)"><figcaption>Cápsula Netuno sendo içada até a borda do espaço. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A ideia da companhia é levar os <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/216550-turismo-espacial-trampolim-o-espaco-profundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">turistas espaciais</a> para um passeio inesquecível de 6 horas. Durante a viagem, os participantes terão a oportunidade de saborear os mais variados pratos preparados pelo conceituado chef Rasmus Munk, enquanto observam o nascer do Sol a partir da curvatura da Terra.Traje espacial personalizado pela grife francesa Ogier e Wi-Fi para transmitir a experiência gastronômica espacial ao vivo são algumas das comodidades oferecidas pela SpaceVip. Ao final do passeio, a Netuno “descerá lentamente para um mergulho no oceano”, como afirma a empresa, onde um navio estará à espera dos passageiros.<h2>O que tem no cardápio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19211702894025.jpg" alt="A promessa é de uma vista deslumbrante da Terra. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)"><figcaption>A promessa é de uma vista deslumbrante da Terra. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O cardápio do jantar na nave Netuno ainda não foi divulgado, mas certamente será bem diferente das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128490-para-se-alimentar-astronautas-terao-que-levar-moscas-em-expedicoes-a-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comidas de astronautas</a>. Chef do renomado restaurante The Alchemist, em Copenhague (Dinamarca), Munk é famoso pelo preparo de receitas bizarras que levam a debates sobre questões como desperdício de alimentos e sustentabilidade.Essa mesma pegada estará presente nos pratos servidos aos turistas no espaço, para “inspirar o pensamento e a discussão sobre o papel da humanidade na proteção do nosso planeta”, como destaca a organizadora do passeio. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126761-3-restaurantes-que-surpreendem-pela-comida-e-pelo-preco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chef Rasmus</a> também deve se inspirar na exploração espacial dos últimos 60 anos para a elaboração do menu.No momento, não está claro se o preparo das receitas acontecerá com antecedência ou ao longo da viagem. E para acompanhar os pratos extravagantes produzidos pelo profissional com duas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122128-conheca-6-restaurantes-baratos-estrelados-no-guia-michelin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelas Michelin</a> em seu currículo, provavelmente serão servidas bebidas alcoólicas, de acordo com o Mental Floss.<h2>Reservas disponíveis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19211746590026.jpg" alt="Final do passeio. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)"><figcaption>Final do passeio. (Fonte: SpaceVip/Divulgação)</figcaption></figure></figure>As pessoas interessadas em participar do jantar preparado por Rasmus Munk na borda do espaço já podem efetuar a reserva da passagem no <a href="https://www.spacevip.com/22" rel="noopener noreferrer" target="_blank">site da SpaceVip</a>, onde mais informações estão disponíveis. Conforme a empresa, que destinará toda a renda da expedição para a Fundação Prêmio Espacial, não é necessário nenhum treinamento específico.Construída pela Space Perspective, a nave deve realizar os primeiros voos de teste a partir de abril. A previsão é de que a missão inaugural aconteça entre o final de 2025 e o início de 2026, decolando do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105384-kennedy-space-center-completa-50-anos-como-lar-final-de-reliquias-da-nasa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Centro Espacial Kennedy</a>, nos Estados Unidos.

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Empresa oferece "jantar no espaço" com chef Michelin por US$ 495 mil

Se há 2 milhões de anos os primeiros hominídeos se alimentavam do cérebro de animais e até o final do século XX fazíamos o mesmo, por qual motivo paramos?

A questão não é sobre por qual motivo ainda existem pessoas que comem cérebros de animais, mas sim por que os humanos não comem mais&nbsp;(pelo menos não em larga escala)&nbsp;esse órgão? Afinal, em vez de usar pedras afiadas para caçar e raspar a carne dos animais, há 2 milhões de anos, os primeiros hominídeos esmagaram crânios para colher os nutrientes gordurosos contidos na medula e no cérebro dos animais.Às margens do que hoje é o sudeste do lago Victoria, no Quênia, achados arqueológicos dos nossos antepassados forrageadores (que viviam de plantas de pastagem e da carne de mamíferos pré-históricos com os quais compartilhavam o terreno) indicaram o acúmulo de crânios de animais de pequeno e médio porte.<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/260279-cerebro-vertebrado-antigo-encontrado-tem-319-milhoes-anos.htm">Cérebro mais antigo de vertebrado já encontrado tem 319 milhões de anos</a></li></ul>A quantidade recuperada excede significativamente o número correspondente de outros ossos. Isso indica que os crânios dos animais foram separados do restante de suas carcaças, sendo que alguns carregam marcas de uso de ferramentas humanas, provavelmente para abrir as cavidades ósseas e consumir seu conteúdo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06112736600146.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Achados arqueológicos, indicam que o consumo de cérebro de animais era comum, para os povos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>O consumo do cérebro ainda é mais comum em algumas regiões e culturas do que em outras — normalmente em cozinhas asiáticas, como a chinesa, a indiana e a tailandesa, que desfrutam de pratos envolvendo cérebro de porco ou cordeiro.&nbsp;No entanto, também é possível encontrar essa "iguaria" em cidades europeias famosas, como Sevilha, no sul da Espanha. Lá, em um restaurante econômico, é possível encontrar cérebro de bezerro refogado envolto por ovos acompanhado de algumas batatas.Um cérebro típico tem cerca de 80% de água, 10% de gordura e 10% de proteína em peso, ou seja, mais magro do que muitas carnes. Além disso, um quarto de quilo de cérebro bovino contém 180% do valor diário de vitamina B12, e mais 20% de niacina e vitamina C; 16% de ferro e cobre; 41% de fósforo e mais de 1.000% de colesterol – um pouco parecido com uma gema de ovo. Então por que não comer o cérebro em vez de fazer dele apenas objeto de estudo?<h2>Desmaiando de nojo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113305067150.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">A ‘repulsa’ pelo consumo de cérebros de animais, passou a crescer no século XXI. &nbsp;(Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>"A maioria dos miúdos é muito mais fácil de lidar, mas, por alguma razão, cérebros estão em outro nível", disse o repórter Dennis Lee em uma matéria de 2018 para o The Takeout, ao preparar e comer um tradicional sanduíche com cérebro bovino, comum no sul dos EUA.Em 1935, Steven Spielberg já colocava a personagem de Kate Capshaw — Willie Scott — no clássico filme Indiana Jones e o templo da perdição&nbsp;(1984) para desmaiar em um banquete em que são servidos cérebros de macacos congelados. Essa reação reflete a maioria do sentimento de repulsa das pessoas do século XXI, mostrando que a quantidade de importância ética que atribuímos às funções do cérebro o coloca na mesma categoria do coração: de alguma forma, ambos os órgãos se tornaram vitais demais para serem cozidos e servidos para consumo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113344005152.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> Cérebros de animais apareciam com frequência nos livros de receitas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Ironicamente, no ano em que o filme de Spielberg foi rodado, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121720-7-curiosidades-fascinantes-sobre-os-cerebros-dos-animais.htm">cérebros de animais</a> eram bastante comuns no cardápio básico estadunidense. Os miolos cerebrais eram considerados econômicos e suculentos, aparecendo em livros de receitas desde o final do século XIX como “uma boa maneira de aproveitar tudo o que um animal tem a oferecer”.De meados dos anos 1900 até a década de 1970, quando os currais sulistas estadunidenses estavam funcionando e representavam um braço da economia local, os cérebros eram cortes que estavam prontamente disponíveis para a população. Um sanduíche de cérebro frito era perfeito para a classe trabalhadora que possuía jornadas de 12 a 14 horas de trabalho.<h2>O primeiro problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113553471157.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Na metade do século XX, estudos que associavam o consumo da ‘iguaria’ a problemas de saúde, contribuíram para que ela fosse aos poucos retirada do cardápio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Na década de 1950, o pesquisador Ancel Keys conduziu estudos epidemiológicos que sugeriam uma associação entre dieta rica em gordura saturada e o aumento dos níveis de colesterol no sangue, podendo desenvolver placas de gordura nas artérias, conhecidas como aterosclerose. Essa ligação começou a ser estudada no início do século XX, mas só foi compreendida décadas depois.Em seus Estudos dos sete países, Keys forneceu evidências sobre os padrões alimentares e sua relação com doenças cardiovasculares. Esse foi o primeiro prego no caixão do hábito de comer cérebro. Do ponto de vista nutricional, 12 fatias de bacon com dois ovos fritos contêm, 241% da dose diária de colesterol recomendada pelos órgãos reguladores dos EUA, sendo que uma porção de 85 gramas de cérebro de porco ao molho de leite contém, 1170%.Quando esses dados foram passados ao público, o cérebro começou a se tornar um vilão na mesa dos americanos. Afinal, a melhor maneira de degustá-lo era com ovos e batata frita – a receita perfeita para um ataque cardíaco. E isso coincidiu com o desenvolvimento de fritadeiras comerciais mais seguras, que conquistaram a preferência dos americanos em busca de maior "crocância" em seus alimentos, coisa que o cérebro não tem.<h2>O segundo problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113635607159.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">A Doença da Vaca Louca, fez com que o consumo de cérebro de animais, caísse em declínio. &nbsp;(Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>É impossível falar sobre o início do declínio do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128127-4-fatos-fascinantes-sobre-o-cerebro-dos-animais.htm">consumo do cérebro de animais</a> sem passá-lo por uma peneira social. Ainda que os estudos sobre a ingestão de altas quantidades de colesterol diário tenha alertado a população, o pós-guerra do século XX também contribuiu para que as pessoas começassem a torcer o nariz para a ingestão do alimento.Tanto na América do Norte como na Europa, a prosperidade econômica e a intensa industrialização do setor da pecuária tornaram cortes de carne antes considerados selecionados e raros cada vez mais disponíveis aos consumidores. A carne vermelha se tornou "o símbolo do sucesso americano", como definiu o antropólogo David Beriss, enquanto as carnes de órgãos, bem como outras miudezas, passaram a ser vistas como o alimento da pobreza e da luta de classes.Até o início dos anos 2000, o cérebro bovino ainda mantinha certo nível de popularidade, apesar das circunstâncias, mas despencou de vez quando ocorreram vários casos de Doença da Vaca Louca.&nbsp;Cientificamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), é um dos poucos tipos de doenças neurodegenerativas que são fatais e transmissíveis aos seres humanos por meio da carne animal infectada. Ela é causada por uma proteína anormal chamada príon, que se acumula no cérebro e na medula espinhal dos animais afetados.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113744643161.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, proíbe que cérebro e medula espinhal de animais ruminante sejam destinados à alimentação humana. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Esses príons são proteínas que surgem naturalmente, mas na forma anormal associada à doença se tornaram capazes de induzir mudanças na conformação de outras proteínas normais, levando à formação de agregados insolúveis. Estes causam danos aos tecidos cerebrais, resultando em sintomas neurológicos graves nos animais.Os humanos que consumiam produtos contaminados pela proteína anormal contraíram a doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), a forma humana da EEB. Os sintomas incluem problemas neurológicos graves, como alterações no comportamento, distúrbios da marcha, deterioração da função mental e outros sinais de disfunção cerebral.&nbsp;O caminho da doença é a degeneração generalizada do tecido cerebral, afetando múltiplas áreas do cérebro, incluindo o córtex cerebral, o tálamo e o cerebelo. Com isso, funções essenciais, como a capacidade de movimento, pensamento e controle motor, são comprometidas de maneira irreversível<h2>O declínio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06113843337162.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Apesar de não ser um alimento tão popular atualmente, em alguns países, o cérebro de alguns animais, ainda marca presença do menu. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Combinando a percepção que as pessoas passaram a ter do cérebro como um alimento "nojento", a sua alta taxa de colesterol e a aterrorizante ideia de poder contrair a doença da Vaca Louca, o órgão como alimento nunca mais recuperou sua popularidade inicial no gosto público.O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos proíbe o uso de certos tecidos de animais ruminantes, como cérebro e medula espinhal, em produtos destinados à alimentação humana, visando reduzir o risco de transmissão da EEB para os humanos. Em amplo espectro, o país também proíbe a venda de cérebros de vacas com mais de 30 meses.Até hoje, as regulamentações sobre o uso de carne de cérebro flutuam entre cada país, mas, ainda que o consumo tenha saído de moda, o item aparece ainda em alguns cardápios pelo mundo. Em Takashi, no West Village de Nova York, cérebros de bezerros são espremidos de um tubo sobre blinis de caviar (um tipo de panqueca russa). E você, teria coragem de experimentar essa iguaria?&nbsp;

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Por que os humanos quase não comem mais cérebros de animais?

Imagem de O sabor do vinho na Roma Antiga pode ter sido "picante", diz estudo  no megacurioso

Não tendo como degustar diretamente o vinho romano, os autores recorreram às panelas de barro onde a bebida era armazenada

Uma pesquisa publicada recentemente na revista científica Antiquity faz <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128680-arqueologos-descobrem-loja-de-vinhos-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma abordagem inédita dos vinhos da Roma Antiga</a>, através das tradicionais dolia, grandes recipientes de cerâmica&nbsp;“cuja composição, tamanho e forma contribuíram para o sucesso da produção de diversos vinhos com características organolépticas específicas”, diz o estudo.Estudando alguns vinhos contemporâneos tradicionais, como o qvevri georgiano, os autores traçaram um paralelo entre as ânforas nas quais esse vinho atual é armazenado e as dolia. (em latim, dolia é o plural de dolium). O objetivo é responder, via conhecimento enológico moderno, às perguntas: qual a aparência, cheiro e sabor dos vinhos romanos?Sem ter como fazer a degustação diretamente, pois a única garrafa de vinho romano que continua intacta (em um museu da Alemanha) não está disponível, nem “convidativa” após 1,7 mil anos lacrada, a investigação foi feita de forma indireta, através dos recipientes onde o vinum romanum era armazenado.<h2>Comparando vasos de fermentação de Roma Antiga e da Geórgia atual</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig2.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12091146108000.jpg" alt="(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)"><span class="img-fc desc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig2.png">(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103506-a-garrafa-de-vinho-que-esta-fechada-ha-1650-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A dupla de pesquisadores explica sua opção</a>, afrimando que "nenhum estudo examinou ainda o papel destes vasos de barro na vinificação romana e o seu impacto na aparência, cheiro e sabor dos vinhos antigos". Por isso, o primeiro passo foi comparar os vasos de barro romanos com as ânforas (qvevri) utilizadas para fermentar alguns vinhos na Geórgia, no leste europeu.Concluída a comparação, os pesquisadores concluíram que o vinho romano era amarelo-escuro ou de cor âmbar, visto que a base estreita dos vasos impedia que os sólidos da uva tivessem contato com a bebida à medida que ela envelhecia. Quanto ao bouquet (aroma). A&nbsp;fermentação poderia ter produzido um composto químico chamado sotolon, que produz aromas de "pão torrado, maçãs, nozes torradas e curry", diz o estudo.Finalmente, em relação ao sabor do vinho, a dupla diz que, graças à argila porosa (que permite a oxidação), a característica gustativa principal seria picante, refletindo&nbsp;"agradáveis sabores de gramíneas, nozes e frutas secas", combinação capaz de evocar memórias antigas e provocar respostas emocionais.&nbsp;<h2>Qual a importância do estudo comparativo do vinho romano?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig4.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12110932138000.jpg" alt="(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)"><span class="img-fc desc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig4.png">(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)Além de terem uma visão ampliada sobre a verdadeira devoção que os romanos tinham ao vinho, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126781-mitos-e-verdades-sobre-as-orgias-de-gregos-e-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com direito a um deus próprio (Baco)</a>, os autores concluíram que os enólogos da Roma Antiga estavam longe de ser amadores,&nbsp;e tinham um controle total dos processos de fabricação, fermentação e armazenamento dos vinhos.&nbsp;Dizendo que o trabalho mudou muito a "nossa compreensão atual da vinificação romana", Van Limbergen concluiu, em comunicado ao IFLScience: "O valor de identificar, muitas vezes inesperados, paralelos entre a vinificação moderna e antiga reside tanto em desmascarar a suposta natureza amadora da vinificação romana, quanto em descobrir traços comuns em procedimentos de vinificação milenares".

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O sabor do vinho na Roma Antiga pode ter sido 'picante', diz estudo 

Imagem de Qual a diferença entre vinagrete e molho à campanha? no megacurioso

Embora exista uma disputa de títulos para saber qual prato é o original, ambas as receitas apresentam aspectos diferentes

No calor do ver&atilde;o, n&atilde;o h&aacute; nada como realizar um belo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128204-qual-pais-tem-o-melhor-churrasco-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">churrasco</a> entre amigos e familiares, n&atilde;o &eacute; mesmo? Nesses encontros, p&atilde;o de alho, lingui&ccedil;a, queijo coalho e uma bela pe&ccedil;a de carne costumam ser ingredientes indispens&aacute;veis. Mas h&aacute; outra pe&ccedil;a que pode incrementar tudo de bom que existe em um churrasco: o vinagrete, ou o molho &agrave; campanha.
Por&eacute;m, qual &eacute; o nome correto para essa receita? A verdade &eacute; que existe uma disputa regional, mesmo que indireta, pelo nome desse prato. O que muitas pessoas n&atilde;o sabem, no entanto, &eacute; que essas s&atilde;o receitas diferentes que, embora muito parecidas, carregam suas particularidades.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120596-qual-e-o-verdadeiro-cachorro-quente.htm" target="_blank" rel="sponsored">Qual &eacute; o verdadeiro cachorro-quente?</a></li>
</ul>
<h2>Diferen&ccedil;as entre vinagrete e molho &agrave; campanha</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/07/getty-images-07175024783359.jpg" alt="Getty Images" />(Fonte: Getty Images)
Devido &agrave; miscigena&ccedil;&atilde;o entre diferentes culturas e regionalismos no Brasil, o conceito cl&aacute;ssico do "vinaigrette" franc&ecirc;s foi misturado ao molho &agrave; campanha do Brasil. Inclusive, isso fez com que muitos brasileiros acreditassem que ambos sejam o mesmo prato, apesar das receitas mostrarem algumas diferen&ccedil;as marcantes. Se em S&atilde;o Paulo usa-se vinagrete e no Rio de Janeiro molho &agrave; campanha, as diferen&ccedil;as podem n&atilde;o ficar apenas no nome.
O vinagrete &eacute; uma receita que usa a mistura de &aacute;cido com &oacute;leo, somado a uma base de ingredientes que podem remeter a uma salada. Dependendo da regi&atilde;o, os ingredientes usados nessa receita podem variar um pouquinho, mas &eacute; inevit&aacute;vel existir uma mistura de azeites e &oacute;leos com o &aacute;cido de vinagres ou suco de lim&atilde;o.
De acordo com especialistas, um vinagrete s&oacute; pode ser assim chamado se a sua mistura incluir uma medida de &aacute;cido para tr&ecirc;s medidas de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124311-qual-a-melhor-forma-de-se-descartar-oleo-de-cozinha-usado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&oacute;leo</a>. Sendo assim, independentemente do m&eacute;todo de preparo, caso apresente algo diferente disso, j&aacute; pode ser chamado de molho &agrave; campanha por servir como uma adapta&ccedil;&atilde;o.
<h2>Tradicionalismo brasileiro</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05180116038417.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Uma receita tradicional de molho &agrave; campanha deve conter tomates, cebolas e piment&otilde;es picadinhos marinados no <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124637-vinagre-como-limpar-quase-tudo-com-ele.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vinagre</a> e no &oacute;leo. Essa receita se assemelha mais ao pico-de-gallo mexicano &mdash; que costuma levar tamb&eacute;m coentro, pimenta e gr&atilde;os de milho &mdash; ou at&eacute; mesmo ao pebre chileno &mdash; feito com coentro, tomate, cebola, vinagre e pasta de pimenta.
Em outros pa&iacute;ses, o molho &agrave; campanha tamb&eacute;m pode ser chamado de "brazilian sauce", o molho brasileiro tradicionalmente servido com carnes e churrasco. Sua varia&ccedil;&atilde;o de ingredientes e formas de preparo &eacute; infinita, assim como os pratos que ele pode acompanhar. Isso mostra bastante a variedade cultural do Brasil e como a receita pode se adaptar a cada regi&atilde;o.
J&aacute; o tradicional vinagrete franc&ecirc;s, por sua vez, &eacute; mais visto como uma emuls&atilde;o que utiliza l&iacute;quidos de diferentes densidades e muitas vezes tamb&eacute;m acrescido de mostarda Dijon. Na cultura francesa, esse molho serve mais como um acompanhamento para saladas do que para carnes. Logo, em termos gerais, o que n&oacute;s mais vemos por a&iacute; em territ&oacute;rio brasileiro &eacute; o nosso tradicional molho &agrave; campanha, e n&atilde;o o vinagrete franc&ecirc;s. Mas quem realmente liga para isso se o importante mesmo &eacute; saborear essa deliciosa receita com algo bem suculento, n&atilde;o &eacute; mesmo?

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Qual é a diferença entre vinagrete e molho à campanha?

Imagem de Amélia: a imperatriz que transformou o hábito de tomar café no Brasil no megacurioso

Poucas pessoas sabem como a jovem princesa franco-bávara que se casou com Dom Pedro I revolucionou os costumes brasileiros

<head></head><body>Atualmente, mais de 2,25 bilhões de xícaras de café são consumidas diariamente no mundo. O Brasil é o país que lidera o ranking de maior exportador da commodity, com 39,247 milhões de sacas de 60 kg de café só em 2023, como apontou o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).O principal destino do café produzido pelos brasileiros, de janeiro a dezembro do ano passado, foi para os Estados Unidos, onde a indústria do café chega a mais de US$ 80 bilhões, podendo crescer quase 5% até o ano que vem. Isso faz sentido, uma vez que 400 milhões de xícaras de café são degustadas diariamente no país, onde 66% dos seus habitantes consomem o produto.Apesar de o Brasil não figurar o ranking dos países que mais consomem café no mundo, a relação do brasileiro com a bebida é histórica. Hoje, tomar um café é sinônimo de socialização, aproximação, afeto e união para os brasileiros. A pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em parceria com o Instituto Axxus, mostrou que 97% dos brasileiros preferem consumir o café ao acordar. Poucos sabem, no entanto, que nem sempre foi assim. A&nbsp;imperatriz Amélia de Leuchtenberg transformou o hábito de tomar café no Brasil.<h2>Uma nova vida</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29172315427296.jpeg" alt="Imperatriz Amélia de Leuchtenberg. (Fonte: Brasiliana Iconográfica/Reprodução)">Imperatriz Amélia de Leuchtenberg. (Fonte: Brasiliana Iconográfica/Reprodução)Para entender a influência de Amélia na história da cultura brasileira, é necessário viajar no tempo, para o ano em que ela nasceu, em 31 de julho de 1812, em Milão, na Itália. Filha do casal Eugenio de Beauharnais e de Augusta Amélia, ambos eram parte da realeza, uma vez que o pai de sua mãe era Maximiliano José, o rei da Baviera, e seu pai era o Duque de Leuchtenberg, filho adotivo de Napoleão Bonaparte. Após a morte de Napoleão, sua família se viu forçada a deixar Munique porque o parentesco com o antigo líder militar francês não era mais o suficiente para reconhecê-los como nobreza.A oportunidade de a família se manter no alto escalão apareceu em dezembro de 1826, com a morte da Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I do Brasil. A pedido do imperador, Marquês de Barbacena foi encarregado de procurar uma "mulher de alta linhagem, com beleza, educação e juventude" para ocupar o lugar da falecida no trono. No entanto, poucas princesas disponíveis preenchiam todos os requisitos, além de que a imagem de Pedro I na Europa não era boa devido ao seu notório envolvimento adúltero com a Marquesa de Santos.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29172417219297.jpg" alt="Dom Pedro I. (Fonte: Exame/Reprodução)">Dom Pedro I. (Fonte: Exame/Reprodução)Após a recusa de 8 princesas a sua proposta de casamento, Pedro I concordou com Barbacena em diminuir suas exigências e buscar apenas uma noiva que fosse "bela e virtuosa". Foi assim que Amélia entrou em cena. O Marquês de Resende, enviado para confirmar os atributos da jovem, afirmou a Pedro I em uma carta que o único defeito da jovem era sua "linhagem real defeituosa", mas que tinha um corpo muito bonito, além de ser culta e sensível, considerada "uma das princesas mais bem-educadas e preparadas da Alemanha", como noticiou o London Times na época.O casamento foi rapidamente arranjado em 1828, assinado na Inglaterra e ratificado pela mãe de Amélia em junho. Em julho do mesmo ano, uma cerimônia simples foi realizada em Munique, uma vez que a jovem decidiu doar todo o dinheiro disponibilizado por Pedro I a um orfanato da cidade.Em 16 de outubro de 1829, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg desembarcava na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para sua nova vida e para fazer história na cultura do Brasil.<h2>Fazendo história</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/31/31170931245295.jpg" alt="(Fonte: Alesp/Reprodução)">(Fonte: Alesp/Reprodução)Até hoje, pouco se fala sobre a essencialidade de Amélia na vida do viril e mulherengo Pedro I, apenas do legado de Maria Leopoldina e da amante Domitila de Castro, depois feita Marquesa de Santos. A partir do momento em que Amélia pisou no Brasil, ela se transformou em um personagem influente e decisivo nos momentos conturbados que marcaram o fim do Primeiro Reinado, em 1831.Em questões políticas, a jovem princesa franco-bávara sugeriu que Pedro I se aproximasse do Partido Brasileiro, na época insatisfeito com a maneira como o imperador flertava com o Partido Português. Foi considerada uma mãe excepcional ao garantir que sua única filha, Maria Amélia de Bragança, completasse o ensino superior, naquela época proibido para mulheres até mesmo abastadas ou membros da corte. Sua filha se tornou a primeira mulher brasileira a se formar em física e astronomia, simplesmente porque Amélia teve coragem de desafiar o sistema para fazer as coisas funcionarem da maneira como deveriam.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/31/31171013748296.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Além disso, a imperatriz foi uma verdadeira "influencer" ao lançar várias tendências, como atém mesmo descreveu a escritora luso-brasileira Cláudia Thomé Witte, em seu livro&nbsp;D. Amélia: a História Não Contada. Após a chegada ao Rio, sua obsessão pela cor-rosa-de-rosa fez esgotar os estoques de tecidos, comprados por mulheres da corte que desejavam estar a sua altura. Em suas bodas, ela se vestiu de branco pela primeira vez na história, dando início a tradição de se casar assim, muito antes que a rainha Vitória (1819-1901), que muitos acreditam que fez primeiro.Entre essas e tantas tendências que começou, tomar uma xícara de café forte após o almoço foi uma das que mais se destacou e enraizou na cultura popular brasileira. Na época, o desjejum consistia em um copo grande de café forte e uma refeição com carne e legumes. Depois do almoço, as pessoas normalmente consumiam uma bebida alcoólica, um licor ou vinho do porto, mas Amélia preferiu seguir com seu hábito alemão.Sendo assim, os membros da corte brasileira passaram a imitar a imperatriz ao vê-la tomar sua xícara de café pós-almoço, e foi uma questão de tempo para a população começar a fazer o mesmo. O costume atravessou gerações e se mantém presente ainda hoje.<h2>Os últimos anos</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/31/31171057349301.jpg" alt="Amélia e sua filha. (Fonte: Rainhas Trágicas/Reprodução)">Amélia e sua filha. (Fonte: Rainhas Trágicas/Reprodução)O pouco tempo que Amélia ficou no Brasil foi o suficiente para que causasse uma verdadeira revolução nos costumes. Em 1831, quando Pedro I abdicou do trono e seu filho, Pedro de Alcântara, o assumiu, a imperatriz já estava grávida. O casal então seguiu para Paris, onde foram recebidos com honras, mas Pedro I preferiu abandonar sua esposa e partir para Londres.Amélia ficou na Cidade Luz com Dona Maria da Glória e Dona Isabel Maria, a Duquesa de Goiás. Dez meses depois, a imperatriz deu luz à Maria Amélia. A primeira e única filha se transformou na razão da vida da imperatriz, que nunca mais se casou e decidiu dedicar seus dias à caridade.No auge dos seus 22 anos, Maria Amélia se casou com o arquiduque Maximiliano da Áustria, mas logo começou a apresentar sintomas de tuberculose. Infelizmente, a doença a alcançou e ela sucumbiu, em fevereiro de 1853.Em sua homenagem, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg financiou a construção de um hospital intitulado Princesa Dona Maria Amélia. Depois, ela se mudou para Lisboa, onde faleceu aos 60 anos, em 26 de janeiro de 1873.</body>

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