Zâmbia: onde as crianças podem receber os nomes mais sinistros do mundo

26/04/2017 às 13:062 min de leitura

Nem todo mundo gosta do nome que tem, não é verdade? Afinal, o que não faltam por aí são pais que decidem usar toda a sua criatividade e imaginação na hora de batizar os filhos — e o resultado quase sempre acaba em pessoas que simplesmente detestam como se chamam! Entretanto, o excesso de originalidade não é bem o problema na Zâmbia, país notório por dar alguns dos piores nomes do mundo às suas crianças.

De acordo com a BBC, é comum que as crianças desse país africano — e também do vizinho Zimbábue — recebam nomes (do idioma nguni) como Mulangani, Chilumba e Balaudye. E a questão aqui não é, em absoluto, a forma como eles possam soar aos nossos ouvidos, mas as suas traduções: “aquele que deve ser punido”, “a tumba de meu irmão” e “serei devorado”, respectivamente.

Você quer mais exemplos? Tem quem receba o nome Soca, que significa “má sorte”, Chisonis, cuja tradução é “tristeza”, Chimwamsozi, que quer dizer “bebedor de lágrimas”, Chakufwa ou “está morto”, Komasi, que é “mate-o” em nguni, e Komaniso — ou “mate-o também”. Sinistro, não é mesmo? Mas, e por que razão as pobres crianças são chamadas dessa maneira?

Questões culturais

Segundo o pessoal da BBC, nas regiões rurais da Zâmbia é bastante comum que os chefes das comunidades ou os avós das crianças sejam convocados para decidir sobre os nomes dos bebês. Além disso, na cultura local, o habitual é que as escolhas reflitam as circunstâncias em que os pequenos nasceram, assim como o que os líderes e anciãos das aldeias pensam sobre a situação ou sobre a família da criancinha.

Imagine! Dar um nome como "Mulangani" a uma fofura dessas!

Portanto, se os líderes e avós acharem, por exemplo, que um casal está tendo mais filhos do que poderia sustentar — ou desejem castigar a família pelo que quer que seja —, isso pode transparecer na escolha do nome.

E falando em circunstâncias tristes, elas não faltam na Zâmbia. De acordo com a BBC, o país foi fortemente afetado pelo HIV e a Aids e, embora o número de infectados tenha caído nos últimos anos, a estimativa é de que 55 mil adultos e 5 mil crianças tenham contraído a doença só em 2015. Ademais, levantamentos apontam que 380 mil crianças se tornaram órfãs e 85 mil vivem com o vírus atualmente.

Raízes culturais

Por outro lado, vale destacar que, assim como as birras e as circunstâncias turbulentas podem resultar na escolha de nomes negativos, a harmonia e os momentos felizes podem dar lugar a escolhas positivas. Entre elas estão exemplos como Kangachepe Banda, que é “riqueza” em nguni, Daliso, que significa “bênçãos”, e Chikondi, cuja tradução é “amor”.

Outra curiosidade é que também existem muitos zambianos que acabam se convertendo ao cristianismo, renunciando aos nomes tradicionais e sendo batizados com novos, como Maria, João e José. Essa opção nem sempre é bem recebida, já que muitos acreditam que os nomes devem ser mantidos não só em respeito à tradição e aos anciãos, mas como garantia de proteção ancestral. Entretanto, isso é algo fácil de ser dito pelos Daliso, Chikondi e Kangachepe Banda da vida, você não acha?

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