Tapeçaria da Idade Média mostra que tamanho é documento

16/08/2018 às 14:052 min de leitura

Praticamente tudo que produzimos atualmente está online. Mesmo que ocorra uma catástrofe sem precedentes, por exemplo, no Museu do Louvre, possuímos o registro das obras através de fotos e vídeos, além das análises minuciosas feitas por pesquisadores que procuram saber mais sobre a época em que cada obra de arte foi criada.

Felizmente, a Tapeçaria de Bayeux não sofreu nenhum dano permanente até hoje. Com mais de 9 séculos de idade, ela retrata a invasão normanda da Inglaterra por Guilherme, o Conquistador. Diversas análises já foram feitas, mas nenhuma até hoje tinha focado em um detalhe crucial das representações: a presença extensiva de pênis.

Tapeçaria histórica

O responsável pela contagem dos pênis foi o professor de História Medieval da Universidade de Oxford, George Garnett. Dentre os 626 humanos e 190 cavalos representados na tapeçaria, existem 93 pênis, sendo 88 de equinos e os 5 restantes, de pessoas.

O professor acredita que os responsáveis pela execução da peça eram homens, sugerindo que “esse é exatamente o tipo de coisa que seria familiar para qualquer um que tenha passado algum tempo em uma escola exclusiva para meninos, tornando improvável a possibilidade de que tenha sido desenvolvido por uma mente feminina”.

Em sua pesquisa, ele procura saber mais sobre a continuidade da forma de pensamento de homens e mulheres por longos períodos da História. Para Garnett, a grande dúvida é se essa profusão de pênis na obra significa algo mais do que apenas a mentalidade adolescente do responsável pelo trabalho.

Como todo material histórico, existe outro ponto de vista, e nesse caso quem sugere novas possibilidades é o professor Andrew Lear, que já lecionou nas Universidades de Harvard e Columbia, nos EUA. Atualmente, ele organiza excursões de história da arte, focadas na história gay, e acredita que a tapeçaria possa ter um significado mais amplo. "Algo que parece imaturo para nós pode não ter sido imaturo em outros períodos".

Virilidade explícita

Mesmo que as representações fálicas tenham sido colocadas na tapeçaria como uma brincadeira, seguem um padrão que faz sentido. Os dois protagonistas da obra  o rei anglo-saxão Haroldo e William, o Conquistador  possuem os cavalos com os maiores pênis.

Em um texto publicado no Historyextra, Garnett escreveu que “são claras as insinuações de que a virilidade dos dois protagonistas é refletida em suas respectivas montarias. O duque William tinha que ser o indivíduo de destaque em todos os aspectos, inclusive quanto ao pênis de seu cavalo".

Nesse aspecto, de acordo com a análise do professor, não vivemos em uma sociedade tão diferente da representada na tapeçaria, pois a relação entre força e tamanho do pênis ainda é algo assimilado pela maioria. Mesmo assim, essa não é uma associação sempre presente em outras culturas.

Para os gregos, a representação de um pênis pequeno em uma escultura significava que aquele homem era ativo e tinha autocontrole, pois conseguia priorizar a razão, quando tentado pelos instintos. Já a arte erótica japonesa mostra pênis representados de forma exageradamente grande, mas sem nenhuma ligação disso com outros atributos, como força ou poder.

Durante os quase mil anos que nos separam da Tapeçaria de Bayeux, evoluímos em diversos aspectos essenciais, que proporcionaram condições para o nosso nível tecnológico atual. Mesmo assim, a associação entre pênis e vitórias militares se mantém até hoje.

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