Planeta dos Emus? Na Austrália já houve uma guerra entre homens e aves

17/02/2018 às 13:002 min de leitura

A Primeira e a Segunda Guerra Mundial são dois dos episódios mais estudados da história da humanidade, mas o que pouca gente sabe é que entre esses dois eventos desastrosos outra guerra foi travada: a dos homens contra um “exército” inusitado, o dos emus.

O ano era 1932 e o local, a Austrália, terra de animais selvagens exóticos que se dividem entre os considerados fofos e bonitinhos, como os coalas ou os cangurus, e outros tantos que metem medo na maioria das pessoas, como crocodilos, cobras, aranhas e outros insetos gigantes. O emu é um desses animais que só existem por lá e, assim como em outras guerras do mundo, foi uma disputa territorial que deu início ao inacreditável conflito.

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A região vivia um período de seca, e os emus, em pleno período de acasalamento, precisavam de terras mais férteis e com abundância de água. Nessa busca, um bando de cerca de 20 mil emus encontrou no distrito de Campion, na Austrália Ocidental, o local ideal para seguir com o processo reprodutivo. O problema é que esse “paraíso” era formado por grandes plantações de fazendeiros que haviam sido incentivados pelo governo a expandir seus negócios após a Grande Depressão de 1929.

Como você pode imaginar, não demorou muito para que a relação entre homens e emus virasse um inferno. Com até 2 metros de altura (quase tudo de perna), um emu adulto pode correr a 50 km/h. Ou seja, cercá-los é uma tarefa praticamente impossível. O uso de veneno e armadilhas não surtia grande efeito, e as plantações eram devoradas pelas aves antes mesmo que a colheita pudesse ser feita. Era hora de declarar guerra.

Grupos de soldados que viviam na região e haviam servido na Primeira Guerra Mundial se encontraram com o Ministro da Defesa australiano e tiveram o pedido de ajuda aceito: voltaram para casa munidos de metralhadoras e com a certeza da vitória. Para se ter ideia, até uma produção cinematográfica estava prevista para mostrar à população o sucesso do exército naquela missão.

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Acontece que atingir os emus não era nada fácil: primeiro pela velocidade das aves, que desviavam das balas e se distanciavam dos tiros com certa facilidade, segundo pela qualidade das armas, que não tinham grande alcance e emperravam com frequência.

Na época, até o major encarregado da missão se rendeu às “táticas de guerrilha” dos emus. “Se nós tivéssemos uma divisão com capacidade para aguentar uma artilharia como esses pássaros, poderíamos combater qualquer exército do mundo. Eles enfrentam nossas metralhadoras com a invulnerabilidade de um tanque”, declarou na época.

Após mais de 1 mês de “batalhas” e quase 10 mil balas disparadas, a investida do exército foi cancelada. De acordo com os documentos oficiais, 986 emus foram mortos e outros 2,5 mil tiveram ferimentos que levaram à morte. O lado australiano, claro, não teve baixas.

Após o fracasso na “guerra”, uma série de muros e cercas foram erguidos e caçadores de recompensas, incentivados a caçar as aves. Os resultados foram muito mais expressivos e, até 1934, cerca de 60 mil emus haviam sido dizimados na Austrália. O incentivo à caça durou até os anos 1960 e, depois de muita pressão internacional por proteção da espécie, em 1999 os emus foram finalmente protegidos por lei.

Hoje em dia, estima-se que a população de emus seja de cerca de 700 mil indivíduos. E aí, dá para dizer quem ganhou essa guerra?

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