Vinho com cocaína: a mistura que encantou papas e presidentes

01/04/2021 às 07:002 min de leitura

Antes de a cocaína ser vista como uma droga utilizada escondida nos banheiros de festas elegantes ou como meio de escape do estresse pelos investidores da bolsa de valores, seu papel na sociedade era completamente diferente. Na maioria dos casos, era socialmente aceitável usar um pouco do pó branco para conseguir um "combustível extra" para o dia.

O estimulante produzido através das folhas de coca podiam ser encontrados nas receitas de tônicos, refrigerantes e até mesmo fórmulas infantis. Entretanto, uma bebida em específico parecia fazer sucesso entre grandes nomes: Vin Mariani, a marca de vinhos que continha cocaína em suas garrafas.

A explosão do Vin Mariani

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Desenvolvida pelo químico e produtor de vinho frânces Angelo Mariani, a Vin Mariani era uma marca em crescimento. Em meados de 1800, a bebida circulou amplamente na França, nos Estados Unidos e na Itália, onde tanto o Papa Leão XIII quanto o Papa Pio X eram bebedores entusiastas.

Na verdade, o Papa Leão XIII gostava tanto da criação de Mariani que decidiu ir a público endossar o seu consumo ao inventar o prêmio de uma "medalha de ouro em reconhecimento aos benefícios recebidos de Vin Mariani". Pelo visto, os efeitos da cocaína fizeram com que a Vossa Santidade passasse a criar honras inexistentes.

O vinho foi introduzido pela primeira vez em 1863 e foi a solução de Mariani para extrair os benefícios das folhas de coca sem a necessidade de mastigá-las com limão, que era necessário para extrair a droga. A fórmula do vinho também contava com um pouco de conhaque e bastante açúcar para balancear o sabor da cocaína. 

Expansão para o mundo

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O Vin tonique Mariani à la Coca de Pérou, edição mais famosa de Mariani, teve problemas para crescer nos Estados Unidos. A sua fórmula, que contava com 6 mg de cocaína para cada 30 mg de bebida, nem se comparava com a quantidade utilizada para a produção das bebidas de coca norte-americanas.

Foi então que o francês decidiu aumentar as doses de cocaína para se manter competitivo. Não demorou muito para que, além dos papas, outras pessoas relevantes mostrassem interesse pelo drink. O 18º presidente dos EUA, Ulysses Grant, o empresário Thomas Edison e o escritor Jules Verne entraram para a lista de admiradores do vinho francês.

O vinho fazia parte da mania da cocaína que começou na década de 1860, quando a droga foi anunciada como um remédio para todos os males. O aumento da legislação sobre drogas no início do século XX interrompeu em grande parte o uso de folhas de coca em produtos sem receita, e a cocaína não teve um ressurgimento até os anos 1970.

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