Peixinho-do-buraco-do-diabo é uma das espécies mais solitárias do mundo

29/06/2016 às 14:332 min de leitura

O peixinho-do-buraco-do-diabo é uma das criaturas mais fascinantes da Terra. Chamado cientificamente de Cyprinodon diabolis, o animal sobrevive no deserto de Mojave, nos Estados Unidos – um dos lugares mais áridos do planeta! Existem apenas 50 indivíduos dessa espécie, que chega a medir 2,5 centímetros de comprimento.

O que torna esse peixe tão especial é que ele fica em um buraco bastante pequeno – provavelmente pouco maior do que a sala da sua casa. Durante milhares de anos esse foi seu lar, tornando-o um dos animais mais solitários e isolados da Terra! Dá para acreditar na beleza da natureza com histórias como essa?

Tantas particularidades faziam os cientistas se perguntarem: “Mas de onde é que esse peixinho veio?”. A morada é em um lugar chamado Buraco do Diabo, no estado de Nevada (EUA). Cerca de 15 metros abaixo da abertura (a única da caverna de pedra calcária), encontra-se uma piscina sem nenhuma outra ligação subterrânea.

Buraco do Diabo, no deserto de Mojave, em Nevada, é a morada desse peixinho espetacular

De onde ele veio?

A resposta parece finalmente ter sido encontrada. Em uma das extremidades dessa piscina, encontra-se uma pedra de calcário de 3 metros de largura por 6 metros de comprimento – única fonte de alimentação do peixe, que é a espécie com a menor área de distribuição demográfica do planeta.

Isso tinha feito os pesquisadores acreditarem que os peixinhos se desenvolveram ali durante milhares de anos, mesmo com condições bem adversas: baixo nível de oxigênio, temperaturas constantemente acima dos 30 °C e mudanças esporádicas no nível da água. Estudos posteriores sugeriram que o peixinho-do-buraco-do-diabo foi colocado ali por índios nativos da região, há relativamente pouco tempo.

Caso essa fosse mesmo a verdade, o animal não seria assim tão exótico... mas ainda restavam dúvidas. Uma nova teoria elaborada por pesquisadores da Universidade da Califórnia comparou o DNA do peixe com o de seus “primos” mais próximos, na tentativa de determinar uma data de quando foi que eles se diferenciaram.

Peixinho-do-buraco-do-diabo tem pouco mais de 2 centímetros de comprimento

Conclusões

De acordo com os cientistas, o Cyprinodon diabolis se separou do Cyprinodon radiosus e do Cyprinodon nevadensis mionectes entre 50 mil e 80 mil anos atrás – “coincidentemente” no mesmo período do aparecimento do Buraco do Diabo, que foi entre 50 mil e 60 mil anos atrás. Esse colapso que deu origem à caverna sugere que os peixes estão ali durante esse tempo todo!

A estimativa é muito maior, inclusive, do que se pensava anteriormente: os cientistas achavam que os peixinhos estavam ali há cerca de 10 mil anos. Essa nova comprovação mostra a importância de se preservar essa espécie, que diminuiu de 400 indivíduos na década de 1970 para cerca de 50 atualmente, tornando-se uma das mais raras do mundo.

A situação já esteve pior, quando existiam apenas 30 desses peixinhos no planeta. Mesmo assim, os biólogos estão desenvolvendo estratégias para conseguir salvar o peixinho-do-buraco-do-diabo de sua extinção completa. Vamos torcer para que consigam!

Precisamos urgentemente salvar o peixinho

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