O que aconteceria se os oceanos da Terra desaparecessem de repente?

08/11/2017 às 03:003 min de leitura

Não restam dúvidas que as árvores e florestas são imprescindíveis para a nossa sobrevivência e a de milhares de espécies de animais. No entanto, muitas vezes nos esquecemos de considerar a importância dos oceanos — que representam o sistema de suporte à vida mais importante do planeta. Afinal, sem eles, a vida sequer teria surgido na Terra para começo de conversa! Então, você faz ideia do que aconteceria se eles sumissem?

Por que eles são tão importantes?

De acordo com Gallagher Flinn, do portal How Stuff Works, os oceanos têm dois papéis fundamentais no suporte à vida. Em primeiro lugar, sem eles, os raios solares castigariam o equador, enquanto os polos receberiam bem pouco calor, especialmente durante o inverno.

Ninguém poderia mais surfar...

Isso porque os oceanos absorvem radiação solar que incide sobre o equador e distribuem o calor por meio das correntes oceânicas — que ajudam a levar as águas mais cálidas até os polos, trazendo as mais frias de lá para a região equatorial. Sendo assim, os oceanos são responsáveis por regular a temperatura da Terra e permitem que nenhuma área seja quente ou fria demais para a sobrevivência de espécies animais.

Imagine quantos bichinhos despareceriam

Em segundo lugar, os oceanos são parte integral do ciclo das águas — que acontece (mais ou menos) assim: os raios solares aquecem a água presente na região do equador, fazendo com que ela evapore, se transforme em nuvens e, em algum momento, volte para a superfície na forma de chuvas.

Não haveria mais chuva

Mas tem algo mais que acontece durante esse processo: conforme o ar quente resultante da evaporação sobe, ele “arrasta” junto o ar mais frio que se encontra mais abaixo, tornando, com isso, mais homogênea a distribuição de calor.

E se eles deixassem de existir?

Imagine que os oceanos do planeta desaparecessem, deixando apenas terra e rochas no seu lugar. Mesmo sem os mares, ainda teríamos alguma água de reserva, como as dos lagos, rios, a que se encontra na forma de gelo nas calotas polares e a subterrânea. Entretanto, se somarmos toda essa água, ela representa apenas 3,5% da que restaria no mundo.

Sumindo, sumindo...

O problema é que essa quantidade estaria bem longe de ser suficiente para que o ciclo da água pudesse acontecer; e sem os oceanos para formar as nuvens, as chuvas se tornariam eventos incrivelmente raros. Então, aos poucos, o nosso planeta se transformaria em um imenso deserto — e nós assistiríamos às nossas poucas reservas de água diminuindo, diminuindo... até  que não restasse mais nada.

Cadê a água?

Os seres humanos até seriam capazes de sobreviver por algum tempo — através da obtenção da água subterrânea e, quem sabe, por meio da instalação de fazendas hidropônicas sob a terra. Contudo, na superfície, não demoraria até as plantas começarem a secar e os animais a morrer, e tudo se tornaria tão seco que os incêndios passariam a pipocar por todos os lados (e não haveria água para controlá-los!).

Calorzinho

Pois, além do risco de virar churrasquinho nos incêndios, haveria outro probleminha: a quantidade de dióxido de carbono produzida pelas chamas e liberada na atmosfera seria gigante e contribuiria para acelerar o aquecimento global.

A Terra viraria um desertão

Isso porque os raios solares continuariam incidindo sobre o equador como sempre, e não teríamos mais as correntes oceânicas para distribuir o calor. E com os gases de efeito estufa liberados pelos incêndios ajudando a manter as temperaturas mais altas perto da superfície, essa região da Terra se transformaria em um verdadeiro forno.

Para você ter uma ideia, a temperatura média na Terra passaria a ser superior aos 67 °C — em vez dos 16 °C atuais —, tornando impossível a sobrevivência, inclusive das espécies mais resilientes. Sem falar que, como o nosso planeta seria um desertão, existiriam grandes variações de temperatura entre o dia e a noite, e isso criaria sistemas de alta e baixa pressão que dariam origem a vendavais.

E morreu

Considerando que o manto de gelo da Antártida ainda esteja intacto nesse estágio, os humanos seriam obrigados a migrar para o Hemisfério Sul. Contudo, os prospectos não seriam muito positivos. A humanidade possivelmente concentraria todos os seus esforços em obter o gelo armazenado sob a superfície do continente gelado — onde a água estaria a salvo da evaporação.

O gelo protegido sob a superfície da Antártida nos daria alento por algum tempo

Porém, vamos ser otimistas. Digamos que os humanos desenvolvessem algum tipo de biosfera subterrânea autossustentável. O problema é que a Antártida é um local extremamente remoto e de difícil acesso, e os poucos sobreviventes que conseguissem chegar até lá se deparariam com uma terra erma e encharcada desprovida de qualquer infraestrutura. É possível que os gatos pingados que ainda restassem na face da Terra fossem obrigados a viver em bunkers.

Todo mundo morreria no final

Agora pense no panorama: todas as plantas da superfície desapareceriam, o planeta arderia em incêndios monumentais, a atmosfera se tornaria progressivamente menos “respirável” e a temperatura seria intolerável. Então, com o tempo, (limitadíssimos) recursos acabariam terminando e os humanos também morreriam, e as únicas criaturas que sobrariam na Terra seriam pequenas colônias de bactérias quimiossintéticas vivendo escondidas nas imediações de fontes termais subterrâneas.

*Publicado em 17/06/2016

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