Satã: o cachorro de guerra que salvou a vida de vários soldados franceses

06/12/2018 às 04:002 min de leitura

Estamos acostumados a ouvir histórias de heróis de guerra, mas geralmente esses heróis são seres humanos. Hoje, no entanto, você vai conhecer um cachorro mais do que guerreiro, que fez história durante a Batalha de Verdun, na Primeira Guerra Mundial.

O grande feito desse cachorro de coragem, que curiosamente se chamava Satã, foi não temer o cenário de batalhas e cumprir a tarefa de entregar uma mensagem que seria responsável por salvar vidas de tropas francesas inteiras.

Foi Satã quem enviou aos soldados sitiados, que estavam sofrendo ataques pesados dos alemães, um recado dos comandantes franceses, o qual depois viria a se mostrar bastante útil. A mensagem dizia: “Pelo amor de Deus aguentem. Nós vamos aliviar as coisas para vocês amanhã”.

Quando chegou ao seu destino, Satã carregava consigo máscaras de gás, dois pombos-correios amarrados em suas costas e a mensagem presa à sua coleira. Naquele momento, o cachorro foi a única esperança de diversos soldados encurralados.

Coragem canina

Tropas de reserva francesas

Como um bom cão em serviço, Satã fez todo o caminho em ziguezague, conseguindo fugir dos tiros disparados pelos alemães, que claramente não queriam que ele completasse sua missão. Ainda assim, o cachorro foi atingido por duas balas nas patas, sendo que o impacto do segundo tiro quebrou sua perna dianteira, o levando ao chão.

Do outro lado das trincheiras, os soldados franceses viram o que aconteceu com o mensageiro. Seu treinador, o soldado Duvalle, estava ali e reconheceu Satã, que, apesar do ferimento, havia seguido o treinamento à risca e estava prestes a completar sua missão. Emocionado com o momento, Duvalle gritou ao cachorro, pedindo para que ele tivesse coragem em nome da França.

Ao ouvir a voz de Duvalle, Satã fez um grande esforço e conseguiu se levantar. Em seguida, correu em direção aos franceses, mesmo com a perna quebrada. Apesar de ter conseguido fazer com que Satã se movimentasse em direção à trincheira e levasse a ajuda necessária aos soldados, Duvalle pagou com a vida pelo comando dado ao cachorro e, logo após se levantar para chamar seu amigo de quatro patas, foi morto pelos inimigos alemães.

Satã foi retratado, à época, como um grande herói de guerra que, mesmo sem conseguir correr nem desviar mais dos tiros disparados pelos soldados alemães, se recusou a morrer antes de cumprir a tarefa que havia recebido, demonstrando lealdade e, claro, bravura.

A vez dos pombos

Parte de uma das trincheiras de comunicação, que permanece assim até hoje.

Após receber a mensagem trazida pelo cachorro, o capitão escreveu outro recado, agora com as coordenadas do local onde os alemães escondiam suas armas. O texto dizia também que os soldados franceses iriam esperar, mas que contavam com a retirada do armamento alemão. Então, o capitão fez uma cópia do mesmo recado e colocou cada uma deles em um pombo-correio, liberando as aves em seguida. Como esperado, os alemães dispararam contra os pombos, mas um deles conseguiu fugir e entregar a mensagem.

Em questão de horas, o exército francês derrotou os alemães, dando fim à Batalha de Verdun, uma das muitas que ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial e que ficou conhecida justamente pelo uso de cães treinados, como Satã. Esses cachorros transportavam principalmente mensagens, pombos-correios, munições e máscaras.

Com relação ao vitorioso Satã, não se sabe ao certo o que houve com ele, afinal há duas versões sobre sua história: em uma delas, ele teria morrido logo após entregar a mensagem; em outra, teria se recuperado e se aposentado pelo exército francês como um bom herói de guerra. De qualquer forma, sua bravura e sua fidelidade permanecem eternas.

*Publicado em 28/7/2016

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