30 de fevereiro: essa data bizarra já existiu de verdade

04/04/2019 às 12:002 min de leitura

“Sabe quando isso vai acontecer? No dia 30 de fevereiro!”. A grande maioria das pessoas já fez piada com essa data, já que ela não existe. Oficialmente, o mês de fevereiro tem 28 dias, “ganhando” 1 dia extra a cada quatro anos para ajustar o calendário com a translação da Terra.

Entretanto, já existiu, sim, o dia 30 de fevereiro. Em 1700, a Suécia, que na época também englobava onde hoje fica a Finlândia, resolveu trocar o calendário juliano pelo gregoriano. Esse ano tinha sido bissexto pelo calendário juliano e acabou não sendo na Suécia, que ficou com “um dia a menos”.

Isso acabou criando uma confusão no país, que resolveu abolir o calendário gregoriano e voltar para o juliano, em 1712. Para corrigir a bagunça nas datas, esse ano bissexto acabou tendo 2 dias extras em fevereiro: além do tradicional 29, ele também contou com o dia 30. E a bagunça não parou por aí, já que ao adotar oficialmente a contagem gregoriana em 1753, a Suécia precisou pular do dia 17 de fevereiro direto para 1º de março! Os suecos “perderam” 11 dias da sua história e não ficaram nada contentes.

Calendário sueco do mês de fevereiro de 1712

O caso da União Soviética

Em 1929, a União Soviética resolveu que iria criar um novo calendário, no qual as semanas teriam 5 dias e os meses tendo 30 dias. Nessa contagem, faltariam 5 ou 6 dias, que eram contados “sem mês”. A ideia dessa proposta era modificar as leis trabalhistas e abolir os finais de semana!

Por conta disso, os anos de 1930 e 1931 acabaram contando com o incomum dia 30 de fevereiro. Claro que essa desordem com a contagem feita no resto do mundo não funcionou muito bem e acabou sendo cancelada em 1940.

Mas, afinal, por que fevereiro é mais curto?

Tudo começou com os antigos romanos, que não contavam os meses de janeiro e fevereiro. Por mais que eles existissem nas estações, no calendário oficial eles ficavam de fora por estar bem no meio do inverno do hemisfério norte, um período ruim para os fazendeiros, que preferiam ignorar a sua existência. A contagem ia de março a dezembro – o mês 10 –, e acabava em 304 dias.

Para alinhar o calendário com as estações do ano, o rei Numa Pompílio, que governou Roma de 715 a 673 a.C., propôs a criação dos meses de janeiro e fevereiro, que inicialmente eram os últimos do ano. Janeiro entrou como um mês normal, na época com 29 dias – números pares davam azar, então os meses tinham 29 ou 31 dias –, mas fevereiro ficou mais curto porque a ele coube os dias que “sobraram”. O calendário ficou assim:

  •          Martius: 31 dias
  •          Aprilius: 29 dias 
  •          Maius: 31 dias 
  •          Iunius: 29 dias 
  •          Quintilis: 31 dias 
  •          Sextilis: 29 dias 
  •          September: 29 dias 
  •          October: 31 dias 
  •          November: 29 dias 
  •          December: 29 dias 
  •          Ianuarius: 29 dias 
  •          Februarius: 28 dias

O rei Numa Pompílio foi quem criou os meses de janeiro e fevereiro

Se você somar, verá que o ano acabava com 355 dias. Com o passar dos tempos, isso gerou uma nova falta de sincronização entre as estações e o calendário, fazendo com que um novo mês fosse adicionado aleatoriamente. Ele se chamava mercedonius e tinha 27 dias, tendo “roubado” 3 dias de fevereiro, que passou a ter apenas 24.

Uma nova padronização só aconteceu quase 700 anos depois da criação de janeiro e fevereiro, quando o imperador Júlio César resolveu determinar que o ano começaria a partir de 1º de janeiro e não mais em 1º de março. Os dois últimos meses do ano foram puxados para o começo do calendário, que aboliu o mês mercedonius. 

Júlio César colocou um pouco mais de ordem na bagunça

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