Por que os sobrenomes Kim, Lee e Park são os mais comuns na Coreia do Sul?

15/02/2017 às 06:002 min de leitura

A Coreia do Sul é, sem dúvida, um lugar cheio de histórias e fatos incomuns. A peculiaridade que você vai conhecer hoje está no fato de que um em cada cinco sul-coreanos tem o sobrenome Kim ou Lee. Outro nome bastante comum é Park – uma em cada dez pessoas tem esse nome por lá. O nome verdadeiro do músico PSY é Park Jae-sang.

Só para você ter ideia, quase metade dos sul-coreanos carregam Kim, Lee ou Park em seus nomes. A pergunta é: por que, afinal de contas, existe uma variedade tão pequena de sobrenomes na Coreia do Sul? Você sabe a resposta?

A questão começa nos tempos feudais da Coreia do Sul; afinal, como acontecia em quase todos os lugares do mundo, sobrenomes eram “luxos” ligados a privilégios de reis e aristocratas. Escravos, xamãs, prostitutas, artesãos e monges não tinham direito a carregar um nome de família.

Uma questão de classe

À medida que a nobreza sul-coreana foi crescendo e ficando mais importante, Wang Geon, líder da Dinastia Goryeo (918–1392), passou a distribuir sobrenomes à população de modo que ficasse mais fácil distinguir fiéis e funcionários do governo. Além disso, os membros da elite tinham o direito de adotar um sobrenome também.

Com o passar do tempo, se tornou comum que comerciantes de sucesso também adotassem algum sobrenome. Para escolher os nomes, eles geralmente pesquisavam árvores genealógicas de pessoas da elite – no caso, era preciso comprar um livro de registros, o jokbo, e assim adotar algum sobrenome.

No final do século XVIII, era comum que alguns espertinhos falsificassem esses registros. Funcionava assim: quando uma linhagem chegava ao fim na árvore genealógica, algumas famílias vendiam um espaço para outra pessoa que, em troca de pagamento, conseguia se registrar em uma família com sobrenome nobre.

Made in China

Sobrenomes como Lee e Kim eram comumente utilizados entre os membros da realeza na Coreia Antiga e, portanto, eram os escolhidos pela elite provinciana e, nesse esquema de venda de sobrenome, acabaram sendo adotados por boa parte da população.

Na verdade, Lee e Kim são sobrenomes originados na China no século VII e que depois começaram a ser adotados pelos sul-coreanos nobres – até hoje, alguns sobrenomes sul-coreanos são formados por um ideograma chinês.

Para distinguir uma linhagem de outra com o mesmo sobrenome, era comumente utilizado o local de origem de determinada família. Hoje, porém, é difícil fazer essa diferenciação, afinal os Kims, por exemplo, estão relacionados com mais de 300 origens regionais, então pessoas com esses sobrenomes geralmente precisam de registros oficiais para identificar a genealogia da coisa.

Confusão organizada

O fato é que o uso do mesmo sobrenome acabava fazendo com que muitas pessoas não soubessem se eram ou não da mesma família – o esquema das falsificações só piorou a história. Por isso, até 1997, pessoas com o mesmo sobrenome não poderiam se casar.

Em 1894 todos os cidadãos sul-coreanos foram autorizados a adotar um sobrenome, inclusive as pessoas mais pobres, que acabaram adotando os sobrenomes das pessoas para as quais trabalhavam, na maioria das vezes. Ou seja: os sobrenomes da nobreza foram difundidos mais ainda, principalmente depois de 1909, quando o registro de um sobrenome passou a ser obrigatório para todos os cidadãos sul-coreanos.

Obviamente, esses sobrenomes mais comuns não significam necessariamente que quem os detêm são pessoas ricas. Ainda assim, pessoas da China, do Vietnã e das Filipinas, quando são naturalizadas sul-coreanas nos dias de hoje e precisam adotar um sobrenome, acabam escolhendo esses mais comuns. Ao que tudo indica, Kim, Lee e Park ainda serão os sobrenomes utilizados pela maioria da população durante muito tempo.

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