Dicas de como diminuir os riscos de ferimentos em um acidente de trânsito

23/05/2015 às 10:076 min de leitura

O Brasil está entre os países com maior índice de mortes no trânsito. Anualmente, são mais de 50 mil vítimas fatais, uma média de 136 por dia. Segundo diversos estudos, a maior parte das mortes e ferimentos graves ocorridos em acidentes de carros poderiam ser evitados se as pessoas seguissem alguns procedimentos extremamente simples de segurança.

Abaixo nós vamos listar atitudes simples que você pode tomar e que em muitos casos significam a diferença entre um ferimento leve e uma perna quebrada.

1. Cinto de segurança

O cinto de segurança é o equipamento de proteção mais importante e muitas vezes mais negligenciado em um carro. Para que ele funcione perfeitamente em uma situação de impacto, é necessário que a pessoa tome algumas medidas preventivas.

  • O cinto deve estar corretamente posicionado, cruzando o peito e a cintura da pessoa, que deve manter uma postura correta enquanto estiver sentada.
  • Caso a faixa horizontal esteja sobre a barriga em vez de sobre os ossos do quadril, os órgãos internos de uma pessoa que sofrer um impacto em alta velocidade podem ser esmagados.
  • Colocar a faixa diagonal sob o braço ou atrás das costas elimina quase completamente a função do cinto, que é impedir que o corpo seja projetado para frente no momento de uma batida.
  • Manter o cinto frouxo com uma mão ou colocar algum objeto entre o equipamento e o corpo da pessoa – como uma fivela muito grande, uma bolsa, um eletrônico ou algo similar – aumenta as chances de lesão corporal em uma colisão. Quanto mais ajustado ao corpo estiver o cinto, melhor.
  • Sentar quase deitado ou por os pés no console do carro também diminui a eficiência do cinto de segurança, uma vez que a pessoa provavelmente vai deslizar sob o equipamento, podendo lesionar severamente as pernas e as costas.

  • Ao transportar crianças, use sempre cadeirinhas adequadas ao seu tamanho para garantir o máximo de proteção possível a elas.
  • No caso do motorista, também é importante ajustar corretamente a distância em relação ao volante para que, caso a pessoa seja projetada para frente em um acidente, não se choque contra o item em questão.
  • O encosto de cabeça também deve ser ajustado, uma vez que o chamado “efeito chicote” – quando o corpo é impulsionado para frente e se choca com o cinto de segurança, sendo imediatamente arremessado para trás – faz com que o indivíduo volte em direção ao banco depois de um choque. O encosto deve ficar na mesma direção que a base do crânio, para evitar lesões na região do pescoço.
  • O cinto de segurança também serve para amortecer parte do impacto causado pelo airbag, uma vez que impede a projeção do corpo para frente no momento que o equipamento abre.

2. Airbag

Mesmo sendo apenas uma bolsa cheia de ar, o airbag precisa ser cheio em uma fração de segundo para proteger a vítima de um acidente. Temos aqui uma explicação simples de como isso funciona e o que fazer para maximizar a proteção oferecida pelo equipamento.

  • Um sinal elétrico emitido pelo sensor do equipamento – que detecta quando uma alteração de velocidade de mais de 20 km/h acontece em um tempo muito curto – faz com que nitrato de potássio e nitreto de sódio oxidem, formando nitrogênio.
  • O gás se expande a uma alta temperatura e com velocidade de cerca de 300 km/h, ou mais de 83 m/s, se expandindo para fora e instantaneamente quebrando a estrutura do painel, já projetada para isso.
  • A nuvem branca que normalmente surge quando o airbag abre é composta de talco, que evita que as dobras da bolsa se grudem devido ao tempo e à variação de temperatura.
  • Após o acionamento, a bolsa começa a desinflar graças a minúsculos furos que cobrem toda a sua superfície.
  • O impacto é tão súbito que dizem se assemelhar a dar de encontro com uma parede ou rocha.
  • É comum em pessoas que se chocam contra o airbag ficar com queimaduras leves, luxações e eventualmente até mesmo um nariz ou osso quebrado. Ainda assim é melhor que dar de encontro direto com o volante ou o painel do carro.
  • Nunca se deve colar adesivos ou colocar objetos na direção dos compartimentos de airbag uma vez que esses itens podem impedir o correto funcionamento do equipamento.
  • O motorista deve evitar cruzar os braços para movimentar o volante, mesmo em curvas. Se uma batida acontecer nesse momento e a bolsa de ar for acionada, ela pode quebrar o braço do acidentado, ou arremessar o membro contra o próprio rosto da pessoa.
  • Alguns carros se desligam automaticamente quando o airbag é acionado. É importante saber como religar o veículo nessas situações, no caso de você estar em uma situação em que não é possível pedir socorro. O manual do proprietário deve conter essa informação, mas é bom ter esse conhecimento na memória.

 3. Objetos soltos

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia Irvine constatou que, em média, cada carro em circulação contém 4,3 objetos soltos potencialmente perigosos em caso de uma colisão acontecer. Isso inclui qualquer coisa, desde um laptop até um animal de estimação.

  • No momento de uma batida, esses itens são arremessados em altas velocidades e em direções aleatórias. Se um deles se enterra no corpo ou se choca contra a cabeça de alguém, a lesão pode ser instantaneamente fatal.
  • Se for realmente necessário manter qualquer coisa dentro da cabine do carro, tenha a certeza de afixá-la no lugar de alguma forma, seja com o cinto de segurança ou dentro do porta-luvas, por exemplo. Se esse não for o caso, procure colocar tudo dentro do porta-malas.
  • Passageiros, mesmo no banco de trás, devem sempre afivelar o cinto de segurança, para não correrem o risco de eles mesmos se tornarem um objeto rebatendo em todas as direções dentro do veículo no caso de uma capotagem, por exemplo.

  • Animais de estimação também devem ser corretamente acomodados e presos de alguma forma à cabine, seja por meio de caixas de transporte ou de acessórios projetados para esse fim.
  • No caso de dirigir veículos de transporte de carga, tenha a certeza de que todas estão firmemente presas por meio de correias aos pontos de fixação dentro do meio de transporte.

 4. Ferramentas de sobrevivência

Dependendo da gravidade de um acidente, talvez seja necessário sair o mais rápido possível de dentro do veículo, seja por risco de explosão ou por ele ter caído dentro de um grande corpo de água. É uma ótima ideia ter algo que facilite a sua fuga nesses casos.

  • Mantenha dentro do seu veículo algo que sirva para cortar o cinto de segurança e quebrar os vidros, e obviamente saiba como utilizar a ferramenta de forma que você não machuque a si mesmo ou a terceiros. Pode ser um estilete, um pequeno martelo ou uma boa tesoura.
  • Tenha a certeza de que, enquanto não precisar o equipamento, ele esteja ao mesmo tempo em um ponto alcançável e bem afixado para não se tornar mais um objeto voando dentro do carro em um acidente.
  • Mantenha sempre o extintor de incêndio devidamente cheio e regulado e não se esqueça de fazer a recarga depois de cada utilização. Ele também precisa estar bem preso à estrutura quando não estiver em uso.
  • Um kit de primeiros socorros pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém enquanto o auxílio médico não chega ao local de um acidente.

  • Muitas vezes há mais de um ferido em uma colisão, então monte um kit com itens suficientes para socorrer pelo menos algumas pessoas. Foque-se em materiais que ajudem a estancar sangramentos e cubram ferimentos.
  • Uma manta ou lençol, uma lanterna ou outro dispositivo que emita luz e outros itens básicos também são de grande ajuda.
  • Seu telefone é uma ferramenta tão importante quanto as outras citadas acima. Se presenciar, participar ou for vítima de um acidente, ligue imediatamente para um serviço médico solicitando assistência, mesmo que outras pessoas também estejam fazendo a mesma coisa.

 5. Como agir na iminência de um acidente e depois dele

É importante saber que algumas de nossas ações, mesmo que reflexas, podem causar mais dano do que se imagina durante a colisão de um veículo. E após a batida, caso você esteja em condições, também é importante saber se é mais seguro permanecer dentro do carro ou sair dele.

  • Por mais que seja nossa reação natural, tente não apoiar as mãos no painel ou outra estrutura do automóvel quando perceber que um acidente é inevitável. Mesmo um impacto com velocidade moderada pode ser o suficiente para sobrepujar a resistência dos seus músculos e ossos, e você acaba ganhando uma lesão grave que poderia ser evitada.
  • Também não abaixe a cabeça e a cubra com os braços, pois isso vai interferir na eficácia tanto do cinto de segurança quanto do airbag. Você ainda pode acabar se colocando em uma posição muito mais vulnerável.
  • Procure relaxar o corpo e deixar o acidente acontecer, afinal é pouco provável que qualquer coisa que você faça além disso vá efetivamente diminuir qualquer ferimento ou lesão em si mesmo ou em terceiros.
  • Mesmo depois de um acidente, o interior do seu carro provavelmente ainda vai continuar sendo o lugar mais seguro para ficar, pois você não sabe quantos outros veículos podem ainda se envolver na batida.

  • Antes de decidir sair, analise a sua situação e das outras pessoas que possam estar com você e em seguida observe se a área externa realmente é segura no momento.
  • Se tiver certeza de que pode sair, ou que o perigo é maior ficando – que pode estar pegando fogo ou afundando, como já mencionado –, saia e procure uma área onde vai ficar em segurança e onde pode solicitar auxílio médico.
  • Avalie o estado das outras pessoas envolvidas no acidente, e se há riscos de novas colisões e tome providências de acordo, como colocar o triângulo de sinalização.
  • Se não for estritamente necessário mover uma pessoa que sofreu uma lesão, não a mova. Espere o resgate ou você pode acabar agravando o ferimento.

Esperamos sinceramente que nenhum de nossos leitores precise passar por nenhuma situação em que essas informações sejam necessárias, mas é sempre melhor prevenir do que remediar.

Sempre pratique a direção defensiva, mantenha o seu veículo em boas condições e respeite as leis de trânsito. Além disso, lembre-se que bebida e direção não combinam e ao misturar as duas coisas, você está arriscando a sua vida e a de outras pessoas.

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