Esteira ergométrica: de máquina de tortura a equipamento fitness

24/09/2015 às 08:532 min de leitura

Se você já frequentou a academia e, para perder uns quilinhos, se submeteu a alguns (ou muitos) minutos na esteira, colocando o coração pela boca, e pensou: “que tortura…”, parabéns! Você acertou. O conceito da esteira ergométrica é baseado em um mecanismo, criado no século 19, para punir presidiários ingleses. E sim, hoje é utilizado de propósito, como uma ótima maneira de perder calorias.

Essa história está contada de maneira muito interessante em uma animação produzida pelo canal TED-Ed, no YouTube, que você pode assistir no final do texto. Como o vídeo só está disponível em inglês e sem legendas, o Mega Curioso conta para você, no texto a seguir, como foram criadas as esteiras ergométricas.

O início

Para entender os primeiros conceitos que deram origem à esteira, é importante saber o contexto da época em que foram criados. Até o início do século 19, as prisões inglesas contavam com um sistema penal duro, que tinha as opções de deportação ou execução, ou ainda, reclusão em cárcere, na qual os presos acabavam ficando horas em solidão em pequenas celas sujas.

A situação calamitosa despertou a campanha de movimentos sociais liderados por grupos religiosos, instituições filantrópicas e algumas celebridades para que essas condições mudassem. A luta surtiu efeito, e as autoridades adotaram medidas para reformar todo o sistema prisional a fim de recuperar os detentos por novas maneiras. Um desses diferentes formatos de reabilitação era a chamada “treadmill”, cujo nome fazia referência a um piso rolante e moinho (veja a relação mais à frente).

O primeiro conceito

O primeiro conceito de esteira ergométrica foi arquitetado pelo engenheiro inglês Sir William Cubbit, em 1818. A ideia, na verdade, contemplava uma enorme roda com 24 raios estendidos em grandes pás, nas quais os presos realizavam o movimento em degraus, como uma escada. O comprimento da máquina era grande, de forma que vários presidiários podiam ser colocados ao mesmo tempo.

Conforme a grande roda girava, os detentos eram forçados a continuar se movendo, senão acabavam caindo. O movimento era semelhante ao das atuais máquinas de step, e a energia gerada era utilizada para bombear água, moer grãos ou fazer moinhos (e daí a relação com o nome) funcionarem, fato que na época reergueu a economia inglesa, dizimada pelas guerras napoleônicas. A força realizada pelos prisioneiros era tão grande que o equipamento passou a ser visto como uma excelente maneira de colocá-los em forma.

Seria um grande ganho para todos, não fosse a carga de 6 horas diárias a que os presos eram submetidos aos “exercícios”. Nesse tempo, eles subiam tantos degraus que chegavam a atingir o equivalente a cerca de 4,2 mil metros, ou seja, metade da altura do monte Everest. Contando apenas os cinco “dias úteis”, eles subiam 2,5 “Everests” por semana, e a pé! Não surpreendentemente, diversos acidentes aconteciam, e muitos presos acabavam machucados.

A evolução até o conceito atual

O conceito da máquina torturadora fez tanto sucesso que, em pouco mais de uma década de sua criação, se espalhou por mais de 50 prisões no império britânico e também pelos Estados Unidos, atingindo o mesmo número de penitenciárias no país americano. Entretanto, uma hora se perceberia o quão cruel era o método das “treadmills”, e em 1898 elas foram banidas da Inglaterra. Não demorou e as máquinas voltaram, sem despertar a atenção do público, agora mais próximas das esteiras atuais, em um registro feito nos EUA, em 1911.

O primeiro lançamento do formato atual só aconteceu em 1952 e foi se popularizar com o movimento das corridas em 1970, quando o equipamento foi visto com bons olhos pelos praticantes. Surgiam assim as esteiras ergométricas, consideradas uma excelente alternativa para se realizar exercícios, manter a forma e emagrecer.

Confira animação feita pelo canal TED-Ed, lembrando que está disponível somente em inglês:

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