Lua parece estar associada com os grandes terremotos que chacoalham a Terra

14/09/2016 às 06:322 min de leitura

A Lua, como você sabe, exerce uma enorme influência sobre o nosso planeta: além de estar diretamente relacionado com o ciclo de marés, o efeito mais evidente de sua presença, o satélite afeta a nossa órbita e a variação do nosso eixo de rotação, o que, por consequência, tem ligação com as estações do ano. Isso sem falar em como a Lua interfere no comportamento das criaturas terrestres e inclusive no nosso peso!

A suspeita existia desde o século 19, pelo menos

Além disso, há séculos os cientistas debatem a respeito da possível influência da Lua sobre a ocorrência de terremotos aqui na Terra. Agora, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Tóquio parece apoiar essa velha suspeita, já que o levantamento que eles fizeram revelou que os grandes sismos que chacoalham o nosso planeta são mais prováveis de acontecer durante a lua cheia ou nova — fases nas quais a força de maré é mais intensa.

Lobisomens... e terremotos

Durante o levantamento, os cientistas analisaram três bases de dados sobre a atividade sísmica no planeta e focaram sua atenção nos tremores com magnitude 5,5 ou superior registrados nos últimos 20 anos. Mais especificamente, os pesquisadores olharam para as leituras obtidas nos 15 dias anteriores aos abalos e, então, fizeram uma reconstrução da amplitude da força de maré para cada dia que antecedeu o terremoto.

Destruição provocada pelo terremoto que chacoalhou o Japão em 2011

A análise revelou que alguns dos abalos mais devastadores das últimas duas décadas — entre eles o de Sumatra, em 2004, o do Chile, em 2010, e o do Japão, em 2011, com magnitudes de 9,3, 8,8 e 9,0, respectivamente — aconteceram em dias próximos às duas fases lunares problemáticas. Ademais, dos 12 sismos mais poderosos avaliados no estudo, com magnitude 8,2 ou superior, nove coincidiram com a lua cheia ou nova.

Segundo explicaram, durante essas duas fases do ciclo lunar, a Terra, a Lua e o Sol ficam alinhados e, com isso, a influência gravitacional do satélite sobre o nosso planeta é mais intensa. Assim, é possível que esse estresse extra, quando aplicado sobre as falhas geológicas, possa (hipoteticamente) desencadear grandes tremores de terra.

Efeito cascata

Os pesquisadores ainda estão tentando entender como os grandes terremotos começam a se formar e evoluem, mas suspeitam que o processo envolve uma sucessão de fatores, que se inicia com a formação de pequenas rupturas que acabam escalando até ocorrer uma fratura maior. A análise dos cientistas japoneses sugere que essa sucessão de eventos é mais provável de ocorrer na lua cheia ou nova.

O alinhamento pode exercer uma força extra nas falhas geológicas

Com respeito aos abalos menores, o levantamento não apontou uma relação muito clara entre a sua ocorrência e a força da maré — embora os dados tenham apontando que a proporção de grandes sismos (com respeito aos de menor intensidade) aumenta conforme o estresse provocado pelo alinhamento fica maior. Assim, é possível que a ação da Lua desencadeie terremotos de pequena intensidade que, às vezes, escalam até se tornarem devastadores.

Vale lembrar que existem muitos outros fatores envolvidos na ocorrência de terremotos, e o estudo apresentado pelos pesquisadores japoneses ainda será escrutinizado por geólogos do mundo todo. Entretanto, caso os resultados sejam confirmados, eles não só podem ajudar os cientistas a compreenderem melhor os abalos, como também podem auxiliar na previsão grandes sismos e na prevenção de fatalidades.

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