Bali possui uma vila em que todos os residentes sabem linguagem de sinais

12/12/2015 às 07:242 min de leitura

Bali é uma das 13.667 ilhas da Indonésia, no sudeste do continente asiático. No norte dessa ilha, existe uma pequena vila com cerca de 3 mil habitantes, chamada Bengkala, e um fato curioso sobre o local é que todos que residem lá são fluentes em kata kolok, uma linguagem de sinais com séculos de existência. Isso acontece porque na região a incidência de pessoas que nascem surdas ou mudas é 15 vezes maior do que a média mundial, e há quem acredite que esse número já foi mais elevado.

A alta incidência de surdez é aparentemente causada por um gene recessivo, o DFNB3, que parece ser bastante comum entre os moradores da região por pelo menos sete gerações. Pais com audição normal têm filhos que não ouvem e casais com um ou os dois genitores surdos têm crianças que escutam perfeitamente. Por conta disso, as pessoas com deficiência auditiva são tratadas de forma completamente normal por todos em Bengkala, e o ensino de sinais faz parte da educação de todas as crianças.

O kata kolok foi criado justamente para integrar de forma equivalente as pessoas que não podiam ouvir e as que eram capazes de fazê-lo, e tem sido passada por todas as gerações. Nas escolas, os professores usam os gestos centenários ao mesmo tempo que falam, para todos os alunos aprenderem juntos, e a linguagem internacional de sinais também já é ensinada por lá atualmente.

Muitos sequer percebem a surdez como algo anormal, e há até quem acredite que essa característica é uma dádiva de Dewa Kolok, o deus dos surdos. Segundo os residentes de Bengkala, a divindade vive em um cemitério local e protege os moradores da vila. Outros creem que a surdez na região é resultado de uma maldição lançada sobre a área há muito tempo, quando duas pessoas com poderes mágicos se enfrentaram e uma amaldiçoou a outra a ser incapaz de ouvir.

Os surdos de Bengkala, em vez de serem discriminados, são considerados mais fortes fisicamente, mais alegres, leais e honestos do que as pessoas que ouvem normalmente. Suas qualidades são tão reconhecidas que eles, às vezes, são recrutados para trabalhar como “hansip” (guardas civis) e “pecalang” (tradicionais guardas de segurança balineses), pois são mais disciplinados e eficientes. Se pegarem um ladrão, por exemplo, eles vão bater nele de forma muito pior que o normal, pois não o escutam gritar.

Uma das tradições mais importantes por lá é a “janger kolok”, ou dança dos surdos. É um estilo criado especificamente para os deficientes auditivos locais. Pelo menos três vezes por mês nos últimos 30 anos, 16 dançarinos sobem em um palco para realizar as rotinas de dança, que são sincronizadas apenas com pistas visuais para os participantes, mas que mesmo assim mantêm um ritmo perfeito. 

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