Você sabe como a cauterização de ferimentos funciona?

23/04/2014 às 03:512 min de leitura

Você já deve ter assistido a mais de um filme no qual o herói usa uma lâmina incandescente ou até uma tocha para fechar uma ferida aberta, não é mesmo? Mas e na vida real, como é que esse procedimento — conhecido como cauterização — funciona? E o que acontece depois de ele ser realizado?

Segundo um vídeo produzido pelo The Medicine Journal — o qual você pode acessar através deste link —, a cauterização à moda antiga se caracteriza pelo uso de um instrumento metálico muito, muito quente para fechar uma ferida aberta com o objetivo de estancar sangramentos. No entanto, embora pareça simples quando o Rambo faz uso deste procedimento nas telonas, a verdade é que o ferido se torna extremamente suscetível a infecções.

História

Existem registros históricos de que a cauterização já era realizada desde os tempos de Hipócrates, ou seja, no século 5 a. C. O procedimento era aplicado pelos médicos da época para frear a perda de sangue e evitar o surgimento de infecções depois dos mais diversos procedimentos cirúrgicos, como amputações e remoções de tumores, por exemplo.

Quando o sangue ou outros tecidos são expostos ao calor extremo, eles perdem sua estrutura química original, cessando as funções celulares habituais. O resultado disso é o surgimento de diversas características anormais, sendo que algumas estão — efetivamente — relacionadas com o cessar do sangramento. Esse é o caso da perda da solubilidade proteica e da formação de um coágulo que evita a passagem do sangue, em um processo conhecido como desnaturação proteica.

Mas, apesar de estancar os sangramentos, ao contrário do que os antigos pensavam, a medicina moderna descobriu que as cauterizações, na realidade, aumentam enormemente os riscos de que os pacientes contraiam infecções.

Tipos e cuidados

Você já reparou que nos filmes, depois que os heróis cauterizam bravamente as suas feridas, eles nunca revelam o que acontece depois? Apesar de a aplicação de calor ser um método bastante eficaz para matar agentes patogênicos, quando aplicado sobre a pele humana, o calor provoca queimaduras de segundo e terceiro graus. E o problema é que esse “ambiente” é superpropício para a proliferação de bactérias.

Inúmeros estudos demonstraram que cauterização, quando realizada em um ambiente não controlado, pode ser bem perigosa. Por outro lado, a medicina moderna desenvolveu duas técnicas, uma química e a outra elétrica, para usar a cauterização a seu favor e a favor dos pacientes.

O primeiro método, o da cauterização química, emprega substâncias corrosivas capazes de aquecer – ou resfriar – os tecidos a serem tratados, enquanto o segundo, o da cauterização elétrica, aquece a área ferida através da eletricidade. Ambas as técnicas, quando comparadas ao uso de metais incandescentes ou tochas, oferecem um risco de infecção muito menor.

De qualquer forma, caso você seja obrigado a realizar uma cauterização de emergência ao melhor estilo Rambo, já vá se preparando para fazer uso de antibióticos, que ajudarão você a combater a inevitável infecção que virá depois do procedimento. Mas, antes de colocar o seu facão para esquentar, lembre-se de que, em muitos casos, a aplicação de pressão e bandagens pode ajudar a controlar os sangramentos.

Portanto, a não ser que você sofra um ferimento grave onde Judas perdeu as botas e não exista nenhuma outra opção disponível para estancar o sangramento ou um hospital por perto, você deve evitar ao máximo tentar cauterizar um machucado sozinho.

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