Doença de Crohn: você sabe o que é?

26/04/2019 às 12:003 min de leitura

Há algum tempo, uma leitora do Mega Curioso entrou em contato conosco. Em sua mensagem, ela contou que é portadora da Doença de Crohn e em breve passará por um procedimento que vai retirar uma parte significativa de seu intestino. E você, sabe que doença é essa?

O corpo humano é biologicamente preparado para se manter saudável e funcional sempre que pode. Acontece que nossa anatomia vai muito além de cabeça, tronco e membros – somos formados por inúmeras células, estruturas microscópicas que desempenham funções grandiosas. Essas células são produzidas por nós mesmos e todo dia são renovadas – só para você ter ideia, o corpo humano produz em média 300 milhões de células POR MINUTO, o que equivale a 432 trilhões POR DIA.

Um dos mecanismos de proteção do corpo humano é o sistema imunológico, que depende da ação conjunta de muitas células diferentes. A função desse sistema é combater a ação de bactérias, vírus e outros fatores que comprometem a nossa saúde. Acontece que nem sempre o sistema imunológico ataca organismos invasores – às vezes, ele se confunde e começa a brigar com as células do próprio corpo.

Quando o sistema imunológico ataca o próprio corpo, acabam aparecendo as chamadas doenças autoimunes. Elas podem surgir também em decorrência de fatores como pré-disposição genética, influências do meio ambiente, interferências de substâncias químicas, exposições à radiatividade, mudanças alimentares e outros fatores desencadeantes. Entre as doenças autoimunes podemos citar como exemplo a diabetes tipo 1, a tireoidite de Hashimoto, o lúpus, o vitiligo e a esclerose múltipla.

A Doença de Crohn não é necessariamente uma doença autoimune, mas muitas vezes é considerada como tal. De acordo com a Dra. Andrea Vieira, que falou sobre o assunto para o site SinCrohnia, a doença autoimune produz anticorpos (células de defesa) que lutam para combater determinadas regiões do corpo, mesmo que elas não estejam infectadas. A Doença de Crohn, por outro lado, é uma doença inflamatória que tem um estado imunológico bastante alterado e que, por isso, acaba sendo considerada também uma doença autoimune, ainda que oficialmente não seja.

O que é, então?

Como você já deve ter percebido, a Doença de Crohn tem relação com inflamação, sistema imunológico e intestino. Na verdade, ela é uma irritação crônica de todo o trato digestivo, mas se manifesta geralmente no íleo terminal, que é uma parte do intestino delgado, e no cólon. É mais comum em pessoas na entre 20 e 40 anos, mas pode se manifestar em qualquer faixa etária, além de atingir tanto homens quanto mulheres.

Como é uma inflamação, o tecido do intestino fica comprometido inteiramente. Os sintomas incluem dores na região abdominal, diarreia, febre, perda de peso e enfraquecimento. A fraqueza é provocada porque o intestino deixa de absorver os nutrientes dos alimentos com eficiência.

Quando a doença já está mais avançada, pode provocar outros sintomas, como dores nas articulações, aftas, feridas na pele, nódulos avermelhados e doloridos, inflamações nos olhos, pedras nos rins e na vesícula. Em casos ainda mais graves, há rupturas intestinais.

Como já deu para perceber, são muitos os sintomas que podem indicar a presença da Doença de Crohn, e infelizmente muitas vezes esses sintomas são ignorados – a pessoa acha que tem um “intestino ruim” e não tem noção do que pode estar por trás disso.

É fundamental procurar ajuda médica se houver qualquer suspeita. Esse profissional, depois de ouvir seu histórico de saúde, vai pedir para que você faça alguns exames clínicos, de imagem e de sangue, que podem ajudar a fechar um diagnóstico.

Infelizmente, ainda não existe cura para a doença. O tratamento, no entanto, promete aliviar os sintomas e trazer uma melhor qualidade de vida ao paciente – a intervenção cirúrgica é recomendada para os casos mais graves, quando há obstrução intestinal, hemorragias, fístulas e doença perineal. No caso da leitora que nos pediu para falar sobre o tema, a cirurgia vai ser necessária – um dos motivos é que ela demorou a ser diagnosticada.

Além dos tratamentos com remédios e cirurgias, o paciente precisa adotar hábitos saudáveis de vida e eliminar aqueles que podem provocar novas crises. Deve-se parar de fumar, começar a praticar atividades físicas moderadas, identificar alimentos que provocam irritações e evitar consumi-los, controlar o peso, evitar situações de stress, deixar de ingerir alimentos gordurosos e ricos em fibra, e sempre procurar ajuda médica ao ver sinais de sangue nas fezes.

*Publicado em 09/10/2015

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