Independência ou morte! As tretas que separaram o Brasil de Portugal

07/09/2020 às 03:004 min de leitura

Chegamos ao dia 7 de setembro e você sabe muito bem o que esta rolando: o feriado da Independência do Brasil! E, se ao pensar nesta data, tudo o que vem a sua mente é um imponente Dom Pedro, empunhando uma espada em seu lindo cavalo branco... volte duas casas no jogo da vida e venha com a gente conhecer todas as tretas que talvez o seu professor não tenha te contado.

Conheça as casas envolvidas no conflito

Se nos últimos tempos você acompanhou histórias que envolviam intrigas, disputas pelo poder, traições e muitos bastardos, você pode nem saber, mas conheceu muito do que aconteceu ao longo da história do Brasil.

Ok, você pode ter visto esse assunto na escola, mas tente se esquecer um pouco da lousa: aqui nós vamos focar no outro lado da Independência. Para começar, a gente precisar dar uma contextualizada, para que você possa entender todas as tretas que estavam rolando nessa época.

O rei de Portugal, D. João VI, da Casa de Bragança, estava desesperado com as ameaças de invasão de Napoleão, que juntava um grande exército na França e queria expandir o seu território e poder.

Napoleão Targaryen?

Napoleão podia não ter dragões, mas conseguiu vencer a Itália e a Áustria e apavorou muitos inimigos.

A vinda ao “Quinto dos Infernos”

D. João sabia que, para se manter em segurança, teria que buscar um aliado, e foi assim que ele recorreu aos ingleses, que deram aquela força na viagem da família real ao Brasil, também chamado carinhosamente como “o Quinto dos Infernos”.

Carlota Joaquina, esposa de D. João e integrante da Casa de Bourbon, não estava nem um pouco feliz com a viagem. Além do destino da viagem – que a deixou P da vida –, Carlota tinha uma vida sexual bem ativa – que fique claro que isso não envolvia o marido.

D. João e Carlota Joaquina

Antes mesmo de chegar ao nosso país, a família real abriu os portos brasileiros, como uma forma de agradar a Inglaterra. Assim, o comércio rolou soltou e a elite tupiniquim encheu os bolsos de dinheiro.

Enquanto isso, o casal real estava em “Guerrilha Conjugal”, mas isso não impediu que Carlota tivesse outros filhos. Para você ter noção, dos nove filhos de Carlota e D. João, não se sabe quantos seriam bastardos e há quem diga que apenas Dom Pedro I seria filho do rei, dá para acreditar?

Por falar em bastardos, D. João também teve o seu, durante um envolvimento com Eugênia de Meneses, filha do marquês de Marialva. A jovem era dama de companhia de Carlota, vinha de uma boa família e era muito respeitada. Com medo de que a criança fosse uma ameaça à sucessão do trono, Carlota mandou matar a jovem, que fugiu e teve o bebê em um convento.

 As tretas comerciais entre Brasil e Portugal

Como eu disse há pouco, a elite brasileira estava aproveitando muito a abertura dos portos, o que desagradava os portugueses, já que a colônia não estava mais atrelada ao monopólio comercial. No clima de tensão e protestos que rolava em Portugal, D. João voltou para casa, mas deixou o filho para garantir a permanência no trono.

Quando D. João foi embora do Brasil, ele fez um baita rombo nos cofres públicos e deixou o país em uma condição bem ruim. Ou seja, a situação está difícil desde sempre.

Como o primeiro filho homem do casal real havia morrido, sobrou para D. Pedro I a tarefa de ser responsável pela colônia quando os seus pais retornaram a Portugal.

D. Pedro I

E finalmente chegamos ao nosso personagem central desta trama: Pedro de Alcântara Bragança e Bourbon, membro da Casa de Bragança, filho de Dom João VI, primeiro de seu nome, príncipe regente, imperador do Brasil, “o Libertador", "o Rei Soldado" e responsável pelo Dia do Fico.

D. Pedro se tornou Príncipe Regente e, para a alegria geral, baixou os impostos e deixou os militares nacionais tão importantes quanto os lusitanos. Do outro lado do oceano e sem curtir as peripécias de Pedrinho, uma junta portuguesa exigiu que ele voltasse para a casa dos pais e deixasse o Brasil por conta deles.

D. Pedro não gostou nada dessa história e decidiu que ficaria no país. Essa data ficou conhecida como “Dia do Fico”.

Foi nesse ponto que a treta tomou proporções homéricas e o pessoal da elite do Brasil ficou na cabeça de D. Pedro, o convencendo a lutar contra os portugueses. D. Pedro precisava de ajuda e, por isso, chamou José Bonifácio para ser a Mão do Rei – ou algo do tipo.

O dia fatídico

A junta portuguesa não acreditava na rebeldia de D. Pedro e, em setembro de 1822, mandou uma foto com um chinelo na mão e a legenda: “Em casa a gente conversa” – ok, na verdade foi uma extensa carta exigindo que ele voltasse ao país, mas vamos combinar que um chinelo é sempre mais ameaçador.

No dia 7 de setembro aconteceu exatamente isso que você já sabe: a independência! Mas não foi com todo aquele glamour que a gente vê no famoso quadro “O Grito do Ipiranga”. Aliás, D. Pedro era o verdadeiro rei do Photoshop, não tinha musa do Instagram que ganhasse dele na edição de imagens.

"O Grito do Ipiranga"

Esqueça as roupas chiques, esqueça a galera, esqueça o cavalo bonitão. D. Pedro estava com alguns amigos, subindo uma colina de jegue e pior: com uma baita dor de barriga. Se, ao saber de tudo isso, você sente que a moral de D. Pedro diminuiu um pouco, eu preciso te contar que o cara era um verdadeiro conquistador: foram oito filhos legítimos com suas duas esposas e incontáveis bastardos por esse Brasil. E quando eu digo incontáveis, eu não estou falando de quatro ou cinco, tá? Reza a lenda que foram mais de 100! E a gente achando que o Catra é que ganhava muitos presentes no Dia dos Pais.  

Como deveria ser...

Voltando ao que interessa, D. Pedro nem tinha retornado do grito do Ipiranga quando dois mensageiros chegaram do Rio de Janeiro. O recado não era nada bom: Lisboa tinha cassado sua regência e anulado todas as suas decisões.

D. Pedro tremeu de raiva, jogou as cartas no chão e disse: “As cortes me perseguem, chamam-me de rapazinho, de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal”.

Claro, as coisas não terminaram assim. Nas ruas, a população se dividia entre dois times: a favor do Brasil e a favor de Portugal e, durante 21 meses, aconteceu a Guerra da Independência, que matou quase 3 mil pessoas.

Team Brasil x Team Portugal

O confronto acabou afundando ainda mais as finanças nacionais. Só para você ter noção, a dívida externa, em valores atualizados, ultrapassou a casa de 1 bilhão de reais! Treta atrás de treta, Dom Pedro I voltou para Portugal e deixou o seu filho, Pedrinho II, de 5 anos, para cuidar de tudo.

Como vocês podem imaginar, o Brasil mergulhou em uma década de muitas revoluções e turbulências. Mas isso é papo para uma próxima matéria.

*Publicado originalmente em 05/09/2016

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