As irmãs Papin e o crime que choca a França há 85 anos

03/06/2018 às 08:002 min de leitura

Em 2 de fevereiro de 1933, Léonie Lancelin e sua filha Geneviève foram encontradas mortas em sua casa na rua Bruyére, em Le Mans, na França. A cena assustadora marcou o que é até hoje considerado o crime do século nesse sofisticado país europeu.

Mãe e filha foram encontradas pela polícia desfiguradas, com as cabeças amassadas e os olhos arrancados. Havia sangue por todo o lugar, no chão e nas paredes,  2 metros de distância de onde estavam.

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Elas haviam sido espancadas com um martelo, esfaqueadas e cortadas; uma cena de tortura que durou cerca de 30 minutos, aplicada por suas duas empregadas, as irmãs Christine e Léa Papin.

Afinal de contas, o que havia acontecido? Mãe e filha foram descobertas quando o pai da família chegou em casa acompanhado do genro e, logo em seguida, chamou a polícia — estava tudo escuro, apenas uma luz acesa no segundo andar, e a porta estava trancada por dentro.

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Mais tarde, as irmãs Papin revelaram que, ao chegar em casa no fim da tarde, mãe e filha foram informadas pelas empregadas que o ferro de passar roupas havia estragado pela segunda vez e que, por conta disso, toda a casa estava no escuro. Elas começaram a reclamar com as duas, que tiveram um surto e partiram para cima das proprietárias, agredindo-as com uma violência brutal e arrancando seus olhos com as próprias mãos.

Quando a polícia conseguiu entrar na residência, encontrou Christine e Léa deitadas na cama do próprio quarto, de mãos dadas, com o martelo que havia sido usado no crime ao lado da cama.

Mas o que levou as irmãs Papin a esse ato de extrema violência?

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Psicólogos e psicanalistas do mundo inteiro já analisaram o caso e tentaram construir uma explicação plausível para o comportamento de Christine e Léa. 

Muitas dessas explicações têm relação com o passado da família. Seus pais, Clémence Derré e Gustave Papin, possuíam diversos problemas conjugais, que levaram a mãe à depressão, por conta da qual ela quase cometeu suicídio, e o pai ao alcoolismo.

A primeira filha do casal, Emilia, foi enviada para um orfanato católico por suspeita de que o pai a tivesse estuprado. Mais tarde, Christine e Léa seguiram o mesmo caminho: saíram de casa e foram morar em um orfanato religioso.

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Seis anos mais velha do que Léa, Christine era uma pessoa de inteligência regular, personalidade forte e, até certo ponto, comunicativa; o contrário da irmã mais nova, descrita como introvertida, quieta, obediente e bastante inteligente. Apesar de terem morado separadas durante boa parte da vida, elas eram muito conectadas e, desde que começaram a trabalhar na casa dos Lancelin, viviam juntas.

A sensação de terem sido rejeitadas pelos pais e a ausência de carinho na família são uma das apostas dos analistas. Outra tem relação com a forma como elas vinham sendo tratadas pelos seus empregadores. Trabalhar em condições altamente opressivas pode ser um gatilho para atitudes extremas quando há certa instabilidade emocional; isso poderia ter justificado o crime das moças, mas muitos relatos contam que ambas eram bem tratadas pela família.

Elas foram julgadas e condenadas. Christine morreu apenas 4 anos após o caso, mas Léa viveu até 2001. As duas foram presas, e Léa, com uma pena menor, pôde sair da prisão depois de algum tempo. Elas nunca deram, no entanto, uma resposta para o que, exatamente, motivou tanta violência.

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