Você escolheria palavras diferentes para dar nomes às coisas se pudesse?

28/03/2017 às 02:012 min de leitura

Você alguma vez parou para pensar a respeito de como as coisas receberam (ou recebem) os nomes que elas têm? Por exemplo: por que a luva se chama “luva”, a caneta “caneta” e a mesa “mesa” — em vez de esses objetos terem outros nomes? O mais interessante é que, embora essas coisas todas pudessem ter sido designadas com palavras completamente diferentes, não é nada fácil imaginar um novo nome para elas.

De acordo com Shelbie Sutherland — em um artigo publicado pelo portal The Conversation —, na grande maioria dos casos, a escolha de determinada palavra para nomear uma coisa qualquer é totalmente aleatória, e essa relação arbitrária entre vocábulo e objeto é o que permite que o significado das palavras mude ao longo do tempo.

LOL

Como exemplo disso, Shelbie explica que, no inglês antigo, a palavra “sad” queria dizer “saciado”, e não “triste”, que é o significado atual do vocábulo — o que é bastante curioso, pois, aqui no Brasil, há quem use expressão “estou triste” depois de comer exageradamente.

Outro exemplo é o famoso “LOL”, um elemento muito utilizado em mensagens de texto e que, quando surgiu, queria dizer “laughing out loud” — “rindo muito alto” em tradução livre —, mas hoje é normalmente empregado para expressar empatia ou afinidade entre as pessoas que estão se comunicando.

Palavra e significado

Mas voltando ao assunto sobre a ligação entre coisas e as palavras que são usadas para identificá-las, de acordo com Shelbie, apesar de a escolha geralmente ser arbitrária e de seu significado poder mudar com o tempo, a verdade é que as pessoas normalmente acreditam que a seleção de vocábulos para nomear objetos resulta em uma combinação perfeita. Ou você consegue pensar em uma palavra melhor para designar uma “rosa”?

Além disso, segundo Shelbie, existem várias coisas com as quais nos deparamos com frequência no nosso cotidiano e que normalmente associamos com determinadas características, como moedas redondas, zebras listradas etc. Assim, conforme seguimos com as nossas vidas, nós utilizamos as informações que nos vêm mais facilmente à mente para explicar o que vemos — e essas informações geralmente são seus aspectos mais comuns.

Descomplicando

No caso das zebras, por exemplo, dificilmente alguém vai se basear nas questões históricas ou no contexto cultural que determinaram que esses animais se chamassem dessa forma para explicar o motivo de eles terem recebido esse nome. Na realidade, o que fazemos é imaginar que existe algo na palavra “zebra” que faz com que ela combine tão bem com os bichinhos listrados — como se esse vocábulo fosse autoexplicativo.

Conforme disse Shelbie, a sensação de que determinadas palavras e objetos combinam tão bem se deve à nossa tendência de tentar explicar o mundo que nos rodeia da maneira mais simples e rápida possível. Tanto que é comum vermos pessoas falando muito devagar e com tom de voz mais elevado com estrangeiros na crença de que, dessa forma, o pobre “gringo” entenda alguma coisa — porque, né, ele vai perceber que “comida” significa comida!

*Publicado em 30/9/2015

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