A polêmica por trás da foto de uma mãe com seu filho recém-nascido

19/08/2015 às 08:132 min de leitura

A foto de uma mãe com seu bebê tem dado o que falar. A imagem foi feita pela fotógrafa britânica Helen Carmina, e a identidade da modelo não foi revelada. Em sua página do Facebook, a fotógrafa divulgou a imagem, que revela a cicatriz da cesariana pela qual a mulher da foto passou para ter seu filho.

“Eu fotografei a gravidez dessa mamãe há algum tempo e ela estava me contando quão aterrorizada ela ficou por fazer uma cesárea. Na semana passada ela entrou em trabalho de parto, mas teve que se submeter a uma cesárea de emergência depois de algumas complicações. Ela me pediu para ir até a casa dela nesta manhã e registrar essa imagem em particular, já que seu pior pesadelo foi o que salvou a sua vida e a de seu filho”, explicou Carmina na publicação, em uma tradução livre.

Depois da repercussão imensa da imagem, que foi compartilhada por pessoas de todo o mundo e recebeu muitas críticas, a fotógrafa complementou sua edição, dizendo que não esperava que a foto tivesse um alcance tão grande. “Eu entendo que todo mundo tem sua própria opinião”, disse ela, antes de pedir para que as pessoas não fizessem comentários rudes e desrespeitosos sobre a imagem.

Segundo a fotógrafa, várias pessoas denunciaram a imagem por apresentar um “conteúdo impróprio”, mas, conforme esclareceu nos comentários da foto, a rede social não levou as denúncias em consideração e a publicação continua lá. De acordo com as regras do Facebook, imagens banidas são as que mostram nudez gratuita e conteúdos sexuais explícitos.

A cesariana é um procedimento bastante comum, e, em casos de emergência, ainda que a mãe tenha planejado fazer parto normal, como no caso da mulher fotografada por Carmina, passa a ser o método ideal.

Atualmente, muito tem se falado a respeito do parto humanizado, que é um processo menos traumático tanto para a mãe quanto para o bebê. Algumas mulheres buscam ter seus filhos em ambientes onde se sintam mais à vontade, como em casa ou em uma banheira. Em alguns casos, quem as ajuda durante o trabalho de parto são as doulas, que são profissionais treinadas para dar esse tipo de suporte.

Foto retirada do ensaio fotográfico "1 em 4", que aborda a violência obstétrica, produzido pela fotógrafa Carla Raiter.

A popularidade das doulas vem crescendo também porque muitas são as denúncias de mulheres que se sentiram agredidas durante o parto em hospitais tradicionais – ainda que isso não seja regra, infelizmente acontece bastante.

Somado a essa questão da violência obstétrica temos o dado de que, só no Brasil, 52% dos partos realizados são por meio de cesarianas, nos colocando em primeiro lugar no ranking mundial. Esse índice aumenta se falamos de hospitais particulares – nesses casos, algumas maternidades têm registros de até 90% dos partos feitos por cesariana.

Nesta publicação da BBC Brasil você pode entender um pouco melhor o que há por trás da popularização do procedimento – questões como falta de informação, mudanças no sistema de saúde brasileiro e possíveis interesses dos planos de saúde estão entre os fatores que contribuíram para nos deixar em primeiro lugar no mundo.

A discussão a respeito dos tipos de parto tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e, pelo visto, em todo o mundo, talvez por isso o espanto de Carmina, que não fazia ideia da repercussão que a fotografia traria. Se pelo menos a polêmica servir para aumentar a informação a respeito do tema, já é uma grande coisa. Você concorda?

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