Bacon x câncer: vale a pena tanto alvoroço? Entenda a matemática dos riscos

27/10/2015 às 12:082 min de leitura

Você já ouviu falar de Susannah Jones? Essa simpática senhora entrou para o Guinness Book deste ano ao se tornar a pessoa mais velha do mundo. Ela tem, atualmente, 116 anos, estando a apenas seis de se tornar a pessoa mais velha que já viveu na face da Terra. Nós já falamos dela aqui.

Mas o que ela tem de tão especial para ganhar um segundo artigo aqui no Mega Curioso? Simples: D. Susannah come bacon todos os dias! Tanto que neste ano o seu bolo para o aniversário histórico era enfeitado justamente com tiras de bacon – só que em uma versão de mentirinha, feita de açúcar.

E como ontem noticiamos que a Organização Mundial da Saúde colocou o alimento junto de outras carnes processadas como “produtos cancerígenos”, é sempre bom lembrarmos desse exemplo de vida.

Susannah Jones: 116 anos e duas fatias de bacon todos os dias

Afinal, esse alvoroço todo é justificável?

A Organização Mundial da Saúde trabalha justamente para identificar produtos que possam trazer problemas ao nosso corpo. Desde alimentos até o nosso comportamento, tudo o que puder trazer problemas é estudado pela entidade.

Um dos maiores alvoroços com a declaração da última segunda-feira (26) foi com relação à catalogação das carnes processadas (e, entre elas, o bacon) com o mesmo grau de periculosidade cancerígena que o álcool e o cigarro. O grande problema é que a tabela classificatória da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer é bastante confusa.

Vamos analisar um exemplo: no Grupo 1, que fala dos produtos cancerígenos, além do bacon, do tabaco e do álcool, estão, por exemplo, a luz solar. Já imaginou nunca mais sair de casa durante o dia? Não dá, não é mesmo? Acontece que esse grupo se refere justamente a substâncias que estão direta e comprovadamente ligadas a pelo menos algum tipo de câncer.

Só que esse tipo de catalogação não faz uma diferenciação entre qual produto é mais prejudicial do que outro do mesmo grupo. Luz solar causa câncer de pele. Cigarro causa câncer de pulmão. Essa é a única relação entre uma coisa e outra: você mesmo consegue deduzir qual dos dois é “pior”, não é mesmo?

Bacon ou cigarro: você consegue imaginar qual é o pior?

Dois pesos, duas medidas

Voltemos a usar o exemplo das carnes processadas: o estudo indica que o consumo de 50 gramas por dia do produto aumenta a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%. Na prática, por exemplo, a chance de alguém desenvolver essa doença nos EUA salta de 4,5% (para que não consome o produto) para 5,3% (para quem come o baconzinho todos os dias).

É muito diferente do cigarro, por exemplo. Um homem adulto que não seja fumante tem apenas 1,3% de chance de desenvolver câncer de pulmão. Já os adeptos da fumacinha aumentam essa porcentagem para alarmantes 17,2%. Além disso, 1 milhão de pessoas morre por ano em decorrência do tabagismo, contra “apenas” 34 mil por consumirem carnes processadas.

Acredito que agora as coisas ficaram mais claras, não acham? O ideal é evitar o consumo em excesso de qualquer substância, mas parar definitivamente de comer qualquer carne processada pode ser bem difícil. Afinal, o que seríamos de nós, os carnívoros, sem um sandubazinho de vez em quando?

"Devore-me, mas com moderação"

***

Ficou mais aliviado, caro leitor? Ou esses dados são irrelevantes, já que você continuaria comendo o bacon de qualquer jeito?

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