Família adotou mulher de 35 anos achando que ela era um garoto de 13

06/11/2017 às 04:004 min de leitura

Se você gosta de filmes de suspense, é possível que já tenha assistido a “A Órfã”. Lançado em 2009, o longa conta a história de um casal que, após perder um filho durante o parto, resolve adotar uma criança.

Atenção! O resto do texto contém spoilers! Se você não viu o filme e não quer saber o final, não continue lendo!

Para resumir: o casal adota Esther, uma garotinha de 9 anos, muito talentosa e simpática. Aparentemente, ela se encaixa muito bem na família, mas algumas situações estranhas começaram a acontecer envolvendo a menina. Desconfiada, Kate, a mãe adotiva, investiga o passado de Esther, descobrindo que, na verdade, ela é uma adulta de 33 anos, chamada Leena Klammer. Um distúrbio hormonal raro, chamado hipopituitarismo, fez com que ela não se desenvolvesse fisicamente, mantendo a aparência infantil.

O desfecho do filme é surpreendente, mas, ao mesmo tempo, parece surreal. Entretanto, a história que você vai conhecer agora envolve uma trama real muito mais macabra e com um final nada feliz. Ocorrido na cidade de Kurim, na República Checa em 2007, o caso também é conhecido como “caso Mauerova” e é considerado “a pior situação de abuso infantil da história do país”.

Assim como a personagem Esther, Barbora Skrlová, de 33 anos, possuía uma doença glandular que a deixava com aparência de uma adolescente. Mesmo estando em uma faculdade, Barbora, por vezes, usava o seu distúrbio para fingir ser uma adolescente.

Durante seus estudos, ela conheceu e ficou amiga da jovem Katerina Mauerova, que morava com a irmã Klara e com os dois filhos pequenos dela, Ondrej e Jakub. As irmãs, desde muito cedo, eram perturbadas, acreditando demasiadamente no misticismo e tendo certeza de que estavam designadas a cumprir uma missão de Deus.  

Katerina e Klara

Com um caráter violento e distúrbios psicológicos, Barbora passou muitos anos fazendo tratamento psicológico e chegou a fugir durante uma de suas internações. Ela conseguiu fortalecer sua amizade com as irmãs, indo morar com elas. A personalidade das duas, que já fugia do normal, acabou sendo aflorada por Barbora, que as influenciava negativamente. As três passaram a integrar o Movimento Graal, que acreditava que o homem poderia chegar ao paraíso fazendo coisas boas na Terra. Porém, o mesmo grupo entendia que seus integrantes estavam livres de confissões e tabus existentes na sociedade.

Klara e Barbora

Durante a convivência com as irmãs, Barbora exibia dupla personalidade: ora era uma mulher adulta, ora uma criança. Quando assumia seu lado infantil, ela demonstrava ciúmes da atenção que Klara dava aos seus filhos e começou, pouco a pouco, a manipular situações que os colocassem como culpados. Klara, acreditando que seus filhos estavam cada vez piores, ficou desesperada e pediu conselhos justamente a Barbora. Ela não hesitou em sugerir que as crianças deveriam ficar confinadas dentro de uma jaula de ferro.

Klara e os filhos Ondrej e Jakub

Em 2007, Klara, Katerina e Barbora colocaram Ondrej e Jakub dentro da jaula, alimentando-os pelas grades. As crianças ficaram sem roupas e não podiam sair dali nem para ir ao banheiro. Não satisfeita com a situação absurda que havia imposto, Barbora continuava dando ordens às irmãs, que passaram a torturar as crianças: queimaduras de cigarro nos braços e nas pernas, choques, espancamento e até sessões de afogamento. Um dia, Barbora e as irmãs foram até o local onde a jaula estava, e Klara pediu que Ondrej colocasse a perna para fora das grades. Com uma faca afiada, ela e Barbora começaram a cortar a perna do garoto, que gritava de dor. Após retirar vários pedaços, as três comeram a carne do garoto na frente das crianças. Pouco menos de um mês depois, foi a vez de Jakub ser vítima de canibalismo, quando sua mãe cortou partes de seus braços.

Para controlar ainda mais Jakub e Ondrej, Barbora teve a ideia: comprou uma câmera de vigilância sem fio, semelhante às babás eletrônicas. Assim, elas podiam acompanhar o que as crianças faziam e quando uma delas torturava os pequenos. Porém, algo totalmente inesperado aconteceu: uma família havia se mudado há pouco tempo para a casa ao lado e também instalou uma câmera semelhante para cuidar do bebê do casal. Qual não foi a surpresa de ambos quando, em vez de verem o filho nas imagens, se depararam com duas crianças presas em uma jaula?

Imagens registradas pela câmera de vigilância

Alguns dias se passaram até que o homem finalmente entendesse que o sinal que estava interceptando em sua TV era da casa ao lado. Ele logo fez uma denúncia à polícia, que, no dia 10 de maio de 2007, invadiu a residência, prendendo as irmãs Katerina e Klara. Assim que os policiais encontraram a área em que Jakub e Ondrej estavam presos, se assustaram com o forte cheiro de urina, fezes e sangue. Uma das crianças estava desmaiada e a outra em estado de choque, além de extremamente machucadas devido ao longo período de torturas e abusos.

Local estava sujo e pegajoso

Parada perto da jaula, uma menina segurava um bicho de pelúcia e, assim que se deparou com os agentes, correu em direção a eles pedindo socorro. Ela contou que se chamava Anika, tinha 12 anos e era filha adotiva de Klara. Ainda muito abalados com tudo que haviam encontrado na casa, os policiais tiraram a garota dali e voltaram suas atenções às crianças feridas, tentando abrir a jaula.

A garota era Barbora, que se aproveitou do momento de distração dos oficiais e fugiu do local. As crianças foram levadas ao hospital, enquanto Barbora fugiu para Noruega e assumiu outra identidade: desta vez ela era Adam, um garoto de 13 anos. Acreditando em sua triste história, uma família a adotou, e ela passou a frequentar a escola novamente.

Somente um ano depois do ocorrido é que a polícia encontrou o esconderijo de Barbora. Ao realizar a prisão, sua nova família adotiva ficou incrédula, sem entender o que um jovem de 13 anos poderia ter feito de tão errado para receber um tratamento daqueles dos policiais. Só então eles descobriram que haviam adotado uma criminosa de 35 anos.

Barbora foi extraditada para a República Checa, onde foi julgada com Klara e Katerina. As irmãs alegaram que Barbora havia feito uma lavagem cerebral nelas e que perderam a noção do que estavam fazendo.

Atualmente, os garotos estão vivendo com os avós maternos. 

*Publicado em 01/12/2015

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