4 problemas que os médicos podem “consertar” usando cola!

17/09/2018 às 03:023 min de leitura

Foi-se o tempo em que cortes, ferimentos, hemorragias e outros problemas tinham que ser tratados com pontos ou outros métodos dolorosos — como os grampos. Embora esses artifícios ainda não tenham sido completamente abandonados, afinal, há machucados e incisões que só podem ser sanados com suturas, a medicina avançou muito e já existem materiais que podem ser usados para “colar” ferimentos na pele e outros tecidos.

Na verdade, segundo Maria Trimarchi, do site How Stuff Works, a “cola” começou a ser desenvolvida no final dos anos 50, e passou a ser usada cirurgicamente na década de 70, durante a Guerra do Vietnam — quando os médicos aplicavam o material em soldados feridos para estancar hemorragias e ganhar tempo enquanto eles eram transportados dos campos de batalha para hospitais. De lá para cá, o emprego dessas substâncias ganhou mais espaço e, a seguir, você pode conferir alguns exemplos de como elas ajudam os cirurgiões a “consertar” problemas:

1 – Cortes e ferimentos

Hoje em dia, nem todos os médicos “remendam” cortes e ferimentos mais superficiais com suturas. Muitos já usam um tipo de adesivo desenvolvido especialmente para esse fim — o 2-octil cianoacrilato — conhecido pelo nome comercial de Dermabond. Esse material é especialmente indicado para fechar lacerações na face, braços, pernas e torso, e sua aplicação dispensa a necessidade de anestesia e um possível retorno para remoção de pontos.

Pessoa com ferimento na mão(Pixabay/Corey Ryan Hanson)

Segundo Maria, para “colar” o corte, o médico ou cirurgião simplesmente segura as extremidades do corte, aplica o Dermabond ao longo do machucado e depois de 20 ou trinta segundos o material seca e mantém o ferimento fechado. O próprio processo de cicatrização se encarrega de eliminar a cola, o que geralmente leva cerca de uma semana, mas também é possível remover o excesso dela com pomadas antibióticas e loções para a pele.

2 – Ossos

De acordo com Maria, o Dermabond também pode ser usado para colar ossos! Mais especificamente, o material pode ser empregado para fixar o esterno, o osso que fica na parte dianteira do peito, entre as costelas, protegendo o coração. Durante cirurgias cardíacas de “peito aberto”, essa estrutura precisa ser seccionada para que os médicos tenham acesso ao órgão e, para consertá-lo depois, quando possível, eles usam a bendita cola.

O esterno(Wikimedia Commons/Anatomography)

Estudos demonstraram que, além de tornar o pós-operatório menos traumático, o uso do Dermabond acelera o processo de cicatrização. Além disso, quando o material é usado inclusive nas suturas, a cola oferece 75% mais resistência do que os pontos convencionais e, como ela possui propriedades antimicrobianas, ela ajuda a reduzir o risco de infecções significativamente nos primeiros dias após a operação.

3 – Hemorragias

Segundo Maria, outra utilidade dos adesivos tópicos é a de controlar hemorragias, especialmente as que ocorrem em estruturas extremamente delicadas e de difícil acesso. Um exemplo de uso é em cirurgias realizadas para evitar que aneurismas — isto é, “bolhas” de sangue que se formam nas veias — cerebrais estourem e causem sangramentos potencialmente letais.

Médicos realizando cirurgia(Chemistry World)

Durante o delicado procedimento, os cirurgiões criam uma espécie de êmbolo no interior da veia ou artéria afetada com o adesivo, cortando o fluxo sanguíneo e evitando, assim, que, caso ela estoure, ocorra uma hemorragia. Esse tipo de abordagem pode ser usado para tratar uma variedade de condições, incluindo algumas malformações em recém-nascidos, como é o caso do aneurisma da veia de Galeno e da malformação do seio dural.

4 – Em queimaduras

Dependendo da gravidade das queimaduras, os pacientes precisam receber enxertos de pele para evitar que tecidos internos e outras estruturas do organismo fiquem expostos e corram o risco de sofrer infecções e traumas. Além disso, esse tipo de tratamento também estimula a recuperação da área afetada e reduz a ocorrência de cicatrizes.

Adesivo biológico(Materials Science/Wyss Institute at Harvard University)

De acordo com Maria, apesar de tradicionalmente os enxertos serem mantidos no lugar por meio de pontos e grampos, os médicos estão começando a usar adesivos para reduzir a dor e o trauma causado durante a remoção das suturas. O material usado nesses casos é uma substância sintética produzida a partir do plasma obtido através de doações de sangue e que simula uma proteína produzida pelo organismo e que funciona como uma cola biológica.

Bônus

Curiosidade interessante:

A gente não podia deixar de incluir uma mega curiosidade descrita por Maria em seu artigo: segundo ela, foram os antigos egípcios quem desenvolveram o método de fechar ferimentos com o uso de agulha e linha, método esse que se assemelha bastante ao que continua em uso até hoje! Antes de essa civilização ter a ideia de “costurar” machucados, cortes e outras lacerações eram tratadas com coisas como teias de aranhas ou grampos feitos a partir das mandíbulas de insetos.

*Publicado em 15/9/2017

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