Comportamento hater: a depreciação é um pedido de ajuda

12/01/2022 às 06:302 min de leitura

Desde que houve uma popularização massiva das redes sociais e do uso da internet, as pessoas ficaram cada vez mais familiarizadas com o termo hater, que designa pessoas que ficam online tecendo comentários maldosos sobre famosos ou outras pessoas comuns sem ter nenhum interesse aparente por trás disso. Esse comportamento já foi avaliado por diversos especialistas, e personalidades importantes do mundo digital já se pronunciaram publicamente sobre prejuízos físicos e emocionais desenvolvidos pelas constantes críticas.

O ato de depreciar alguém esconde as necessidades do próprio hater de chamar atenção. Afinal, você pode depreciar aquele youtuber ruim pelo conteúdo inútil ou errado, ou seja, a maioria. Mas alguém com conhecimento vai perder tempo depreciando esse youtuber? Essas pessoas nem ao menos vão ter paciência para se fixar no canal. Pessoas inteligentes tendem a ser impacientes com conteúdos inúteis.

Mesmo que as pessoas justifiquem tais atitudes depreciativas como uma forma de manifestação para "mudar o mundo", isso não desconfigura a necessidade e a busca por atenção, pois pessoas autossuficientes ignoram o que não soma. Isso ocorre pela economia de energia do cérebro, que opta por gastar em ações mais eficientes e úteis. Quanto mais inteligente a pessoa, maior o gasto de energia no cérebro. Desvendar, aprender, raciocinar, prever e criar metas — tudo isso exige um alto gasto de energia. Essa condição também exige otimização do tempo, aproveitando-o ao máximo em todas as circunstâncias.

aFonte: Shutterstock

"Eu tenho razão"

Ao acreditar "ter razão em algo", o cérebro do hater pode liberar neurotransmissores relacionados ao comportamento instintivo, aceitação e narcisismo. Isso tem vínculo com a sobrevivência, já que, quando aceito, não se está só, e não estar só aumenta a sensação de segurança. O medo da solidão tem relação com a evolução do cérebro: quanto mais desenvolvido o lobo frontal, menor o medo e maior, inclusive, a procura pela solidão.

Na verdade, a sensibilidade para a empatia de quem não julga está relacionada não apenas à vontade, mas ao pensamento das nuances da ação, principalmente de como será visto o julgamento, assim como o quanto afetará o atingido. No fim, toda ação tem uma reação, e pessoas ocupadas, satisfeitas e que precisam otimizar o tempo sabem os riscos de um comentário depreciativo e suas consequências.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). É bacharel em Neurociência e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e Programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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