Criatividade e inteligência: qual a relação entre elas?

29/06/2022 às 02:002 min de leitura

A criatividade é sempre um ponto intrigante entre as incríveis capacidades que o cérebro humano possui e a habilidade de correlacionar diferentes fatos para criar ideias inovadoras já foi alvo de diversos estudos que buscaram entender melhor o funcionamento dessa competência.

O estudo da criatividade

a(Fonte: Shutterstock)

Em um artigo escrito por mim e publicado pela Fédération Internationale d’Education Physique (FIEP), intitulado A criatividade precisa ser trabalhada constantemente, com treinos e desafios para desenvolver suas habilidades, esse fenômeno é analisado mais profundamente.

Nele, analisei o funcionamento cerebral que leva às habilidades criativas. Elas ocorrem devido à função, principalmente, de duas áreas do cérebro, o córtex frontal — responsável pela memória de curto prazo, flexibilidade cognitiva, planejamento e diversas funções que colaboram para o processo criativo — e o hipocampo — conhecido por armazenar e recuperar memórias, bem como relacionar experiências para a formulação de novas ideias.

Em um estudo bastante interessante realizado em 2018, que analisou a atividade cerebral de pacientes durante a criação e a lembrança de ideias originais, foi observada uma ativação de regiões para-hipocampais — regiões próximas ao hipocampo — e do córtex pré-frontal bilateral, mostrando que a geração de ideias ocorre por meio da lembrança de ideias originais e reforçando a ação do córtex frontal e do hipocampo na criatividade.

A criatividade pode ser estimulada?

a(Fonte: Shutterstock)

O pensamento criativo se dá baseado na capacidade imaginativa do ser humano e na habilidade de visualização de possibilidades que ainda não aconteceram. A mesma região cerebral ligada à imaginação do futuro também está relacionada à lembrança do passado — a relação entre os dois contrapontos favorece a capacidade imaginativa e, portanto, a criatividade.

Esse processo pode ser aprimorado por meio de alguns hábitos simples como:

  • Exercícios físicos: alguns neurotransmissores importantes são liberados com o exercício físico e auxiliam no desenvolvimento criativo;
  • Curiosidade: estimule a busca por conhecer campos ainda não explorados, a curiosidade e a criatividade andam lado a lado;
  • Desafios: quando o cérebro é movido por atividades desafiantes a realizar tarefas complexas, a criatividade é estimulada para a realização da metaproposta.
  • Exercício cerebral: jogos que desafiam e exercitam o cérebro e o estimulam a criar estratégias são ótimos para fortalecer a criatividade.

Criatividade e inteligência: existe relação?

Alguns estudos apontam que pessoas que possuem um QI elevado possuem as regiões do cérebro responsáveis pela criatividade mais desenvolvidas, no entanto, não são habilidades que andam sempre juntas — o tamanho da criatividade não possui relação com o tamanho do QI.

A personalidade é outro fator importante no processo criativo, atua como uma facilitadora aliada ao nível de conhecimento que, juntamente com experiências, interferem na criatividade, mas não a determinam totalmente.

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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é PhD em Neurociências; mestre em Psicologia; Pós Graduado em neuropsicologia, entre outras pós graduações; licenciado em Biologia e em História, tecnólogo em antropologia, jornalista, especializado em programação Python, Inteligência Artificial e tem formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, professor e investigador cientista na Universidad Santander

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