Garoto de 14 anos sofre com síndrome Exorcista e ameaça a família

Cameron Lindsay tinha apenas 11 anos e levava uma vida normal quando contraiu uma infecção na garganta. Aparentemente, isso não significava nada, afinal, qual criança dessa idade não fica doente?

Porém, depois disso, o comportamento do garoto mudou tanto que apavorou os seus pais: de jovem calmo e líder de uma equipe de críquete, Cameron passou a ser um risco, ameaçando a família e a própria vida.

Em uma de suas crises, ele atacou a mãe, Natasha, de 40 anos, a deixando com um olho roxo e um dente quebrado. O pai, Jonathan, de 42 anos, afirmou que o filho também tem alucinações e disse ter visto Adolf Hitler na casa.

Natasha ficou assustada com o comportamento violento do adolescente e teve medo de que ele pudesse ser internado em uma ala psiquiátrica. Porém, para a sua surpresa, os exames médicos apontaram níveis altos da bactéria Estreptococos no sangue de Cameron.

Ele foi diagnosticado com Distúrbios Neuropsiquiátricos Autoimunes da Infância Associados à Infecção por Estreptococos, conhecidos por alguns como síndrome Pandas. Tal condição é causada pelo próprio organismo que está lutando para combater uma infecção e acaba destruindo células do cérebro que tenham uma composição semelhante à do invasor.

Ao analisarem o passado de Cameron, os médicos descobriram que ele contraiu escarlatina, uma contaminação bacteriana que se manifesta através de dores de garganta, febre e erupções na pele, o que poderia ter dado início a todo o seu quadro de saúde atual.

Natasha teve que abandonar o emprego para cuidar do filho ao saber que ele sofria da forma mais grave da doença, conhecida como síndrome Exorcista. Os sintomas mais claros começaram a aparecer em 2013, quando Cameron estava estudando para os exames de admissão em uma escola secundária e começou a apresentar muitos tiques nervosos. A princípio, a família acreditou que ele estava apenas ansioso, mas não demorou para que espasmos e contorções corporais se manifestassem. 

Os pais contam que foi extremamente assustador ver a transformação do filho e eles chegaram a pensar que o garoto realmente estava possuído por um demônio. Desde então, o jovem ficou três anos no hospital em uma tentativa de controlar os sintomas.

A mãe tem dificuldades para explicar ao filho o que está acontecendo em seu corpo e, para ajudar nesse processo, usa a destruição causada por terremotos como uma analogia, explicando que leva algum tempo para reconstruir uma cidade depois do estrago.

A família teme que Cameron volte a ameaçar a segurança de todos e principalmente que faça mal a si mesmo, pois ele já falou em suicídio. Uma vez, o jovem se machucou ao se atirar pelas escadas e, toda vez que alguém tenta impedí-lo, ele diz frases como “eu espero que você morra em um acidente e volte para casa em um caixão”.

A vida de todos mudou tanto que a filha mais nova do casal, Annie, de 12 anos, precisa deixar a própria casa várias vezes ao dia por medo dos ataques.

Para piorar a situação, Cameron sofre de intensas dores de cabeça, o que o torna obsessivo-compulsivo e faz com que a sua memória de curto prazo se perca, de maneira semelhante ao que acontece com um paciente que sofre de demência.

Cameron antes da doença

Em março de 2015, o adolescente fez um tratamento na Irlanda do Norte e seus sintomas desapareceram quase que por completo. Porém, apenas seis semanas depois, a síndrome voltou a mudar o seu comportamento.

Os médicos temem que o cérebro dele já esteja tão comprometido que nada mais possa ser feito, mas a família luta para provar que ainda há esperanças. Para isso, eles estão testando todas as alternativas possíveis e esperam que tudo o que estão passando com Cameron sirva de ajuda para outros que sofrem com esse problema: “Este tem sido um inferno absoluto para nós, mas espero que resulte em um legado positivo”, revelam.