O assassino solitário que transformava cadáveres em colegas de quarto

07/12/2016 às 12:014 min de leitura

Dennis Nilsen nasceu no dia 23 de novembro de 1945, em Fraserburgh, na Escócia, e, como era de se imaginar, teve uma infância conturbada. Seu pai deixou a família quando ele tinha somente 4 anos e, depois de se apegar ao avô, perdeu sua referência de proteção com apenas 6 anos.

Pouco tempo depois, sua mãe se casou novamente e ele, que tinha apenas um irmão, viu a casa ficar cheia com outros quatro. Dennis se encontrava abandonado e sem cuidados. Mas não era só isso que o incomodava: com a adolescência chegando, ele passou a se sentir romanticamente atraído por garotos, o que o tornava ainda mais diferente das pessoas que o cercavam.

Dennis Nilsen

Aos 16 anos, sua família se mudou para a Inglaterra e Dennis entrou no “Army Catering Corps”, uma corporação do Exército Britânico que era responsável por alimentar todas as unidades militares. Lá, ele aprendeu um ofício que, mais tarde, teria ligação com o seu instinto assassino: açougueiro. Depois de 11 anos, ele se uniu à força policial e passou a ter acesso ao necrotério e às autópsias, o que pode ter alimentado suas tendências necrófilas.

Quando estava com quase 30 anos, Dennis decidiu que iria externar seus sentimentos: interessado por um colega de trabalho, ele tirou várias fotos do rapaz enquanto ele dormia, mas acabou sendo pego no ato. Traumatizado, Dennis precisou ser hospitalizado e a polícia foi notificada.

Só em 1975 é que Dennis finalmente conseguiu assumir suas vontades e iniciar um relacionamento com um homem chamado Gaillichan. Porém, depois de dois anos, o namoro acabou e Dennis reviveu os sentimentos de abandono da infância, entrando em uma depressão profunda.

Dennis Nilsen

A primeira morte

Nessa época, ele começou a levar homens ao seu apartamento e sentia que os seus instintos homicidas estavam saindo do controle. No dia 29 de dezembro de 1978, ele conheceu um jovem em um pub local e, depois de terminarem a relação sexual, ele usou uma gravata para o estrangular. Para garantir que ele estava morto, Dennis ainda o afogou em um balde com água.

No dia seguinte, ele não se apavorou por ter cometido o seu primeiro crime. Calmamente, banhou o cadáver e o colocou em sua cama. Dennis passou boa parte da noite admirando o corpo ao seu lado e chegou a ficar excitado. Na manhã seguinte, ele decidiu que precisava se livrar do morto, mas não foi muito longe: apenas ergueu as tábuas do assoalho da sua casa e o colocou lá.

A casa do assassino

Para Brian Masters, autor da biografia de Dennis – “Matando por companhia” –, a atitude de deixar o cadáver por perto mostra, mais uma vez, o medo do abandono e como o assassino não conseguia viver sozinho. E, assim, durante oito meses, Dennis manteve aquele silencioso colega de quarto, até ter coragem de cremar o corpo.

Alguns meses depois, ele estava preparado para fazer outra vítima. Porém, o jovem chamado Andrew Ho conseguiu escapar e foi até a polícia realizar uma denúncia. Um oficial e ex-colega de Dennis o interrogou e acreditou na sua versão da história, de que tudo não passou de um assalto malsucedido por parte de Andrew. Por ter trabalhado com Dennis, o policial o liberou sem mais explicações.

Tornando-se um serial killer

Não demorou mais que dois meses para que Dennis cometesse o seu segundo homicídio. O crime aconteceu no dia 3 de dezembro de 1979 e envolveu o turista canadense Kenneth Ockendon. Os dois passaram o dia bebendo e passeando pela cidade, até que decidiram ir para o apartamento de Dennis. Antes mesmo de existir qualquer relação sexual, Dennis estrangulou Kenneth com um cabo elétrico e, como na vez anterior, banhou o cadáver e passou a noite com ele em sua cama. Porém, desta vez, ele avançou e fez sexo com o corpo. Além disso, ele decidiu tirar algumas fotos macabras para guardar de recordação antes de colocar o morto sob o seu assoalho.

Cena do filme "Cold Light of Day"

Dennis estava ficando tão confortável com a situação que, durante vários dias, retirou o corpo e o colocou em diferentes locais da casa para que pudesse conversar com ele. Mas aquilo não era o suficiente: meses depois ele acharia uma nova vítima, o sem-teto irlandês Martyn Duffey, de 19 anos. Ele repetiu todo o seu ritual, mas, desta vez, escondeu o defunto dentro de um armário.

Durante os três anos que se seguiram após o primeiro homicídio, Dennis matou pelo menos treze homens, mantendo seus restos em diferentes locais da casa. Como era de se esperar, o cheiro dos cadáveres em decomposição ficava cada dia mais forte, mesmo que ele tentasse controlar com diversos neutralizadores. Assim, ele decidiu relembrar os seus dias como açougueiro no exército e cortou todos os mortos que estavam na sua casa antes de incinerá-los em um quintal.

Entretanto, algo curioso aconteceu nesse período: alguns dos rapazes que conseguiram escapar de Dennis o denunciaram para a polícia. Mesmo assim, os oficiais não juntaram as peças, nem reconheceram o padrão que estava claro: homem tentando matar jovens homossexuais.

O problema com o encanamento

Sem que alguma investigação fosse iniciada, Dennis continuou a cometer seus crimes, desta vez em um novo endereço: um apartamento em Cricklewood. Agora, porém, ele havia adotado um novo método para se livrar dos corpos: os cortava em pedaços pequenos, o suficiente para jogá-los pela descarga. E foi este o erro que entregou o serial killer.

Apesar de Dennis ter várias táticas para o seu plano dar certo, entre eles ferver os pedaços cortados, o prédio estava com problemas no encanamento e logo os seus vizinhos contrataram uma empresa para verificar a situação. O técnico ficou chocado ao encontrar pedaços humanos podres nas áreas entupidas.

A polícia então passou a investigar o caso e finalmente chegou ao apartamento de Dennis, o qual parecia muito com a casa de Ed Gein: cabeças, pernas, braços e vísceras estavam por todos os lados.

Em 1983, Dennis foi a julgamento e, apesar de o seu advogado alegar que ele sofria de graves problemas psicológicos, ele foi considerado culpado pelos assassinatos e condenado à prisão perpétua.

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