Em 2025, seu hambúrguer provavelmente virá do laboratório

27/03/2015 às 10:382 min de leitura

Em cerca de 10 anos, a carne no seu hambúrguer provavelmente nunca terá feito parte de uma vaca de verdade – pelo menos se as previsões de um cientista alemão se tornarem verdade. De acordo com Mark Post, professor de Fisiologia da Universidade de Maastricht, na Holanda, afirma que os alimentos animais cultivados em laboratório podem substituir os oriundos de fazendas dentro de uma década.

Há cerca de 1 ano e meio, o cientista supervisionou a criação do primeiro  hambúrguer de “bife cultivado”, feito em laboratório a partir de células-tronco tiradas do tecido muscular bovino. Segundo Post, os produtores de carne sabem dos obstáculos ameaçadores que sua indústria vem encarando, como a falta de formas para alimentar a população mundial de forma efetiva e sustentável, mas reconhecem que é possível encontrar opções para esses problemas.

Ainda de acordo com o cientista, a carne de laboratório traz vantagens ambientais e de bem-estar dos animais, o que vai levar os consumidores a exigirem que os produtores entrem na onda. Post admite que, ao menos inicialmente, o produto será considerado um artigo de luxo e só será procurado por aqueles que tiverem mais preocupações com a questão da sustentabilidade.

Escolha lógica

“O consumidor mais tradicional de carne, e provavelmente um segmento mais rico e jovem, vai entrar nessa muito mais cedo do que as pessoas na Índia e na China, que só agora estão conseguindo pagar por esse tipo de alimento e vão escolher o custo mais baixo das fontes habituais”, afirmou o pesquisador. Embora o primeiro hambúrguer de laboratório tenha custado absurdos € 250 mil, Post acredita que a situação deve se reverter em 10 anos.

Segundo ele, os níveis de produção terão sua escala consideravelmente ampliada ao longo da próxima década e poderão, portanto, competir com o custo da carne tradicional – especialmente se o valor da carne bovina comum continuar subindo. Além disso, o cientista afirma que é possível produzir até 10 mil kg do material a partir de apenas uma célula-tronco.

Post diz ainda que a carne de laboratório vai poder se aproveitas dos recursos e redes de distribuição dos fazendeiros para chegar aos consumidores, ainda que acredite que será difícil para as duas metodologias coexistirem no mercado. “Se essa tecnologia produzir exatamente o mesmo produto com menos matéria-prima e menos questões de bem-estar animal, então acho que os consumidores eventualmente vão decidir nos escolher”, explica.

Questão de gosto

Por enquanto, o principal problema com relação ao produto feito nos laboratórios é o fato de que, embora seu gosto seja razoável, ainda está longe de ser ótimo. Segundo o estudioso, esse problema está sendo estudado e deve ser superado com a adição de mais tecido adiposo na mistura. “No fim das contas, é essencialmente o mesmo material, então o sabor terá que ser igual”, conclui.

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