Afinal, é verdade que parte da Amazônia pertence aos Estados Unidos?

30/09/2018 às 02:003 min de leitura

Provavelmente, não é a primeira vez que você ouve falar ou lê que, de alguma maneira, a Floresta Amazônica não pertence de fato ao Brasil ou que outros países como os Estados Unidos, Alemanha ou Inglaterra tenham algum tipo de autoridade sobre essa enorme área florestal. Todo tipo de informação já foi espalhado por aí, mas afinal, o que é verdade?

De sociedades indígenas socialistas autônomas presididas por gringos até invasões militares de países europeus, as histórias mais absurdas já foram contadas por quem realmente acha que a Amazônia está sendo roubada de nós.

O boato do livro escolar

Há algum tempo, mais precisamente no ano de 2001, um boato foi espalhado pela internet e envolveu um suposto fato que deixou muita gente preocupada: segundo as informações, alguns livros didáticos americanos estariam sendo publicados mostrando a Floresta Amazônica como uma “reserva internacional” sob tutela do governo dos Estados Unidos.

A imagem que era veiculada com a mensagem, difundida especialmente através de correntes de email, mostrava a suposta página de um livro escolar americano com o mapa da América do Sul e um texto explicativo sobre a tal reserva internacional. No mapa, toda a extensão da Floresta Amazônica, incluindo as partes que se encontram nos países vizinhos do Brasil, está destacada e identificada como "Former International Reserve of Amazon Forest", ou FINRAF.

O texto que acompanha a imagem afirma que a partir de meados dos anos 1980, a floresta tropical sul-americana passou a ser de responsabilidade dos Estados Unidos pois situava-se em países extremamente pobres com autoridades irresponsáveis e cruéis. Além disso, a criação da FINRAF teria sido aprovada pelas nações do G-23 e foi uma “dádiva” para o mundo, pois uma terra tão rica como a floresta não poderia ficar nas mãos de países tão primitivos.

História pra boi dormir

Pois é, esse é o suposto conteúdo que estaria sendo ensinado para as crianças nas escolas do Estados Unidos, doutrinando-as para que considerem por padrão a floresta um “patrimônio” dos países desenvolvidos. Esse boato foi desmascarado há anos por profissionais de diversas áreas, tanto brasileiros quanto americanos, e provou-se ser uma criação mentirosa por parte de universitários.

Índios yanomamis teriam fundado uma nação exilada no meio da floresta com a intenção de se separar do Brasil

Dá para entender a quantidade de boatos criados em torno de uma área tão grande, pouco povoada, pouco vigiada e tão rica em recursos naturais. A Floresta Amazônica é cobiçada por uma infinidade de empresas, de farmacêuticas interessadas em explorar sua flora a empresas mineradoras que acreditam que o solo amazônico pode esconder riquezas incalculáveis. Some a isso a imensa quantidade de ONGs atrás de atividades diversas na floresta, seja cuidando do bem-estar dos índios que a habitam ou catalogando animais e plantas para o desenvolvimento das ciências biológicas.

Tentando criar um certo pânico e reforçar um patriotismo de certo modo prejudicial para o país, um site ultranacionalista criou um dos rumores mais sem pé nem cabeça sobre a Amazônia: índios yanomamis teriam fundado uma nação exilada no meio da floresta com a intenção de se separar do Brasil. Eles teriam como presidente um americano e vice-presidente um alemão e estariam criando um país socialista que iria explorar com exclusividade as riquezas da floresta.

Os yanomami, que não parecem estar interessados em criar uma nação independente socialista

De olho em tudo que acontece

Com a tecnologia sendo usada cada vez mais para evitar a exploração criminosa da Floresta Amazônica, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) tem à disposição uma aparelhagem moderna e bastante diversa para vigiar as fronteiras brasileiras e a enorme extensão da selva.

Margaret Thatcher afirmou que os países subdesenvolvidos deveriam vender suas riquezas para pagar suas dívidas externas

Seis satélites, 18 aviões, sete radares fixos, seis radares móveis e mais 20 secundários foram providenciados para essa tarefa complicada por uma empresa que também tem as forças armadas americanas entre seus clientes. Assim, basta somar dois mais dois para entender de onde vem a história que diz que todas as imagens e dados gerados por essa plataforma de defesa passam primeiramente pelo Pentágono antes de chegar ao exército brasileiro.

Todo mundo quer!

Além de toda essa boataria que cerca a tal posse da Floresta Amazônica, diversos políticos importantes e influentes já deram alguma declaração que acabou tornando-se polêmica sobre o assunto. A ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Thatcher chegou a afirmar, em 1983, que os países subdesenvolvidos deveriam vender suas riquezas caso não fossem capazes de pagar suas dívidas externas.

Thatcher de olho na Amazônia

O presidente francês François Mitterrand também disse que o Brasil precisaria aceitar a soberania de outros países sobre a Amazônia. Al Gore, ex-candidato à presidência americana, afirmou que, ao contrário dos que os brasileiros pensam, a Amazônia pertence ao mundo todo. Independentemente dessas opiniões, nada indica de forma alguma que haja algum tipo de poder externo sobre o território amazônico dentro da nação brasileira.

Representantes do governo americano já se manifestaram inúmeras vezes sobre o assunto, sempre reforçando que não nenhum tipo de controle externo sobre o que acontece na floresta e que o Brasil tem completa soberania sobre suas riquezas naturais. O governo federal brasileiro também tem como posição oficial que não nenhum tipo de interferência de outros países naquilo que acontece na Amazônia e que todos os órgãos estrangeiros presentes lá são regulados e vigiados de perto pelo exército brasileiro ou pelas instituições responsáveis.

Ainda assim, os boatos persistem e vão sempre circular em torno das pessoas que têm uma queda pelas teorias da conspiração. Verdade ou não, no fim das contas, o mais importante é manter a majestosa Floresta Amazônica em boas condições para que sua flora e sua fauna possam se desenvolver naturalmente, fazendo, aí sim, um enorme bem para todos os países.

*Publicado em 16/10/2015

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